Olho, a título de amostra, para as polémicas em torno do Primeiro-Ministro e recordo as outras que afectaram, à vez, Paulo Portas e Dias Loureiro e percebo que estamos desgraçados, na esteira do que sentenciava, há dias, o juízo bem mais avalizado de Medina Carreira.
Digo-o não apenas pela falta de massa crítica nos partidos portugueses (aviso-vos de que as segundas-linhas são bem menos interessantes do que aqueles que vamos conhecendo), mas também porque nos entretivemos a derreter o pouco de credibilidade que poderia restar à nossa classe política, ora retirando-lhe estatuto apenas para apoucar, ora comprazendo-nos com suspeições que, mesmo quando não provadas, mancham definitivamente o nome de protagonistas que, com mais ou menos apreço, ainda conseguimos sindicar.
Mais me aterroriza o que digo – e que em nada colide com a ideia que tenho que se deve investigar ao milímetro a “limpeza das mãos” dos nossos políticos, mas sempre respeitando a presunção legal de inocência – quando olho o panorama internacional e vejo uma crise que, estou seguro, ainda não atingiu o seu ponto mais negro.
Bastava pegar num jornal de terça-feira e ver as dezenas de milhar de empregos (setenta e dois mil) que se perderam, entre EUA e Europa, num só dia (Segunda-feira), a avaliar pelas intenções comunicadas pelos empregadores.
Fiat, General Motors, Caterpillar, Citigroup, Pfizer, Qimonda, Ecco, NEC, Sony, Microsoft... Escolha o leitor o nome da desgraça para tantas pessoas que vão começar a pensar como pagar a casa, como dar de comer e vestir as suas crianças e, no limite, como preservar a sua dignidade e a sua auto-estima.
Gente que deixa de comprar o acessório e “mata” quem vive do fabrico ou comércio desse produto ou serviço. Toda uma legião de descamisados que, no seu todo, deixará de comprar parte do essencial, atraindo, involuntariamente, mais gente para as areias movediças do ocaso do consumismo infrene, que, com a minha voz inaudível por falta de estatuto, não me cansei de denunciar em congressos da JSD e do PSD, sublinhando que as pessoas não eram números e que estávamos a definir-nos mais pelo “ter” do que pelo “ser”.
Agora, vamos afundar-nos mais e mais, sem políticos de referência para nos ajudar e sem conseguir prever o que acontecerá quando não houver pão em milhões de mesas. Julgar-me-ão catastrofista se augurar que a criminalidade e o suicídio poderão vir a parecer saídas para os mais aflitos?! Oxalá esteja a ser agoirento!... O que sei, como disse, é que a grande noite ainda não caiu totalmente…
Digo-o não apenas pela falta de massa crítica nos partidos portugueses (aviso-vos de que as segundas-linhas são bem menos interessantes do que aqueles que vamos conhecendo), mas também porque nos entretivemos a derreter o pouco de credibilidade que poderia restar à nossa classe política, ora retirando-lhe estatuto apenas para apoucar, ora comprazendo-nos com suspeições que, mesmo quando não provadas, mancham definitivamente o nome de protagonistas que, com mais ou menos apreço, ainda conseguimos sindicar.
Mais me aterroriza o que digo – e que em nada colide com a ideia que tenho que se deve investigar ao milímetro a “limpeza das mãos” dos nossos políticos, mas sempre respeitando a presunção legal de inocência – quando olho o panorama internacional e vejo uma crise que, estou seguro, ainda não atingiu o seu ponto mais negro.
Bastava pegar num jornal de terça-feira e ver as dezenas de milhar de empregos (setenta e dois mil) que se perderam, entre EUA e Europa, num só dia (Segunda-feira), a avaliar pelas intenções comunicadas pelos empregadores.
Fiat, General Motors, Caterpillar, Citigroup, Pfizer, Qimonda, Ecco, NEC, Sony, Microsoft... Escolha o leitor o nome da desgraça para tantas pessoas que vão começar a pensar como pagar a casa, como dar de comer e vestir as suas crianças e, no limite, como preservar a sua dignidade e a sua auto-estima.
Gente que deixa de comprar o acessório e “mata” quem vive do fabrico ou comércio desse produto ou serviço. Toda uma legião de descamisados que, no seu todo, deixará de comprar parte do essencial, atraindo, involuntariamente, mais gente para as areias movediças do ocaso do consumismo infrene, que, com a minha voz inaudível por falta de estatuto, não me cansei de denunciar em congressos da JSD e do PSD, sublinhando que as pessoas não eram números e que estávamos a definir-nos mais pelo “ter” do que pelo “ser”.
Agora, vamos afundar-nos mais e mais, sem políticos de referência para nos ajudar e sem conseguir prever o que acontecerá quando não houver pão em milhões de mesas. Julgar-me-ão catastrofista se augurar que a criminalidade e o suicídio poderão vir a parecer saídas para os mais aflitos?! Oxalá esteja a ser agoirento!... O que sei, como disse, é que a grande noite ainda não caiu totalmente…
2 comentários:
Vem no sentido de algumas conversas que tivemos oportunidade de ter.
A incompetência gerada pelo clientelismo onde simples empregados bancários chegam a administradores de topo com licenciaturas duvidosas e anos agarrados à tábua de salvação politica. BPN e SLN e o subito enriquecimento de associados.Afinal são tantos os casos de sucesso.
Num país onde fatinhas e valentões são herois do povinho pulvilhado por anos de iliteracia. Onde a corrupção se tornou banal, onde perante estes casos nos resta a consolação e resignação de um encolher de ombros e o desabafo de são todos iguais.
Afinal são 30 anos do mesmo, de uma administração publica fraca, mal formada em especial nos quadros médios e altos. Dizia Fukuyama na sua obra sobre a construção dos estados, que a força dos mesmos deriva da qualidade da administração que do próprio estado.
Afinal temos aquilo que merecemos.
Luis
Um abraço
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