Há dias, quando todos os partidos com assento parlamentar à excepção do PSD reagiram, no próprio dia da reunião com o Governo, à hipótese do envio de forças militares portuguesas, pensei que o facto do meu partido não se pronunciar de imediato se devia à ponderação de uma exposição especialmente filigranada em homenagem ao melindre envolvido e ao facto de ser uma área de Estado, na qual o consenso entre os dois maiores partidos tem sido regra.
Sou dos que entende (já o escrevi) que a pressão dos media para obter reacções imediatas é um dos factores de erosão da qualidade da política ocidental.
Todavia, ontem à noite, escutando um noticiário radiofónico, apercebi-me de que em relação ao Plano Nacional contra a Droga e as Toxicodependências o mesmo voltou a verificar-se: CDS, BE e PCP teceram os primeiros considerandos sobre a matéria (e o "lodo" também lá chegará) e não havia sido possível contactar pessoa alguma do PSD, o que, para quem esteja familiarizado com o jargão político, quer dizer que. quiçá porque há muita gente de férias (o que é justo, embora sublinhe que nos outros partidos há gente de turno), não houve uma alma social-democrata que se prestasse a dizer algo sobre um tema que considero fulcral, na área social.
Ora, se reagira na hora pode ser nefasto, não perceber que os media aceleraram o tempo político é perigoso.
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