José Eduardo Simões recandidata-se à presidência da Associação Académica de Coimbra/O.A.F. e acho natural que o faça.
Desde logo, eticamente, nada o impediria, dado que a sua presunção de inocência se mantém intacta no processo de que foi alvo e em que, independentemente do resultado final e para o que aqui nos importa, é acusado de ter beneficiado a Académica.
Depois e também pelo que fica dito, é um homem de um academismo inquestionável e em nome do qual sacrifica a sua vida pessoal e profissional, sem que disso se vanglorie ou sem que, a esse respeito, se lhe oiça um queixume.
Em terceiro lugar, podemos sempre olhar a obra: a Academia e a recuperação (ao que leio) exemplar da “Sede dos Arcos” são infra-estruturas de que poucos clubes (a esta hora estará o meu Amigo Dr. Reis Torgal, se me der a honra de me ler, a sublinhar que a Académica não é um clube…) podem gabar-se. Muitos falaram sobre o assunto, mas JES concretizou os projectos.
Em quarto lugar, o processo de modernização da AAC/OAF passou por um longo e abrangente processo de revisão estatutária, no qual a direcção a que JES preside ouviu diversas sensibilidades e prolongou a discussão pelo tempo que os associados entenderam necessário.
Estrutural tem sido, de igual modo, a redução progressiva do passivo e a sobriedade salarial, que nos permite sermos dos poucos cumpridores atempados.
De seguida, os recursos humanos. Seria justo não esquecer que foi com Simões que Domingos veio para a Briosa, mas é, mais do que isso, obrigatório dizer que foi JES quem “atravessou” o pescoço por um “rapaz” chamado André Villas-Boas, que é “apenas” o campeão nacional e o titular da Taça de Portugal e da Liga Europa. Quando outros à sua volta queriam uma opção “pobrezinha”, José Eduardo Simões arriscou!
Acresce que – talvez não tanto na última época – houve alturas em que ninguém alinhava com mais portugueses no onze titular do que a nossa Briosa, sendo que alguns aproveitaram as oportunidades de estudar e de, assim, se completarem como cidadãos.
Por fim, uma década na divisão maior pode parecer coisa pouco excitante, mas bastaria recordar as dolorosas viagens a Chaves, a Campo Maior, a Moreira de Cónegos e outras paragens mais remotas para valorizar o que penámos nesses anos (eu estava por lá, sempre que podia). O mesmo tributo deveriam prestar os associados ao trabalho do futsal e ao orgulho de que nos tem enchido (um abraço ao “crente fervoroso” Carlos Clemente!).
Além de JES, nomes como Reis Torgal, Carlos Clemente, Fernando Oliveira, António Preto e José Barros, entre outros, são, em conclusão, garantia de manutenção de bom rumo.
As últimas palavras vão para o meu Amigo Maló de Abreu, que é um grande academista, bem como muitos dos associados prestigiados que o acompanham (estou certo que nenhum deles algum dia dirá que “a Académica é como outro clube qualquer” – recado dado): trata-se de uma candidatura meritória, apesar de razões ponderosas me levarem apoiar José Eduardo Simões.
* Este texto foi concebido para publicação, que não teve lugar.
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