Farto de escrever sobre a crise e as demais desgraças do dia-a-dia, pensei que haveria boas ideias para vos maçar com as linhas de hoje.
Todavia, só me ocorre abusar da paciência dos meus amigos e contar-vos parte do meu dia de domingo (mais concretamente, a parte da tarde)...
Chovia se Deus a dava e, como sempre, lá me meti atrás do volante a caminho de Vila do Conde, onde a Briosa ia jogar e de onde poderia – pensava eu – trazer 3 pontos ou pelo menos empatar (sublinho que escrevo apenas como adepto e associado).
Tradicionalmente e quando as funções protocolares que me foram atribuídas não me requerem coisa diversa, vou para o pé da Mancha Negra, como sempre fiz, desde a fundação da claque até hoje, apesar de a minha filiação na mesma ser recente (desde que os sectores foram delimitados) e de não ser um “activista”. Basicamente, foi sempre ali que se sentaram os meus amigos e, como quase tudo o resto no futebol, as afeições, mesmo por um determinado lugar, não têm cabal explicação racional.
Porém, tal era a cólera pluvial, cedi a “pressões” benévolas da comitiva no sentido de, por uma vez, ficar na bancada coberta do Estádio do Rio Ave Futebol Clube (vulgo, Estádio dos Arcos). E como lamentei o meu bom coração…
Se é certo que fica a experiência sociológica radical, fica também uma carga de nervos e a noção de que, bem vistas as coisas, temos os políticos que merecemos, se pensarmos que os mesmos mais não são do que o espelho da sociedade, já que dela brotam.
Honestamente, nem sei por onde comece o meu relato… Talvez mencionar o crime que é desperdiçar água, em face das alterações climáticas; ou, dito de forma interrogativa: se chovia tanto, por que é que um rapaz, três cadeiras à minha direita, imitava persistentemente (foram mais de cem vezes, juro) uma cobra cuspideira, a ponto de se não ver o degrau à sua frente?!
Depois os mimos que atestam bem a falsidade que reside no dizer-se que somos gente de brandos costumes: entre a observação de que “a Académica é só pretos” e os mimos dirigidos aos nossos atletas de outras paragens (estilo “preto filho da…”), só não consigo entender o que pensarão os vila-condenses do homem que lhes marcou o golo da vitória (Yazalde), já que se ele é branco, eu sou o Robert Mugabe…
No intervalo lá se safou o aplauso para a “túnica” (era uma tuna; desculpem o preciosismo) e a tranquilidade de consciência com que tão primorosas gentes chamavam “azeiteiro” ao árbitro (algo que me apeteceria subscrever, confesso…).
Distribuindo equitativamente a etiqueta, resta lembrar a cortesia para com o guarda-redes da casa (um sonoro “ó Paiba – bem sei que é Paiva, mas… - bai para o c… que te f…”) e a elegante despedida com que brindaram a Briosa “hu hu hu, a Académica já levou no…").
Eu que continuo, como sempre, a achar a Académica um projecto motivador, qual filho pródigo, juro regressar à Mancha, no Bonfim… Irra!...
Todavia, só me ocorre abusar da paciência dos meus amigos e contar-vos parte do meu dia de domingo (mais concretamente, a parte da tarde)...
Chovia se Deus a dava e, como sempre, lá me meti atrás do volante a caminho de Vila do Conde, onde a Briosa ia jogar e de onde poderia – pensava eu – trazer 3 pontos ou pelo menos empatar (sublinho que escrevo apenas como adepto e associado).
Tradicionalmente e quando as funções protocolares que me foram atribuídas não me requerem coisa diversa, vou para o pé da Mancha Negra, como sempre fiz, desde a fundação da claque até hoje, apesar de a minha filiação na mesma ser recente (desde que os sectores foram delimitados) e de não ser um “activista”. Basicamente, foi sempre ali que se sentaram os meus amigos e, como quase tudo o resto no futebol, as afeições, mesmo por um determinado lugar, não têm cabal explicação racional.
Porém, tal era a cólera pluvial, cedi a “pressões” benévolas da comitiva no sentido de, por uma vez, ficar na bancada coberta do Estádio do Rio Ave Futebol Clube (vulgo, Estádio dos Arcos). E como lamentei o meu bom coração…
Se é certo que fica a experiência sociológica radical, fica também uma carga de nervos e a noção de que, bem vistas as coisas, temos os políticos que merecemos, se pensarmos que os mesmos mais não são do que o espelho da sociedade, já que dela brotam.
Honestamente, nem sei por onde comece o meu relato… Talvez mencionar o crime que é desperdiçar água, em face das alterações climáticas; ou, dito de forma interrogativa: se chovia tanto, por que é que um rapaz, três cadeiras à minha direita, imitava persistentemente (foram mais de cem vezes, juro) uma cobra cuspideira, a ponto de se não ver o degrau à sua frente?!
Depois os mimos que atestam bem a falsidade que reside no dizer-se que somos gente de brandos costumes: entre a observação de que “a Académica é só pretos” e os mimos dirigidos aos nossos atletas de outras paragens (estilo “preto filho da…”), só não consigo entender o que pensarão os vila-condenses do homem que lhes marcou o golo da vitória (Yazalde), já que se ele é branco, eu sou o Robert Mugabe…
No intervalo lá se safou o aplauso para a “túnica” (era uma tuna; desculpem o preciosismo) e a tranquilidade de consciência com que tão primorosas gentes chamavam “azeiteiro” ao árbitro (algo que me apeteceria subscrever, confesso…).
Distribuindo equitativamente a etiqueta, resta lembrar a cortesia para com o guarda-redes da casa (um sonoro “ó Paiba – bem sei que é Paiva, mas… - bai para o c… que te f…”) e a elegante despedida com que brindaram a Briosa “hu hu hu, a Académica já levou no…").
Eu que continuo, como sempre, a achar a Académica um projecto motivador, qual filho pródigo, juro regressar à Mancha, no Bonfim… Irra!...
5 comentários:
Vou-te dizer uma coisa fruto de quarenta anos a ir ao futebol.
Os clubes á beira mar são sempre muito "pitorescos" na forma de receber os visitantes.
Mesmo clubes como o Vitória que lhes proporcionam grandes receitas.
É o Rio Ave,é o Varzim,é o Leixões,é o Leça,é o Olhananese.
Entre outros.
Deve ser da maresia...
Querem histórias destas...
Aqui também no Litoral e no Estoril, no famigerado António Coimbra da Mota, no intervalo dos jogos, há sempre o sorteio da bola de jogo....
É impressionante que Nunca calha a ninguém
Mais : "Força Pinheiro, tens raça de guerreiro.."; e onde anda o guerreiro Pinheiro nesta altura? NO Trofense......
Bitaites famosos como o "O guarda-redes é felino...." LOOOLOLOL , essa ficou-me na memória...
São histórias que fazem o futebol português viver e continuar andar prá frente...
porque uma coisa é certa....
De clássicos com polémicas sobre arbitragens já estou eu farto
Boa crónica Gonçalo e muito bem elaborada
A Académica é um clube historial.
Mas como dizia Manuel Machado ha uns tempos ao Record " a equipa luta sempre para não descer, nunca consegue sair do 12,11 e 10 lugar durante a temporada toda".... é estranho...
ahh
esqueci me de contar a historia em que o LITOS (antigo treinador do Estoril..) se virou para a bancada e fez um gesto qualquer , após um amigo meu ter criticado o treinador.
Isto durante o jogo...
Sim porque nestes campos ouve-se tudo!! mas tudo
É o que eu digo... em Portugal a crise financeira não é a pior... é a crise de valores, de educação, de civismo... enfim.
enfim... a académica tem uma mais valia e é por isso q toda a gente gosta dela, o que para nós é um defeito para os outros é uma virtude!!!
gostamos sempre de ajudar os mais pequenos e aqueles que passam por aflições... é por isso que o manuel machado se queixava... somos bons, jogamos bem mas.....lutamos para nao descer de divisão!!! assim não coração q aguente
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