quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Lisboa, ele há meninas e moças

É de louvar a capacidade de adaptação e reinvenção que Santana demonstrou ao longo dos últimos cinco anos.

Se os ciclos políticos se deveriam construir com base em legislaturas e mandatos autárquicos, desde 2003 que este dirigente laranja vem a provar as vicissitudes que marcam o trajecto político de um homem. Fazendo as contas, vemos um candidato a Lisboa, líder do PSD, primeiro-ministro, candidato a primeiro-ministro, político em período de reflexão, 'escritor', parlamentar, líder da bancada parlamentar, candidato às directas do PSD contra a Dra. Ferreira Leite e Pedro Passos e, novamente, candidato a Lisboa.

E pasmem-se os demais, bem capaz de vencer as eleições na capital.
Basta para tal a conjugação de alguns factores:

A fragmentação de votos à esquerda, com a candidatura de Helena Roseta sem apoio partidário do PS e a lógica esquerdista presente na vaga de Manuel Alegre;

A campanha certa, a do menino guerreiro que volta a 'casa' para concluir o sonho de Lisboa, com a preciosa ajuda da Figueira da Foz - novamente.

Uma coligação à direita, que não dispersa os votos do centro laranja - os eleitores do centro PPD lisboeta não são tão sensíveis ao CDS PP como se de legislativas se tratassem.

E a mais importante, que a bem dizer já está conquistada - as juntas de freguesia que são laranja. Poderá parecer acessório para quem faz belíssimas análises, mas em cada bairro lisboeta a junta é fundamental no enraizar de relações e dependências, e se estes núcleos tão importantes (tão mais importantes que qualquer outdoor) no contacto com o eleitorado fizerem a candidatura do Dr. Santana, as probabilidades de Lisboa voltar a ser laranja são... boas.

1 comentário:

João Morgado disse...

A possibilidade de Pedro Santana Lopes ganhar a Câmara de Lisboa é real,no entanto resulta de factores que lhe são alheios e não do seu mérito ou desmérito nas anteriores passagens por esta câmara ou pela da Figueira da Foz.
Assim como já havia decorrido na Figueira, Santana não soube conjugar o que de positivo fez para a cidade Lisboa com uma gestão financeira responsável, deixando a autarquia completamente hipotecada.
Será também interessante analisar os motivos da escolha de Santana Lopes pela actual direcção do partido. No meu entender, contrariamente ao que o vice-presidente Castro de Almeida quis dar a entender, os dirigentes nacionais do PSD não consideram que este candidato traduz a importância que atribuem ao concelho de Lisboa. O real motivo da direcção nacional, foi poder apaziguar uma das suas vozes mais críticas, sendo que tenho sérias dúvidas que conseguissem encontrar um outro candidato com dimensão que aceitasse arriscar a sua reputação em Lisboa.