sexta-feira, 9 de março de 2007

Um ano de cooperação estratégica

Cavaco Silva celebra hoje um ano como Presidente da República.
A prestação é claramente positiva, tendo sido criado um clima de confiança em torno do Presidente da República, que é a figura máxima do Estado.
As decisões estratégicas, regra geral, não devem ser analisadas no curto prazo.
Não se pense que foi um ano fácil, com a lei das finanças locais e regionais, IVG, e com a demissão de Alberto João Jardim.
No entanto, Cavaco Silva continua no auge, com uma performance que corresponde claramente às expectativas por si criadas.


MARQUES MENDES

«Faço um balanço positivo do primeiro ano de mandato presidencial. Acho que o Presidente da República tem sido factor de estabilidade, de esperança e de coesão nacional. Tem sabido agir de acordo com os compromissos que assumiu com os eleitores e em consonância com as exigências e expectativas dos Portugueses. E isso é muito importante para a credibilidade da vida nacional.»

FRANCISCO LOUÇÃ

«Só posso fazer uma breve avaliação porque o primeiro ano é o mais incaracterístico. Foi um ano de grande cooperação com o Governo: na lei das finanças locais e regionais, na agenda social. A direita, de que Cavaco é líder histórico, tem dois dogmas culturais: um é a liberalização e o outro a visão conservadora sobre os direitos das mulheres. E por isso é que só em 2007 é que se conseguiu resolver a questão da criminalização do aborto e a da Lei da Paridade. Considero natural que o eleitorado socialista que se identifica com o Governo apoie o Presidente da República».

JERÓNIMO DE SOUSA

«Este primeiro ano de exercício tem sido marcado pela flagrante contradição entre a 'cooperação estratégica' com o Governo, apoiando e estimulando políticas de direita que geram exclusões e injustiças, e a manifestação de preocupações sociais com a promoção de roteiros de inclusão, no País da União Europeia com menos justiça social e menos justiça na repartição do rendimento! No entanto, sabendo-se do seu pensamento neoliberal e daqueles que o rodeiam, era importante a clarificação do seu entendimento quanto às reformas na economia, nos direitos sociais e laborais ou relativas à configuração do Estado.»

MANUEL ALEGRE

«Como estamos numa situação de crise económica, o País entendeu que era preciso em PR que percebesse de Finanças. O que eu acho é que, independentemente disso, a nossa maior força são os valores históricos e culturais. Essa dimensão é necessária na Presidência. Um PR tem de ter uma visão estratégica do País e tem de perceber que a afirmação desses valores é importante, até para a Economia. E para a auto-estima.»

1 comentário:

Marta Rocha disse...

Só o indulto é que não foi nada estratégico..