Tomei nota de uma notícia difundida, há dias, pelos media, que dizia que o Governo tencionava penalizar os cidadãos que decidissem não procriar, discriminando positivamente os que mais dessem cumprimento aos mandamentos bíblicos, por seu turno.
Antes de mais, admito que a notícia seja lacónica, cumprindo aprofundar (salvo-seja) o tema.
Todavia, esta é uma área onde admito uma nuance ideológica (ou, em linguagem de esquerda, a minha deriva neoliberal): não creio que o Estado deva ir para a cama com os cidadãos, por muito que seja a solidariedade a nortear o exercício (salvo-seja II).
Bem sei que a pirâmide etária está a inverter-se (salvo-seja III), pondo em risco a sustentabilidade da segurança social, mas penso que é violentar (salvo-seja IV) o livre arbítrio de cada pessoa impor a obrigação de procriar.
Admitamos que alguém entende que não tem especial vocação paternal/maternal: será boa ideia sujeitar o nascituro a gente displicente? Será de admitir que se contrariem modos de vida não necessariamente egoístas?
Creio que outro tipo de situações deverá também ser acautelado; ou seja, quem não tenha filhos por razões médicas terá que ir a uma repartição exibir um estigmatizante atestado?
Opto pelo "wait and see", mas, por razões ideológicas, discordo da ideia de penalizar quem não se torna gente de família, nada tendo a opor a que se beneficie quem escolha pôr mais cadeiras à mesa.
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