Esta iniciativa das deputadas socialistas em eliminar quatro feriados e transferir outros tantos de forma a evitar «pontes» é, a mais de ridícula, infrutífera. Se o móbil deste projecto de resolução é a baixa produtividade, não me parece que seja por aí que as coisas mudem.
O problema da produtividade em Portugal não se resolve com medidas de fachada, resolve-se na raiz do problema, e não creio que a falta de produtividade deste país se possa imputar apenas e só aos trabalhadores. Eu diria até que, tendo em conta o vencimento dos trabalhadores portugueses, o que estes produzem é, porventura, (proporcionalmente) superior ao que produzem os demais trabalhadores por essa Europa fora.
Mas, voltando ao projecto, se o que se pretende evitar são as «pontes», então basta que o governo em função não as conceda. Desse modo, se um trabalhador quiser fazer «ponte» terá que pôr o dia de férias. Mais fácil é impossível. A menos, claro, que o governo em funções se acobarde. É que a julgar pelo que sucedeu, em tempo idos, com o carnaval de Cavaco Silva... as reacções dos portugueses não serão pacíficas.
E percebe-se porquê. Há que ter em conta que a mobilidade dos feriados não mexe só com o calendário. Implica uma certa interferência na história de um país, nas comemorações de uma comunidade, no costume, na tradição de um povo.
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