quinta-feira, 1 de setembro de 2005

Eu bem digo...

Avolumam-se os gritos de denúncia em relação à geração que, hoje, domina os aparelhos partidários.
Claro que nem sempre (ou raramente) falamos dos rostos de primeira linha, mas há segundas e terceiras linhas (os mesmos que conseguem, por exemplo, apoiar com o mesmo vigor e protagonismo a trilogia antagónica: Barroso - Santana - Mendes, no PSD) que se perpetuam e estrangulam novas ideias e desejos de purificação dos procedimentos que tenham por objectivo refrescar o discurso.
Ultimamente, vozes que me parecem credíveis apontam o dedo aos "aparelhos" partidários. Vejamos algumas:

Ângelo Correia (O Independente, 22 de Julho):
"Qualquer dia, só santos e desempregados vão para o poder".
Comentário: dos segundos já é possível colher amostras...

Carlos Monjardino (O Independente, 19 de Agosto):
"Os decisores políticos são sempre decisores espartilhados por máquinas partidárias."
(...)
"Há sempre a preocupação de colocar em determinados lugares pessoas escolhidas não pela sua competência, mas pela sua filiação partidária. O que custa caro ao País.".
Comentário: não me diga?!...

Manuel Alegre (jantar em Viseu, transmitido e reproduzido por inúmeros media, 30 de Agosto):
"Há mais vida para além dos aparelhos".
Comentário: tirando a pantomina do "vai que não vai" a Belém, nada como um poeta para manter a esperança em algo que parece díficil de provar.

Paulo Morais (Visão, 25 de Agosto):
"Pena é que nos partidos ainda haja colunas estalinistas que pretendem cercear o pensamento dos seus membros".
(...)
"Nos partidos (...) mandam os novos profissionais da política, gente que nunca fez nada na vida, para além da política e a entende como um fim em si mesmo. Nem sequer se preocupam com o interesse do partido, quanto mais com o do povo".
Comentário: bruxo!

Quanto mais tempo faremos de conta que não é connosco dar a volta a isto?! Durante quantos anos mais vamos dizer que pode ser tudo verdade, mas que quem afirma "devia ter dito antes" ou "só diz porque não lhe deram lugar"?
Falta-me em força política o que me sobra em indignação, confesso.

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