Realmente, não é preciso ser bruxo...
Escrevi eu o post anterior e, poucos dias depois, soube que a extrema-direita convocou uma manifestação "contra o aumento da criminalidade" (como se diz no site da Frente Nacional), para o Martim Moniz.
Os propósitos dos extremistas são claros, já que o sítio do protesto (um local de paragem habitual de dezenas de imigrantes estrangeiros) é eloquente, e a solução do problema também não é dificil e está na Constituição. A nossa Lei Fundamental, embora desiquilibradamente (já que também devia conter salvaguardas contra os que defendem totalitarismos de esquerda), proíbe o género de ideologia claramente subjacente ao evento, e tal permite ao Governo Civil inviabilizar o mesmo.
De sinal contrário, outra maneira de desacreditar este assunto e de ir ao encontro do problema está exemplificada na conduta do Presidente da República que, no mesmo dia, vai à Cova da Moura realizar uma acção pedagógica e julgo que apadrinhar um jogo de futebol entra polícias e jovens locais. Assim, sim!...
Mas o registo anterior sobre a emergência de fenómenos de racismo permanece. A mais da manifestação, atente-se ao evoluir da opinião pública.
Um exemplo?! "É que é já a seguir!". Ainda hoje, numa papelaria de Lisboa, registava eu os jogos da Santa Casa (isto está mau para todos!) e a conversa entre a senhora que atendia e aquele que percebi ser um cliente habitual, depois de algum sarcasmo sobre o desaparecimento de Álvaro Cunhal, culminava com a dita cidadã, reagindo à menção da manifestação do Martim Moniz, a dizer que "se pudesse, a essa é que eu gostava de ir"...
Eu não disse?!
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