quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Heróis cor-de-laranja?... Não, obrigado..!

No final deste mês decorre em Penafiel o XX Congresso da JSD e, num ano em que é impossível ignorar que a crise bateu à porta, terá ocorrido a alguém da organização aproveitar esta reunião bienal de centenas de jovens para reunir esforços em torno de uma causa: a pobreza que prolifera pelo país fora.

A ideia é (ou era...) pedir aos congressistas e observadores que levem um pequeno contributo, o qual pode chegar - segundo as estimativas - às duas toneladas de alimentos. Pois bem, encetaram-se contactos com o Banco Alimentar contra a Fome, distinta Instituição que opera nesta área, a qual se deu ao luxo de recusar - sim, RECUSAR! - a ajuda, recorrendo a um argumento tão primitivo quanto descabido.

Isabel Jonet, Presidente do BA, rejeitou a ajuda vinda dos jovens social democratas invocando tratar-se de uma instituição apartidária. Alguém explica à senhora que ninguém põe isso em causa?! Alguém que lhe lembre que o que está em causa é ajudar quem mais precisa e que quem mais precisa não olha a cores partidárias quando a fome ataca? Melhor, alguém que lhe lembre todos os portugueses que o têm feito ao longo dos anos provavelmente também terão uma inclinação partidária, factor que em tempo algum se ouviu dizer que prejudicava as pessoas que recebem ajuda?!...
E por que não perguntar-lhe sobre a sua posição se a Casa do Benfica de Freixo de Espada-à-Cinta fizer o mesmo?! Será que vai negar à ajuda, receosa da sensibilidade dos adeptos portistas?... ... Por favor, alguém que lhe explique que os alimentos com que os militantes da JSD possam contribuir também matam a fome...

Em suma, num Portugal em que existem mais de dois milhões de pobres e face a uma realidade que se teima em ignorar - os "novos pobres" - o Banco Alimentar dá-se ao luxo de rejeitar ajudas, dada a militância partidária dos ajudantes. Não é dificil de perceber que a acção, a mais de consciencializar os jovens para um problema grave que grassa no nosso país, pretende aproveitar a logística de um evento onde se reúnem mais de um milhar de pessoas para fazer um contributo que seria impensável se 'obrigasse' os militantes a deslocarem-se ao armazém do BA em Lisboa para o fazer...

E mesmo que alguns aqui vejam populismo ou aproveitamento político, é bom lembrar que nestas coisas "valores mais altos se alevantam" e que a maledicência face às juventudes partidárias já enjoa. Se fazemos é porque fazemos, se não fazemos é porque não fazemos... Decidam-se!

3 comentários:

Gonçalo Capitão disse...

De facto, não se entende...

Uns dias, é porque as organizações partidárias de juventude só formam carreiristas, outros é porque estão certos, mas têm partido...

Será que a Senhora também recusa ajudas do Governo?! É que, antes e depois de estarem no Governo, a maioria deles é do PS...

E têm bancas em todas as cadeias de hiper, super e mini-mercados?! Não?! Porquê?! Aqui já não ´há discriminação?!

E perguntam a cada doador se é filiado num partido?! É que, caso contrário, ele(a) pode gabar-se na assembleia concelhia... Cuidado! Muito cuidado!

Acho que a Senhora devia medicar-se para a histeria!

Parabéns a quem teve a ideia.

Anónimo disse...

Costuma-se dizer que "para quem não quer, há muito!!!" e de facto não se percebe... Ou há muito, ou então a velha máxima de não olhar a cor, idade, classe social, religião, etc. para ajudar, está fora de moda!!!
Acho que a ideia de JSD é de louvar... e também acho que não é de deitar "ao lixo"... Façam o recolha e entreguem num ponto de recolha do BA de um Modelo ou Continente mais próximo (a independência do BA é um critério difícil de entender!)...

Luis Melo disse...

O meu falecido avô, foi um dos responsáveis pelo BA no Porto, estive portanto, por perto da intituição durante algum tempo, e do que me lembro, o BA era uma excelente instituição, que não olhava a côr ou credo.

Todas as ajudas eram poucas. Porque infelizemente em Portugal havia muita gente a precisar da ajuda do BA.

Neste momento, em 2008, o BA parece não precisar de uma ajuda de 2 toneladas de alimentos. Fico extremamente feliz porque isso só pode querer dizer que as pessoas a precisar de ajuda diminuiram.

Ou então não... e a Sra. Presidente do BA, não está boa da cabeça.