Já não bastava a areia movediça que o tema encerra, pelos vistos, precisávamos ainda que o ex-ministro Capoulas Santos viesse animar-nos com um colorido corso de carnavalescas asneiras. Diz o senhor que a oposição deveria apresentar uma moção de censura, tal a indignação mostrada em face do alegado esquema para, via PT, começar uma guerra relâmpago que culminaria no controlo governamental da comunicação social.
Desde logo, é bom que se diga que do dito esquema, para já, nada prova o envolvimento do Governo; creio até que o “carnaval” de notícias que nos soterram prova bem que o Governo não tem mão nos jornalistas. Porém, o que sabemos sobre dois administradores da Portugal Telecom já justificava uma ida para o olho da rua, que mais não seja, por conduta imprópria. Acresce que, deste modo, se manifestava a clara intenção de cavar um fosso para assuntos desta sorte, por parte do Executivo.
Mas voltando ao despautério de Capoulas Santos, creio que o dirigente socialista faria melhor em ajudar o PS a governar e a tirar-nos da crise, já que presumo que tenha sido essa a razão da vitória eleitoral que averbaram. Já bem bastam as miseráveis arbitragens do nosso futebol e o constante assinalar de pretensas faltas perante descaradas simulações, para vir agora um político com truques de algibeira pensar que a “malta” é parva. Dito isto interrogo-me genuína e, se calhar, ingenuamente: será que Capoulas Santos acha que não se percebe a desastrada tentativa de calar a oposição?! Sabendo, como sabe, que ninguém ficaria com o ónus de agravar a situação do País (por razões táctico-eleitorais, mas também por sincero patriotismo), a insinuação é a de que ou a oposição avança para xeque-mate ou abandona o jogo, calando-se.
Artimanha básica, meu caro senhor… Há, no mínimo, dois caminhos que passam pelo meio desse fantasioso “beco do tudo ou nada”: o primeiro é o Governo declarar, sem mais novidades à sexta-feira, que nada tem a ver com o assunto, pondo, na passada, os representantes sem mandato na ordem.
O outro passa por Belém... Nada me tira da cabeça que Cavaco Silva adoraria ter o País em boa situação económica, a reeleição garantida e um PSD que já constituísse uma alternativa credível (será que é desta???). Pois, mas eu também adorava ganhar o Euromilhões e que a Académica vencesse o campeonato. Esse não é, contudo, o Portugal que, de facto, existe. Cavaco Silva responderá em 2011 pela atitude (activa ou passiva) que agora tomar. Espero, sinceramente, que a razão lhe assista!
4 comentários:
Caro Gonçalo,
A "inteligência política" de Capoulas Santos não tem esse alcance...
Nota-se nestes pormenores o porquê deste senhor (e outros) terem sido ministros maus ou medianos...
Caro Luís
Tens razão... Só de me lembrar do Gomes da Silva (ex-ministro da agricultura do PS) a comer mioleira para provar que era seguro...
Achei giro colocares no mesmo plano o sair-te o Euroilhões e a Briosa ganhar o campeonato !
Realmente o grau de dificuldade deve ser idêntico...
Mais dificil só mesmo o Vitória ganhar... Mas, isso não desejo eu :)
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