Tenho o João Almeida, Presidente da Juventude Popular, por um bom amigo. É por isso que se limita ao campo político a apreciação depreciativa que faço da decisão daquela organização de não apoiar Cavaco Silva.
A decisão é legítima e, ao que sei, imaculadamente democrática. Porém, começa por enfermar de um erro de tomo, em matéria de ciência política: a JP e o seu líder esgotam um momento mediático magno comunicando um "não apoio", uma decisão negativa, lamentando que não haja um "mundo melhor".
Pode até dizer-se que "bem, se não fosse assim não teriam tido a atenção dos media e a acusação de desperdiçar os holofotes cairia pela base"... Até pode ser que sim, mas valerá a exposição tudo e mais umas botas?! Nessa lógica (que não lhes ouso imputar), passaria a ser expectável que um conselho nacional tivesse lugar numa colónia naturista ou que o congresso decorresse numa mina…
Admitamos, todavia, que foram mesmo razões políticas substantivas e/ou tácticas que subjazeram a este niet a Cavaco.
Do lado do "modelo de desenvolvimento", diria que Cavaco Silva, a mais de ter autonomizado, pela primeira vez, a Juventude como área de incidência governamental, introduziu um conceito de livre iniciativa, um hábito de saudável do orgulho nacional (provando-se que podiamos fazr mais e melhor que todos os demais, como mostraram a Europália, o Campeonato Mundial de Juniores e a Expo 98, lançada pelo seu Governo, entre outras realizações) e uma ideia de modernidade (só criticará o betão quem se não lembrar de que podia demorar-se, em noites "europeias" da Luz, 6 horas para viajar de Lisboa a Coimbra, à noite). Estas e outras seriam, creio eu, belíssimas razões para uma juventude partidária, que não seja de esquerda, apoiar o Professor.
O grande problema é que, dê por onde der, o João Almeida e os seus não vão livrar-se do estigma - injusto, espero eu, sob pena de termos de optar por uma análise mais demolidora - de que esta votação interna reflectiu a linha de fractura do CDS, sendo que aquele foi o candidato a secretário-geral de Telmo Correia (que, aliás, também tenho por amigo), o mesmo que voltou a opor-se a Ribeiro e Castro, agora em matéria de presidenciais. Aliás, a suspeita agrava-se, para quem a nutra, se virmos os rasgados elogios a Pires de Lima (merecidos, diga-se), a propósito da eventualidade do seu avanço para o cadeirão presidencial centrista.
De todo o modo, a pergunta fica: a alternativa da JP, sem imaginar candidatos que não existem, é a vitória de Mário Soares ou a de Manuel Alegre?
Embora respeitando a decisão, teremos de ter memória, daqui a uns anos...
A decisão é legítima e, ao que sei, imaculadamente democrática. Porém, começa por enfermar de um erro de tomo, em matéria de ciência política: a JP e o seu líder esgotam um momento mediático magno comunicando um "não apoio", uma decisão negativa, lamentando que não haja um "mundo melhor".
Pode até dizer-se que "bem, se não fosse assim não teriam tido a atenção dos media e a acusação de desperdiçar os holofotes cairia pela base"... Até pode ser que sim, mas valerá a exposição tudo e mais umas botas?! Nessa lógica (que não lhes ouso imputar), passaria a ser expectável que um conselho nacional tivesse lugar numa colónia naturista ou que o congresso decorresse numa mina…
Admitamos, todavia, que foram mesmo razões políticas substantivas e/ou tácticas que subjazeram a este niet a Cavaco.
Do lado do "modelo de desenvolvimento", diria que Cavaco Silva, a mais de ter autonomizado, pela primeira vez, a Juventude como área de incidência governamental, introduziu um conceito de livre iniciativa, um hábito de saudável do orgulho nacional (provando-se que podiamos fazr mais e melhor que todos os demais, como mostraram a Europália, o Campeonato Mundial de Juniores e a Expo 98, lançada pelo seu Governo, entre outras realizações) e uma ideia de modernidade (só criticará o betão quem se não lembrar de que podia demorar-se, em noites "europeias" da Luz, 6 horas para viajar de Lisboa a Coimbra, à noite). Estas e outras seriam, creio eu, belíssimas razões para uma juventude partidária, que não seja de esquerda, apoiar o Professor.
O grande problema é que, dê por onde der, o João Almeida e os seus não vão livrar-se do estigma - injusto, espero eu, sob pena de termos de optar por uma análise mais demolidora - de que esta votação interna reflectiu a linha de fractura do CDS, sendo que aquele foi o candidato a secretário-geral de Telmo Correia (que, aliás, também tenho por amigo), o mesmo que voltou a opor-se a Ribeiro e Castro, agora em matéria de presidenciais. Aliás, a suspeita agrava-se, para quem a nutra, se virmos os rasgados elogios a Pires de Lima (merecidos, diga-se), a propósito da eventualidade do seu avanço para o cadeirão presidencial centrista.
De todo o modo, a pergunta fica: a alternativa da JP, sem imaginar candidatos que não existem, é a vitória de Mário Soares ou a de Manuel Alegre?
Embora respeitando a decisão, teremos de ter memória, daqui a uns anos...
1 comentário:
Caro Gonçalo, a minha reflexão também vai no sentido da tua... aliás, se ainda não deste uma olhadela, sugiro-te que passes os olhos pelo meu post "Nada Encavacados".
Um grande abraço laranja
Fernanda Marques Lopes
P.S.- Tenho amigos meus na JP que apresentaram a moção de apoio ao prof. Cavaco e com isso fiquei muito feliz, com a lucidez e visão que têm. Um desses meus amigos tu conheces, é o vice-presidente da JP Filipe de Almeida Matias Santos... pelo menos ele comentou que vocês se conheciam e inclusivé já tinham trocado impressões em encontros de juventudes partidárias.
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