quinta-feira, 20 de maio de 2010

Sobre a Briosa (parte I)

Numa altura em que suspendo funções directivas por motivos profissionais, ocorreu-me partilhar algumas reflexões sobre a nossa Académica.

Assim, creio que durante a sequência aberta com a presidência do Dr. João Moreno e continuada pelo actual Presidente, Eng. José Eduardo Simões, se conseguiu, até à data, um objectivo que se tornara urgente: a estabilidade.

De facto, havia que consolidar as contas, tornar “habitual” a permanência da Briosa no escalão superior do nosso futebol e conquistar respeitabilidade, num futebol cada vez mais industrializado e, logo, sujeito à ética (perdoem-me a ironia de acreditar que existe uma) dos negócios, no que à gestão diz respeito.

Creio, a esse respeito, que é inquestionável o que se conseguiu: diminuir o passivo, progressivamente, contenção orçamental e a construção de uma infra-estrutura que foi crucial para estabilização da equipa como uma “crónica” inquilina da I Liga; refiro-me, evidentemente, à construção da Academia Dolce Vita, que permite uma planificação adequada do trabalho em todas as suas vertentes (da gestão ao trabalho das equipas dos diferentes escalões, passando pela recuperação dos atletas lesionados e pela própria vida administrativa do Organismo Autónomo de Futebol da A.A.C.) e é um símbolo da inserção da Académica no que de melhor se faz nos dias de hoje.

Feito isto, urge entrar na fase da qualidade, como venho dizendo. Neste objectivo foram já dados passos que devem ser sistematizados e seguidos por outros que projectem a Académica para um patamar elevado de notoriedade e cativação de afectos que já foi seu e que pode, com um pouco de imaginação, voltar a pertencer-lhe.

Englobo aqui, em primeiro lugar, a revisão estatutária que, como disse há algum tempo, permite ter uma Académica que responda às exigências de gestão do futebol actual, sem aderir à moda “Sociedade Anónima Desportiva”, que considero incompatível com os seus pergaminhos.

Por outro lado, no mesmo âmbito incluo a recuperação da histórica sede dos Arcos do Jardim, que me parece ter sido um projecto tão essencial quanto bem gizado, a merecer uma visita para quem gosta da Académica e de Coimbra. Sem memória, o futuro nada mais será do que o de qualquer outra sociedade anónima, pelo que penso que se deu um passo seguro no sentido da preservação da nossa identidade.

Em breve, voltaremos ao tema com sugestões sobre o que há para fazer.

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