quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Dias de Tempestade

As declarações de Marques Mendes sobre a constituição das listas de deputados têm suscitado debate nos últimos dias.
Não estando inclinado a votar em Marques Mendes, reconheço que essas declarações foram das mais certeiras que Marques Mendes fez nos últimos dois anos, pelo simples motivo que só não vê quem não quer, e que o Grupo Parlamentar da coligação PSD/PPM/MPT é mesmo fraco.

Podemos começar com as quatro boleias aos tipos do MPT e aos monárquicos, que para além de não acrescentarem valor à bancada, são irrelevantes do ponto de vista eleitoral. Posso estar a ser injusto, mas não me lembro de uma única vez que essas personagens se tenham destacado em ambiente de assembleia da república, nem de nenhuma proposta que tenham feito.

Podemos também falar da deslocalização de deputados de norte a sul, até às ilhas, sendo um erro de casting à escala nacional.

Poderá haver ali falta de liderança para que o grupo funcione bem, dirão alguns, outros (ou os mesmos!) que Marques Mendes não tem capital para proferir tais declarações, visto que não se tem destacado, ou então que Marques Mendes enquanto líder do partido nunca deveria ter proferido tais coisas.

Até posso concordar com alguns desses argumentos, no entanto, há que reconhecer que Marques Mendes colocou a nu uma evidência que se constatou logo na altura em que foram feitas essas listas. E MM tem toda a razão ao dizer que foi uma herança pesada, porque na realidade, o foi.

Pode-se criticar o dr. Sampaio pela queda do Governo de Santana. Mas não podemos é esquecer a gritante falta de visão estratégica de PSL (pós queda, realço!) relativamente ao futuro do partido, que em muito contribuiu para o estado em que estamos.
Vamos ter que aguentar com a tal “noite de nevoeiro” até 2009.

Depois, com um desplante assinalável, segundo ouvi na rádio, PSL espera justificações por parte de MM. Não será que deveria ser PSL a ter que explicar ao partido o autoritarismo e os critérios que tiveram por base a sua escolha na elaboração dessas listas? Será que ele não vê que está escrito nas estrelas?

Poderão sempre dizer que há muita gente com valor na bancada do PSD, mas, todos temos valor, uns mais, outros menos.
Votos? Nem todos têm.
Amigos? Bem, é melhor falarmos em “companheiros” de ocasião.

PS: será que o administrador do "lodo" não tinha lugar entre os eleitos? Será que lhe falta valor?

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