quarta-feira, 25 de abril de 2012

Imbecilidades II

 

Na terça-feira dia 24 de Abril, de viagem para o Porto, dei por mim a ouvir na TSF o Coronel Vasco Lourenço a explicar a diferença entre democracia formal e legitimidade democrática. Dizia ele, que um governo mesmo que democraticamente eleito, se não cumprir as promessas eleitorais perde a legitimidade democrática. Para compor o ramalhete, Mário Soares acrescentava que a razão principal que o levava a não estar presente nas comemorações na Assembleia da Republica, residia no facto, de que este governo estava a destruir tudo o que tinha sido construído ao longo destes anos.

Ora, não é preciso ser muito inteligente para perceber, que qualquer dos dois argumentos não têm objectivamente nada que os sustente, a não ser razões ideológicas e de consumo interno, senão vejamos:
- quanto ao primeiro, ignorar que havia um compromisso dos 3 principais partidos com a Troika, para implementar um conjunto de medidas/reformas a troco de ajuda financeira evitando assim a bancarrota, tal irresponsabilidade, só pode ser comparada à afirmação de que as dívidas dos Países não se pagam, gerem-se, resta saber até quando....
- quanto à segunda razão, a resposta é simples: se a construção tivesse sido perfeita, não estariamos à beira da bancarrota, com um dívida publica superior à riqueza produzida num ano inteiro, deixando assim às gerações vindouras, um Pais hipotecado, como uma dívida astronómica para pagar e sem opções.

Já alguém se questionou, se D. Afonso Henriques depois de tanto esforço e tanto sangue derramado na conquista e construção de um território independente, concordaria com o fim da monarquia ou até com a adesão à União Europeia?
Se não, então porque havemos de nos preocupar com afirmações tão efémeras e irrelevantes...

2 comentários:

Defreitas disse...

O compromisso assinado com a « troïca » não deve significar que não existe nenhuma possibilidade de renegociar as condições quando se verifica que existe o perigo de ver a Europa enterrar-se na recessão.

Renegociar um tratado complementar , num texto separado, para tomar as medidas necessárias para relançar o crescimento, acabará por se impor a todos os Estados da UE. Isto sem pôr em causa as assinaturas da Grécia e de Portugal da disciplina do pacto orçamental .

E Hollande, se for eleito, não o assinará, sem , primeiro, dotar a UE de um pacto de crescimento, que deve ser a prioridade essencial.
E como poderia ser doutra maneira, se vários países da UE, dos quais a Espanha e a Itália, vêm todos os dias as dificuldades em que se debatem com o projecto de saneamento orçamental minado pela recessão?

Veremos rapidamente outros países dar a prioridade ao crescimento , sem o qual não será possível pagar as dividas!

E Mario Monti , na Itália, que foi um dos mais severos defensores da austeridade, será o primeiro a abandonar esta política , afim de escapar à recessão . A contracção de 0,4% para 2012, prevista em Dezembro ultimo foi revisada para 1,2 % . Os outros países seguirão! E será o salve-se quem puder !
O pacto orçamental cederá em breve o lugar ao pacto de crescimento. E mesmo a BCE vai ajudar!
Portanto, não se trata de não pagar as dividas (mesmo se haveria muito a dizer sobre isto !) mas de criar as condições para as pagar!

E Portugal não deve ser mais “ royaliste que le Roi” !

Freitas Pereira

Gonçalo Capitão disse...

É gente que devia ter vergonha de algumas bacoradas do pós 25 de Abril (que não da Revolução em si, sublinho).

Para mim, o pior é o Otelo que, em vez de estar preso, anda a incitar golpes de estado e a confessar bigamia...

Triste País o nosso...