quarta-feira, 28 de abril de 2010

A pouco e pouco

Acabo de ver a declaração conjunta de José Sócrates e de Pedro Passos Coelho, em São Bento, a propósito da crise provocada pela descida do rating de Portugal, efectuada por uma dessas absurdas e vampiras empresas de notação financeira (a Standard and Poor's) - como se não fossem estes palhaços os responsáveis pelos belíssimos ratings que tinham algumas das empresas que estiveram na génese da crise mundial que ainda vivemos...

Voltando ao tema, se do primeiro digo que acredito estar a fazer o melhor que sabe, ao segundo louvo a responsabilidade, a serenidade, o sentido de Estado e a seguríssima caminhada para o cargo de Primeiro-Ministro (como Durão Barroso outrora, poderá dizer que "só não sabe é quando"). Esta ida a São Bento poderá ter sido também uma daquelas visitas das imobiliárias, para tirar as medidas ao "apartamento".

Fica por perceber é se vão ou não tomar-se as medidas drásticas de que carecemos; e não falo de cortes no décimo terceiro mês (como já ouvi), mas sim de algumas obras que, não deixando de ser necessárias, terão que esperar.

Oxalá Passos Coelho consiga persuadir Sócrates a faze-lo, mas para isso terá que dar-lhe margem para recuar com honra.

4 comentários:

horticasa disse...

O Passos ensinar a poupar???
Nããão! só se for na saúde dos portugueses.
Pelo menos foi o que ele disse:
- pode poupar-se muito por ex: na saúde.
fim de citação

Gonçalo Capitão disse...

É uma opção ideológica. Confesso que também me não tranquiliza - basta ver os cortes nos serviços aos portadores de HIV, assim que o Hospital de Cascais passou a parceria público-privada... No entanto, as soluções clássicas parecem esgotadas, dado que parece indomável o triunfo da especulação.

luis cirilo disse...

Claro que os cortes tem de ser nas projectadas megalomanias rodoviarias e ferroviarias.
E em muito desperdicio do estado.
Acho que PPC tem dado sinais tranquilizadores quanto ao seu sentido de Estado e a uma forma responsavel de fazer politica

Gonçalo Capitão disse...

O meu receio, Luís, é que os cortes comecem onde a demagogia os favorece: Educação, Cultura e Saúde.

Espero que o Pedro resista a isso.