sexta-feira, 3 de março de 2006

Poder Popular


Tá bem:

- O Presidente do PSD e o seu politburo devem ser eleitos em conjunto e directamente, sendo esta última a opção. Seria idiota ter um sujeito a comandar o exército "inimigo" numa batalha que seria, feitas as contas , contra si próprio e imobilizadora do partido. Já nos meus tempos de santanismo o havia dito ao Premier da minha crença de então.

Tá mal:

- A ser verdade, é preciso ver se a intenção de expulsar automaticamente os militantes que concorram contra o PSD não contraria princípios constitucionais. Concordo com a pena, acredito que tenham meditado sobre isto, mas toda a gente tem direito a ser ouvida, por muito evidente que seja o "delito". Antes de serem passados pelas armas, pelo menos, o Gulag.

A ver vamos:

- Há medidas que são irreversíveis na nossa democracia "mediocrática", designadamente, as que tenham a ver com avanços para a democracia directa; ou seja, levantada a hipótese de consagrar o célebre lema "um militante, um voto" (é justo lembrar que, quando Santana Lopes defendeu as directas, até em fascismo se falou...), já não haverá volta a dar-lhe.

O princípio é justo e corresponde a uma formulação do regime democrático que, na sua quinta essência, nunca existiu, nem sequer na Grécia antiga. Agora, as novas tecnologias da informação tornam possível a ideia, como o demonstram ciber-apostolados que podemos ver, por exemplo, em www.vote.com.

Concretamente, se há 30 anos era necessário ir a uma sede ou ter apetência para ler um jornal, para saber das lideranças, hoje basta ligar o televisor ou telemóvel 3G para ver Marque Mendes, Luís Filipe Menezes e as demais figuras da galáxia presidencializável...

A questão é outra: se já a democracia representativa pressupõe uma cidadania muito bem informada, a democracia directa ainda mais. As minhas dúvidas residem aqui; não sei se o debate com os militantes tem sido suficientemente aprofundado

Acresce que, em campanhas de espectro nacional, o dinheiro contará muito mais para se ascender ao plateau das candidaturas (vejam-se as primárias norte-americanas).

Gosto do princípio, não sei bem se aprecio o momento...

6 comentários:

O Politicopata disse...

Caro Gonçalo Capitãozão:
1- Assistiu tal como eu à corrida pelas listas pro-Mendes e pro-Menezes, num Congresso cujo enfoque é a introdução de Directas... Ficamos assim com a sensação que existe uma desconfiança de muitos sobre se Mendes quer ou não "aprovar" as Directas, (coisa que os pro-Menezes querem de certeza)!
Caso Mendes defenda a introdução das Directas, e estas não sejam aprovadas, deveremos entender isso como uma derrota da "estratégia" de Marques Mendes, justificando uma recandidatura em Congresso (votada pelos congressistas)????

2- Se acha que não é agora o momento para introduzir as Directas, é porque tem um motivo...
Qual???

3- Pedia-lhe uma opinião: Num cenário SEM uma terceira via (Mendes e Menezes) na sua opinião (e não na sua preferência), quem é que, na sua opinião, poderá ganhar as Directas (caso sejam aprovadas)!

PS-> Gostaria que me autorizasse a publicar no meu Blog as minhas perguntas com as suas respostas! Caso não queira, pedia-lhe que me respondesse à mesma (nem que seja para o meu mail).

mail- politicopata@sapo.pt

Afectuosamente
Politicopata

PS(2)- Esta coisa da "Word
Verification" (que você instalou aqui) é tramada... Aparecem umas letras manhosas a formar vocábulos matreiros... A última foi "BEZONTER"! Ora a malta não quer vir aqui besuntar ninguém, fónix! Até me sinto mal...

Gonçalo Capitão disse...

Caro Politicopata:

Vejo que a patologia, embora assumida, não o abandone.

Publique o que quiser e, a seguir, incendeie quantos consulados desejar... Assim juntará o melhor de dois mundos!

1 - Não entro em psicanálise. Não quero acreditar (embora haja bruxas) que um lider fale com reserva mental ou mentol... Em bom rigor, e tendo já abandonado a fé de Santana, só gostava de saber onde estão as centenas que o enxovalharam em 1999/2000, a propósito, imagine-se, das directas.

2 - o estado poveríssimo a que chegou o debate político no partido, mormente ao nível local. Cidadania mal informada é manipulável.

3 - Não tenho ideia e de quem eu gosto nem ao blog confesso... Gostava era que ganhasse o PSD e Portugal, mas aí já estou como São Tomé (e não falo do País com o mesmo nome, apesar do PSD copiar alguns dos seus aspectos políticos mais pitorescos, nos dias que correm).

P.S.2 (salvo seja): "Bezonte" V.Exª o que e quem muito bem quiser!...

Gonçalo Capitão disse...

Queria dizer "abandona" e não "abandone"...

Estou a escrever como o General Eanes a falar. Irra!

O Politicopata disse...

Ao Gonçalo Capitão: Fónix!! Noto aqui alguma falta de "jogo de cintura" e de sentido de humor...
Não quero incendiar "consulados", Secções, Distritais,
Comissões, Gabinetes,
Confessionários, Abrigos antiaéreos, Caves de Vinho do Porto, Balneários desportivos, etc... Queria apenas a sua opinião! Tive o cuidado de lhe perguntar se não se importava que a publicasse no meu Blog, se bem se lembra.

Além disso não lhe pedi para fazer psicanálise, mas sim para me dar a sua leitura política! Quando não quiser comentar não tem que ir a correr ao Dicionário, procurar sinónimos para a palavra "treta" para debitar para cima de mim. Continuo a ter muito gosto em falar consigo e pedir a sua opinião (porque a considero) desde que seja possível manter a conversa num nível "tea-time"

Por fim chamo-lhe a atenção para o facto de, nas respostas que me deu até agora neste Blog, surgir de forma por vezes relampejante o trauma da Fé Santanista; Quanto a este ponto gostaria de aconselhá-lo (se me permite):
Em política "não faz mal" ter "amigos". As "Fés" também são aceitáveis, embora sejam por vezes fruto de um fanatismo fácil, e que morrem naturalmente, com as "mudanças de cadeira"... Porque sei que é um homem sério Gonçalo, diga apenas que teve uma "fézada" que não se concretizou... Fica-lhe mal dizer que a sua fé acabou (pode parecer que nunca a teve...)

Com um grande abraço
do sempre patológico,

O Politicopata

PS-> Com a violência que me respondeu, por pouco ia-me confundindo... É que já não tinha a certeza se tinha escrito para o Gonçalo Capitão ou se para o Capitão Gancho (este conhecido Blogger anda zangado comigo, porque há uns tempos lhe engoli o relógio e lhe mordisquei a mão...)

Gonçalo Capitão disse...

Eu também estava a brincar, "consulados" incluidos...

Pelos vistos, perdi o jeito...

A verdade sobre tudo isto é que creio que o PSD atravessa a sua "Idade Média". Esperemos que não seja "uma longa noite de mil anos".

Abraço.

O Politicopata disse...

Peço desculpa também Gonçalo... Acho que também o entendi mal e estava com pena porque gosto bastante de o ler!

Um abraço do
Politicopata

PS-> Para o compensar vou "encomendar" desde já umas "montagens" maléficas, de alguns dirigentes de Coimbra, afim de postar no Politicopata... (hahahaha!)