sexta-feira, 20 de abril de 2012

Corda ao pescoço

Apesar da analogia, não é sobre a crise económica que vos falo hoje… Falo de outra; da crise de algum do nosso futebol…

Deixo de parte a questão de salários em atraso e dívidas ao Estado, que também seria assunto cardinal…

Começo, assim, pela Briosa. Sei que sou apenas um adepto de sofá (tirando os jogos com a União de Leiria e a segunda partida com a Oliveirense, já nem treinador de bancada posso ser), mas, tendo as quotas em dia, tenho direito a uma opinião que, admito ab initio, pode ser disparatada; a saber: creio que a Académica e Pedro Emanuel deveriam ter rescindido o contrato de trabalho deste último há quatro ou cinco jornadas atrás.

Não estão em causa o homem – parece-me um cavalheiro – ou sequer o profissional – sei que é trabalhador e nem excluo que venha a ser um treinador de sucesso, no futuro. Todavia, parece-me claro que, há muito, deixou de ter ascendente emocional (leia-se, liderança) sobre os jogadores e vejo-o sem força interior à altura da hercúlea tarefa que se lhe depara (uma das poucas vantagens de ver os jogos na televisão é poder reparar em detalhes como o que vi na escandalosa derrota com o Beira-Mar; após o segundo golo aveirense, o treinador enfiou-se no banco de suplentes com o ar mais desapontado do planeta).

Além disso, entendo que muitas opções tácticas têm sido erradas e que um ou dois jogadores seriam candidatos à dispensa imediata… Não consigo esquecer, no mesmo jogo, a cara sorridente e displicente de Édinho, depois de ter feito um dos mais desastrosos e absurdos remates da partida (daqueles que só se perdoa a um iniciado), com a equipa em desvantagem!...

Seria o maior paradoxo que já vi vencer a Taça de Portugal (honestamente, tenho fé) e descer de divisão. Creio, todavia, que não chegaremos a tal catástrofe, ganhando a tranquilidade merecida com uma vitória sobre o Olhanense (esperança para a qual em nada contribui a derrota de sexta-feira com o Arouca, em jogo de treino). Com a manutenção garantida, espero que a Direcção tire ilações de tudo isto.

A nota derradeira tem a ver com o Benfica e, sobretudo, com o treinador Jorge Jesus. Com a arrogância e boçalidade que o distinguem aquém e além fronteiras e a propósito de um elogio a Sérgio Conceição, o treinador encarnado afirmou que os treinadores não se formavam nas universidades, mas sim no campo, como ele e Conceição. Ora bem, com uma equipa fantástica, tendo tido cinco pontos de vantagem, diria que a situação actual (quatro pontos de atraso e eliminação da Taça de Portugal e da Liga dos Campeões) não deixa ao Presidente do Benfica outra solução que não a de correr com o mais caro e grotesco treinador da história encarnada… Bastava, diga-se de passagem, uma mera comparação com a gestão do Porto para chegar a esta conclusão, visto que, cirurgicamente, comprou dois jogadores (Lucho e Janko), reposicionou algumas pedras e lançou-se para um título quase certo (e "sem treinador"!!!).

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