No âmbito das eleições ao parlamento da Catalunha, no próximo dia 28, há campanhas que têm dado que falar, mercê dos meios propaganda utilizados. Uma delas, lançada pelo Partido Popular, consiste num jogo de computador em que o jogador está encarregado de uma missão, a de eliminar imigantes; naturalmente, a brincadeira já deu muito que falar. A outra, que não fica atrás em popularidade e polémica, é de apoio ao candidato José Montilla, pelo Partit des Socialistes de Catalunya (PSC) e incita os jovens ao voto, comparando-o a um meio de obter prazer:
A ideia é da juventude do PSC, que teve a intenção de captar as atenções (não só dos jovens...) e usar um dos mais vulgares iscos de comunicação: o conteúdo sexual, ainda que não explícito. E quanto ao conteúdo político? Absolutamente nenhum. Tenho, por esse e por outros motivos, as maiores dúvidas quanto à eficácia deste vídeo. É primário e desvirtua aquilo que subjaz ao voto eleitoral. Votar é um sentido de cidadania que não toca a todos e a solução não passa, certamente, por incitar a que, qual rebanho, as multidões acorram às urnas. Votar «por votar» não nos leva a lado algum. O voto deve ser consciente, voluntário e lúcido. E para que o seja, o desejável é informar cabalmente os cidadãos das suas opções e não propriamente socorrer-nos de mensagens libidinosas.
A propósito, votar não tem nada que se assemelhe a prazer. Há uma imensidão de coisas que se podem fazer num domingo mais entusiasmantes que desencantar o cartão de eleitor no fundo de uma qualquer gaveta, locomovermo-nos até à escola primária do sítio, esperar sossegadinhos nas filas, reencontrar gente que não víamos há séculos e com quem não temos vontade de falar e, posto isto, despejar o voto na urna. Que entusiasmante.
A propósito, votar não tem nada que se assemelhe a prazer. Há uma imensidão de coisas que se podem fazer num domingo mais entusiasmantes que desencantar o cartão de eleitor no fundo de uma qualquer gaveta, locomovermo-nos até à escola primária do sítio, esperar sossegadinhos nas filas, reencontrar gente que não víamos há séculos e com quem não temos vontade de falar e, posto isto, despejar o voto na urna. Que entusiasmante.
2 comentários:
São estratégias de marketing já conhecidas.
Mais do que a mensagem importa a polémica que se estabelece em torno dela.
A estratégia é construida em torno disso
Certo, Luís. Foi cumprido o objectivo de «agitar águas»! Mas o cerne da campanha - combater a abstenção das camadas jovens nos actos eleitorais - esse não me parece que seja conseguido...
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