O protesto é sempre legítimo, em democracia.
Porém, "lavagem ao cérebro" de estudantes do básico e do secundário já me parece abuso.
Vem isto a propósito de ter visto as entrevistas que fizeram, hoje pela manhã, a um jovem (salvo erro, na Amadora) e a uma jovem (no Saldanha) que, a mais dos sintomáticos adereços (ele de lencinho "à Arafat" ao pescoço, e ela de boina/chapéu a lembrar Che), tinham a cassete (talvez o mp3, para modernizarmos o formato) bem carregado. Se não, vejamos:
1 - "contra os exames no 9º ano, porque resumem a uma prova 50% dos critérios, deixando para 3 anos de estudos igual medida".
A meu ver, o problema em Portugal é mesmo este; não gostamos que nos responsabilizem, nem que nos avaliem em condições de igualdade. No País em que, infelizmente, a "cunha" ainda é decisiva, entra-se na adolescência com o receio alheio de nos traumatizar e de nos expor às adversidades. Depois, é ver-nos tombar na competição global que, ignorantemente (dirão os que encomendam o sermão aos teenagers), não lê pela mesma cartilha...
2 - "contra o ranking ou avaliação das escolas, pois cava o fosso entre as boas e as más, as dos ricos e as dos pobres".
O problema é que, actualmente, essa discriminação existe e não é assumida. Nem sequer se conheciam, antes do diploma (em que colaborei com gosto), as carências de cada escola.
Ao mesmo tempo que se potencia a liberdade de escolha dos cidadãos e a autonomia de projectos educativos, deve aproveitar-se esta avaliação para premiar o mérito - mais valia assumirem que preferem disfarçar a mediocridade, baixando o nível geral (eis o porquê do medo de exames) - e ajudar as escolas que precisem.
3 - "contra a privatização do ensino". O Estado português investe mais do que muitos países civilizados em Educação, mas, como na Saúde, gasta mal.
Mais vale aumentar a ajuda aos que pouco ou nada têm, do que subsidiar totalmente a aprendizagem de quem possa pagar.
A nossa Constituição é retrógada em certos aspectos, já que o Estado deve assegurar - com ou sem privados - a oferta, mas não a totalidade dos custos.
Em suma, os deputados do BE e do PCP que digam algo com sentido, mas não obriguem os seus adeptos a decorar o que não podem justificar.
Porém, "lavagem ao cérebro" de estudantes do básico e do secundário já me parece abuso.
Vem isto a propósito de ter visto as entrevistas que fizeram, hoje pela manhã, a um jovem (salvo erro, na Amadora) e a uma jovem (no Saldanha) que, a mais dos sintomáticos adereços (ele de lencinho "à Arafat" ao pescoço, e ela de boina/chapéu a lembrar Che), tinham a cassete (talvez o mp3, para modernizarmos o formato) bem carregado. Se não, vejamos:
1 - "contra os exames no 9º ano, porque resumem a uma prova 50% dos critérios, deixando para 3 anos de estudos igual medida".
A meu ver, o problema em Portugal é mesmo este; não gostamos que nos responsabilizem, nem que nos avaliem em condições de igualdade. No País em que, infelizmente, a "cunha" ainda é decisiva, entra-se na adolescência com o receio alheio de nos traumatizar e de nos expor às adversidades. Depois, é ver-nos tombar na competição global que, ignorantemente (dirão os que encomendam o sermão aos teenagers), não lê pela mesma cartilha...
2 - "contra o ranking ou avaliação das escolas, pois cava o fosso entre as boas e as más, as dos ricos e as dos pobres".
O problema é que, actualmente, essa discriminação existe e não é assumida. Nem sequer se conheciam, antes do diploma (em que colaborei com gosto), as carências de cada escola.
Ao mesmo tempo que se potencia a liberdade de escolha dos cidadãos e a autonomia de projectos educativos, deve aproveitar-se esta avaliação para premiar o mérito - mais valia assumirem que preferem disfarçar a mediocridade, baixando o nível geral (eis o porquê do medo de exames) - e ajudar as escolas que precisem.
3 - "contra a privatização do ensino". O Estado português investe mais do que muitos países civilizados em Educação, mas, como na Saúde, gasta mal.
Mais vale aumentar a ajuda aos que pouco ou nada têm, do que subsidiar totalmente a aprendizagem de quem possa pagar.
A nossa Constituição é retrógada em certos aspectos, já que o Estado deve assegurar - com ou sem privados - a oferta, mas não a totalidade dos custos.
Em suma, os deputados do BE e do PCP que digam algo com sentido, mas não obriguem os seus adeptos a decorar o que não podem justificar.
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