terça-feira, 4 de agosto de 2009

Inocente declarado

Ao recorrer da sentença que o condena a 7 anos de prisão efectiva, o ainda presidente da câmara de Oeiras deverá pretender arrastar a sua cidade até fundo dum poço que é o seu, parece-me.

São sete anos de cadeia, de choldra, a ver o mundo aos quadradinhos e a partilhar a cela com outro indivíduo que não vê uma mulher com frequência... Não é uma multa, uma pulseira ou o controlo do chip bancário para ver que $ mais vai parar à conta do sobrinho. Não é uma pena suspensa. Trata-se de uma condenação dura para crimes económicos e políticos (abuso de poder é um crime político, a meu ver). E não me parece que se tenha feito aplicar esta medida com base numa aproveitação político-mediática ou em provas inconclusivas como o visado nos tentou passar.

Isaltino Morais não tem grande coisa a perder por agora. E vai debater-se até às últimas consequências que a sua animosidade alcançar, sem considerar o bem-estar e o legado que deixa em Oeiras para os seus cidadãos. Não.

(Recordo-me hoje, mais do que nunca, da batalha travada há quatro anos por Marques Mendes para afastar das lideranças de concelhias e candidaturas dirigentes do PSD que se envolvessem em engenharias pouco claras. Recordo-me também do orgulho que tive do meu então líder, quando este retirou a confiança política a Carmona Rodrigues - que custou a câmara de Lisboa e alguns lugares apetecíveis pelos nossos boys, e numa segunda fase, também o seu lugar no partido.)

A ver vamos como ficará Oeiras depois do naufrágio do seu comandante.

Um bom homem nem sempre se vê pela grandiosidade que nos faz alcançar, mas algumas vezes pela honra que nos faz sentir.

1 comentário:

Au chocolat disse...

É vergonhoso o que está a acontecer. Começou a era da vitimização. Não há paciência para condenações na praça pública, mas também não há para pessoas que pretendem desacreditar a justiça e ridicularizar a sentença a que foram condenados. "O julgamento será feito pelos oeirenses" - agora os polulares também são juízes???
O facto deste Sr. nos últimos anos ganhar as eleições da CMO é também culpa dos principais partidos (PS e PSD) que não apresentam candidatos à altura para aquela Câmara. É sempre raia míuda que ninguém conhece de lado nenhum. Assim, o eleitorado fica sem grandes opções de escolha, muito embora me pareça grave votar em alguém condenado por ter cometido crimes como corrupção passiva por acto ilícito, branqueamento de capitais, fraude fiscal e abuso de poder.