terça-feira, 17 de maio de 2005

O regresso de Calimero

Agora que estou em "fora de jogo", começo a ficar preocupado com o que leio e ouço.
Não é segredo que me dediquei aos assuntos constitucionais, sociedade da informação, educação, cultura e ciência, como áreas preferenciais, pelo que os temas financeiros e económicos me escaparam em larga medida.
Todavia, convenci-me de que me falavam a verdade, em primeiro, quanto à consolidação orçamental e, em segundo, quando se falou em fim das restrições.
Fala o surpreso Governador do Banco de Portugal num défice que pode chegar aos 7%. Aqui, o que surpreende é mesmo o espanto. Não devia conhecer com rigor o que se passava?
Já quanto ao Governo, uma de duas: ou comprova que PSD e CDS mentiram descaradamente ao País, e, aí, temos que ver o que se passou - o DN de hoje fala em receitas extraordinárias que davam para 4 pontes Vasco da Gama e mais troços de auto-estradas - ou não deve refugiar-se nas contas públicas para mascarar a impossibilidade de cumprir a cornucópia de promessas que fez nas eleições.
Com franqueza, é insuportável a ideia de que os Governos não mais governarão, preferindo um estatuto "calimeriano" em relação aos antecessores.
Ou se assume a ingovernabilidade de Portugal - o que requer pactos abrangentes - ou se governa, fazendo prova cabal (e não retórica) de erros grosseiros anteriores.
De todo o modo, mais do que contra-atacar, gostava de ver o Presidente do PSD comprovar que seguimos o caminho certo, no poder.

1 comentário:

Anónimo disse...

Por onde andou o Sr governaor do Banco de Portugal nos últimos anos? E o Sr ex vice-governador e actual ministro? E, já agora, Sua Exª, o Sr Presidente da República? tanto espanto?? O que se seguirá? O que é triste é continuarmos a ver a gente séria, ou, como alguém lhes chamou, os palermas úteis da sociedade portuguesa, serenamente à espera destas e outras respostas, dando provas nas suas finanças privadas - e não obstante a alegada falta de qualificação profissional- de total competência ao fazerem todos os meses o milagre da multiplicação dos pães.