terça-feira, 23 de maio de 2006

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Já assisti a alguns congressos: uns “in locco”, mais ainda via televisão.
No “antes” congressos, a mensagem é repetitiva: está em causa a discussão política, a reorganização interna, a legitimação do líder e órgãos eleitos, a necessidade de novas conquistas, o debate de ideias que visam o melhoramento da qualidade de vida e anseios de um país agora e sempre sedento de novas políticas, associadas a um evoluir constante dos tempos.
“Pós” congressos, para o líder e direcções eleitas, o conclave corre sempre bem. Houve debate interno, apresentaram-se propostas de futuro, o Partido sai unido, renovou-se com vista aos novos desafios.

Não sou mesmo nada daqueles que entendem que os militantes devam ser fiéis seguidores do que ali foi protelado, sendo quase doutrina. Obviamente, que ao sentido crítico que deve estar presente, deve ser aliado um respeito e seguimento inerente à condição de partidários, quando o somos. O que me parece óbvio é que os partidos e os seus líderes devem estar preparados para estes julgamentos, não os devem encarar como destrutivos, independentemente dos seus números eleitos serem superiores aos noventa pontos percentuais.

Não me parecem nada fáceis os dois anos que se avizinham para o PSD. Olhando para os eleitos, sem colocar em causa os seus valores individuais, a renovação deveria ter sido mais acentuada. Não mexer em equipa ganhadora, como foi apregoado por uns, só me parece viável quando essa equipa tem, junto da sociedade civil, indicadores altos de notoriedade e de compreensão do que dali é apregoado, o que sinceramente não me parece ser o caso. Recordo-me que Alberto João Jardim, quando confrontado com a renovação de que se falava num determinado Congresso respondeu, que não via ali uma renovação, mas sim uma rotatividade de lugares e de cadeiras, onde as personagens eram sempre as mesmas. O que me deixa fulo no meio disto tudo é que, sinceramente e pelo que conheço, quadros de valor no PSD é o que felizmente abunda. E onde é que eles estão? Esquecidos, sujeitos a humores e vontades de quem cola e não desgruda do poder, quais fitas isoladoras da nova geração.

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