quinta-feira, 13 de abril de 2006

Não me lixem!

Ao que sabe, ontem, os senhores deputados não estavam em número suficiente para as votações.
Se qualquer trabalhador tem o dever de comparecer, um representante da Nação deve dar o exemplo.
E as votações só deram brado porque requerem quorum, pois basta dar uma vista de olhos pelas sessões plenárias em que não está o Primeiro Ministro (uma boa altura para aparecer na televisão, como bem sabem os que, regularmente, se sentam na 2ª fila, atrás do líder do partido e/ou do líder parlamentar), e vê-se uma enorme rarefacção humana.
Isto para não falar das sessões de 6ª feira, em que o problema raia o escândalo.
Aliás disso sabe o meu querido amigo Luís Marques Guedes (um dos gentlemen que pude conhecer no parlamento), pois é um permanente stress "mantê-los sentados", para roubar um título de Marçal Grilo, salvo erro. Não apaga a clareira imensa na bancada laranja, o facto de a mesma ter garantido o quorum, quando era maioria; o dever de comparecer mantém-se.
Tudo se resolveria com mão de ferro dos directórios partidários, que poderiam tornar inelegíveis os que reclacitrantes. Porém, na verdade, sabemos que, em larga medida, é o aparelho que faz as listas, e não o presidente do partido, como se viu em 2005 (o que não exime este de responsabilidades, note-se).
Quanto à sanção do próprio Parlamento (1/20 do vencimento), recorro ao vernáculo para um sonoro "não me lixem"! Quando existe uma alínea que permite justificar as faltas por "trabalho político", quem poderá afirmar, com segurança, que um deputado está a mentir?!
Como noutros casos, o problema é de ética e pessoal. Valeria a pena, por isso, que houvesse cuidado na elaboração das listas. Mas, aí, por culpa de todos (mea culpa também, com certeza), ainda não será em 2009, suspeito.

1 comentário:

Fernanda Marques Lopes disse...

Que mais te poderia eu acrescentar aqui?? Nada, tu estiveste por dentro de tudo e sabes ainda melhor do que eu como funciona o sistema... Gostava muito de desempenhar algum dia um cargo dessa natureza, não nego, mas era para o exercer com dignidade, e fazer o melhor que pudesse e soubesse, acredita!

Beijinho