Tenho ouvido declarações com louvores ao efeito da entrada em vigor do novo código da estrada sobre a sinistralidade que, aparentemente, diminuiu.
Ora bem, as notícias são, de facto, soberbas. O problema é que, mais uma vez, descartamos algo que nos deveria fazer reflectir sobre o nosso modo de ser.
É que só mesmo a via repressiva parece pôr os portugueses em sentido, o que não deixa de ser lamentável.
Ideal seria que os indicadores mostrassem que as pessoas cumprem regras porque lhes descortinam alguma razoabilidade e autoridade intrínsecas, e não apenas com medo da punição, o que me parece bastante pavloviano.
A nossa vida em comum continua eticamente empobrecida e continuamos a olhar quase exclusivamente para os nossos interesses, seja na estrada, seja no dia de trabalho.
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