sábado, 21 de janeiro de 2012

QUE MUNDO PARA AMANHÃ?

Sempre perguntei a mim mesmo como é que Tocqueville, num texto duma clareza e duma lucidez extraordinárias, mesmo proféticas, há 150 anos, tinha podido ver no futuro com uma tal precisão.

“Vejo uma multidão imensa de homens semelhantes e iguais que giram sem repouso sobre eles mesmos para se procurarem pequenos e vulgares prazeres, com os quais consolam a alma. Cada um deles, mantendo-se à parte, é estrangeiro ao destino de todos os outros: os filhos e os amigos particulares constituem para ele toda a espécie humana; quanto à existência dos seus concidadãos, ele está ao lado deles, mas não os vê; ele toca-os e não os sente; ele só existe que nele mesmo e para ele só, e se lhe resta ainda uma família pode dizer-se que ele já não tem pátria".

Quando escreve que “os vícios dos governantes e a imbecilidade dos governados dominam”, Tocqueville parece estar connosco hoje!

Ainda mais profético, quando escreve: “a espécie de opressão que ameaça os povos democráticos no futuro não se parece em nada com a que nos precedeu”. Que fotografia impiedosa da realidade contemporânea!

Vendo o que se passa hoje diante dos nossos olhos e constatando no que se transformou a nossa sociedade, esta corrida desenfreada atrás do deus DINHEIRO que justifica todas as turpitudes, todos os crimes, todas as injustiças, e que uma elite cada vez mais rica não parece inquietar-se que ao seu lado viva uma multidão ainda e sempre mais pobre, tudo isso assemelha-se a um suicídio colectivo programado.

Aliás, ao mesmo tempo que destrui o HOMEM, destrui-se também o PLANETA.

Isto veio-me ao espírito, após ter visto na televisão como os homens pescam industrialmente os tubarões, para se regalarem com as barbatanas, afrodisíacas, segundo dizem, lançando borda fora os corpos ainda vivos para irem morrer no fundo dos mares. E quando queimam imensas florestas na Indonésia e no Brasil, para produzir óleo de palma e soja!

E o dinheiro, uma vez mais, está na origem destas acções de destruição e morte. Um provérbio da Índia explica-nos como o homem destrui metodicamente o mundo onde vivemos;

“Quando o HOMEM terá pescado o ultimo peixe, matado o ultimo animal, abatido a ultima arvore, poluído a ultima gota de água, pode ser que ele enfim talvez aprenda que o dinheiro não é comestível” .

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