Tenho resistido a escrever sobre a tonteria que sempre me pareceu dar 2 lugares de deputados ao PPM e 2 ao MPT.
E se o tenho feito é porque receio que os especialistas da intriga, que abundam no PSD, digam que o faço por ressentimento, uma vez que sem a inserção dos dois free-riders da lista de Lisboa (um de cada), teria ido em 15º lugar (o mesmo de 2002), e estaria pela Assembleia, a estas horas.
Mesmo correndo o risco de me chegarem rumores sobre palermices de tipos e senhoras que são pais e mães de família (e gostam de parecer sérios quando estão nessas vestes), a verdade é que nunca concordei porque a representatividade social de ambos é quase nula, desmotivaria muito do partido (que tem o hábito de lutar, mesmo quando sabe que está em dificuldade) num combate que só o exército de guerreiros em volta do "Menino" acreditava poder vencer, e por não se perceber sequer o acrescento que trariam, já que se uns (MPT) têm um passado de ataques ao PSD, aos outros desde Ribeiro Telles que se lhes não vê um ideal social.
Acresce - afastando as suspeitas de ressentimento - que a intenção do Presidente do PSD era mesmo "deixar-me caír"; nem de outra forma se explica que tenha ficado de fora no conselho nacional, e que, mesmo depois, apesar de haver outras hipóteses, o 17º da capital tenha sido o destino. Ou seja, PPM e MPT acabaram por não me prejudicar, já que os seus lugares nunca seriam meus...
O facto é que, agora, as razões se agravam, quando o PPM admite a candidatura de Elsa Raposo à Câmara de Cascais. Não vou ofender a senhora, nem preciso de comentar a atitude do PPM (membros e ex-membros de prestígio, como Augusto Ferreira do Amaral, Sousa-Cardoso, Ricardo Abranches e Ribeiro Telles, já o fizeram a contento). Basta-me transcrever parte da edição de hoje do DN, que relata a orientação da família regente do partido:
"Está curada da depressão". Sobre a escolha de Elsa Raposo, conhecida figura das revistas de social e concorrente da Quinta das Celebridades, para candidata à Câmara de Cascais, Nuno da Câmara Pereira é cauteloso "Não conheço a pessoa, e primeiro tenho que saber quais as vantagens e desvantagens dessa pessoa: idoneidade, inteligência, respeitabilidade, pensamento político, prestígio que tem na sociedade e vontade de prestação humilde em relação à sociedade e ao partido". Para o líder do PPM, não é indispensável que os candidatos sejam monárquicos, nem que tenham experiência política. "À partida, não há ninguém que esteja fora de hipótese de ser candidato" pelo partido: "Queremos pessoas comuns, com defeitos e com virtudes. O PPM quer renovar a classe política e aproximar os cidadãos da política".Foi Gonçalo da Câmara Pereira, líder da distrital de Lisboa e vice-presidente do PPM, quem convidou Elsa Raposo para ser candidata. Ontem à noite, já depois do fecho desta edição, ia defender a sua escolha no "directório" do partido. Também ele ex-concorrente da Quinta das Celebridades, explicou ao DN as razões do convite "Convivi com a rapariga todos os dias durante mês e meio. Embora ela tenha saído da Quinta com uma depressão, se me dizem que ela está curada, está curada. Também já houve ministros ex-toxicodependentes e não veio daí mal ao País". Gonçalo "acha" que a putativa candidata não é monárquica, o que não o preocupa: "É uma mulher independente, que não precisa de macho, que se preocupa muito com as questões sociais e que é uma visitadora nata." Terá perfil para o cargo? "Quem decide isso é o voto popular, não é meia dúzia de bombocas que andam por aí."
O rei pode ainda não estar nú, mas já vai perdendo algum resguardo...
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