sexta-feira, 28 de outubro de 2011
Nem Sá Carneiro escapa
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
GONE WITH THE WIND
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Se estivesse no Parlamento e fosse de esquerda chamaria a esta publicação "palhaçada"
Era discutida lei-quadro da competitividade e empreendedorismo. Pedro Saraiva distribuiu post-it pelos assentos parlamentares para recolher ideias, e utilizou os projectores da AR para partilhar a máxima da fábula de La Fontaine "A cigarra e a formiga".
A esquerda não gostou e apelidou de "palhaçada" a iniciativa.
Ora, vamos por partes:
O debate era sobre empreendedorismo. O que faz um empreendedor?
À partida, diria que surge no mercado com uma ideia inovadora e lança uma start-up. Mas em Portugal, para não ser apelidado de idiota ou outras coisas chatas, é bom que se fique por abrir um café;
Ainda que seja um café. Para se manter no mercado de forma competitiva, deve ter um factor diferenciador.
Requer um exercício de brainstorming. Se o grupo é composto por 230 pessoas e não há um software integrado de partilha de informações, o post-it parece-me uma boa solução;
Supondo que o grupo até precisa de inspiração, dado que metade não foi capaz de apresentar qualquer solução para os destinos do café nos últimos 5 meses, e até tens um projector catita para todos receberem in-puts.
Utilizá-lo para partilhar a tua ideia pode ser porreiro. Numa empresa, costumamos chamar a isto estratégia motivacional.
Sobre a fábula, disse Catarina Martins do BE que tinha sido utilizada pela propaganda em 1933, sendo um absurdo apresentá-la em 2011. Referia-se claramente aos movimentos fascistas portugueses. Podemos depreender que quem se revê na "Cigarra e a Formiga" é fascista? Ou podemos depreender que quem concorda que no trabalhar é que está o ganho é fascista? Ou quem não é reaccionário é fascista?
Espera, mas é a direita que deveria ser reaccionária. (calma, eu vou perceber isto)
sábado, 22 de outubro de 2011
Educação
Como sociedade, somos (ou devemos ser) sensíveis a esta temática, quer pelo seu papel crítico na formação das novas gerações, quer nas implicações directas que tem no desenvolvimento e futuro da nação.
Em boa verdade, várias gerações de decisores políticos que passaram pelo poder nas últimas décadas não souberam cumprir a sua missão nesta área pelo que deixo agora algumas reflexões sobre qual considero que deveria ser o rumo das políticas de educação no nosso País.
Historicamente, nomeadamente desde a era da industrialização, a educação seguiu os princípios ideológicos do chamado socialismo, massificando o ensino, tratando tudo e todos por igual. Passados mais de 100 anos, continuamos exactamente com o mesmo sistema, como que ignorando as evoluções e necessidades vigentes da nova era digital e de informação que hoje vivemos. Parece que a globalização e suas consequências enquanto difusora livre e democrática de conhecimentos não existem na realidade paralela em que se vive nas escolas e universidades portuguesas. A nossa visão tem que ser diametralmente oposta, devendo estar assente num espírito de abertura para o mundo; temos que acreditar no valor da individualização e que o ser humano deve estar sempre no centro de toda a acção política.
Primeiro, e antes de mais, devemos ser os primeiros a assumir que chegou a hora de acabar de vez com o jogo das culpas. Nesse jogo, os pais culpam os professores, os professores culpam os pais, estes culpam os conselhos directivos, as universidades culpam os liceus, que por sua vez culpam as escolas básicas e, por fim, todos acabam por culpar os políticos. Chegou a hora de dizer basta! Chegou a hora de parar com este jogo e de deixarmos de continuar a aceitar o fracasso do sistema como uma fatalidade ou destino – enquanto assim não for, nada se resolverá.
Por isso, vamo-nos concentrar todos, em equipa, em encontrar as soluções que nos permitam entrar numa nova era para a Educação em Portugal. Honra seja feita, neste aspecto, o nosso Ministro Nuno Crato tem feito um trabalho excepcional tendo definido de forma clara a sua visão de exigência em que podemos e seremos melhores. Para entrarmos nessa nova era, é obrigatório começar por encarar cada criança como um ser individual: com características, virtudes e defeitos próprios – cada criança tem um ou mais talentos e é nosso dever criar um sistema educativo que encontre e explore essas potencialidades! Não podemos continuar a fomentar um sistema que utopicamente exige que todos os alunos sejam bons em tudo… Se nenhum adulto consegue alcançar esta proeza, como serão as crianças capazes?
O nosso maior erro tem sido o de tratar todos por igual… é nossa missão assegurar que cada criança seja bem sucedida nas áreas em que apresenta maiores capacidades, sobretudo sabendo que esse sucesso na infância irá ditar muitos dos sucessos que poderá vir a ter na sua vida adulta.
Sejamos francos: a escola não vale pelos conhecimentos enciclopédicos que nos impõe mas sim pelas ferramentas que nos faculta para enfrentar as dificuldades e problemas do dia-a-dia. Em vez de ensinarmos a “marrar”, que tal ensinarmos a “pensar”?
No entanto, para que um sistema educativo seja capaz de ter esta abordagem individualizada, é necessário assumir duas coisas: Primeiro – que nenhuma criança tem dificuldades de aprendizagem, mas sim têm exigências diferentes de aprendizagem; e segundo –que as crianças processam informação de modo diferente umas das outras, exigindo uma adaptação personalizada do método de ensino. Outra questão que se coloca é o das reformas dos sistemas educativos. Nas últimas décadas, várias foram as reformas oriundas do Ministério da Educação. Curiosamente, essas reformas focalizaram-se quase sempre no ensino secundário…
Parece que o que é evidente deixou de o ser e, Ministro após Ministro, ninguém foi capaz de assumir que o problema é que os alunos chegam ao secundário e às universidades mal preparados, com maus hábitos e com falta de valências que lhes permitam ser bem sucedidos. Os problemas estão na base, bem no inicio, e não no final da vida académica pré-graduada. Chegou a hora de nos consciencializarmos sobre a importância do ensino pré-primário e primário e sobre a urgência de as transformar profundamente. As evidências da caducidade do actual sistema estão também patentes no aumento que se verifica nos níveis de racismo, xenofobia e criminalidade entre indivíduos que não completaram sequer a escolaridade obrigatória. Não só o sistema não cumpre os seus objectivos de formar cidadãos solidários e capazes de ajudar ao desenvolvimento do país, como nem sequer cativa a participação dos próprios alunos.
Portanto, para iniciarmos esta reforma por um inovador sistema de ensino, devemos assumir que a educação não começa nem acaba nas escolas. Hoje é irrefutável a importância do papel das famílias e das comunidades em que estão inseridas na formação de qualquer criança ou jovem… então porque é que ignoramos a sua existência e não fomentamos a sua participação? Tem de ser dada a importância devida às associações de pais e às reuniões entre pais e professores – porque é que o professor não pode ir à casa dos alunos de modo a começar a quebrar a barreira entre a escola e a casa? Os Professores têm que assimilar que eles têm uma missão única e histórica e a sociedade tem que lhes reconhecer esta grandeza.
Também as comunidades devem ser incentivadas a colaborar com as escolas e deve ser fomentado um espírito de missão entre os membros de determinada comunidade de modo a que sintam orgulho e vontade de melhorar a sua escola. Mas este tipo de espírito só poderá ser alcançado a longo prazo se as crianças de hoje tiverem direito a uma verdadeira educação para a cidadania – que lhes incuta um espírito empreendedor, mas solidário – de modo a que as crianças de hoje, adultos de amanhã, não sejam indiferentes às dificuldades e problemas que os possam rodear. Quando toca à nossa comunidade e ao nosso País, temos o dever de ter sentido de missão… e de transmitir esse sentido de missão às novas gerações.
Evidentemente, neste novo sistema, a educação para a cidadania tem de ser acompanhada por uma educação para a saúde, de modo que cada indivíduo se possa conhecer e respeitar a si próprio, no sentido de assim se formarem cidadãos justos, solidários, empreendedores e, sobretudo, mais responsáveis e conscientes do seu papel em sociedade.
Os nossos estabelecimentos de ensino devem ser templos dirigidos à beleza do conhecimento, à tolerância, à cidadania e à solidariedade.
Tem que se reconhecer que cada aluno é especial e único, mas também é determinante que cada aluno perceba que pertence a uma sociedade a um mundo Maior, que extravasa as paredes da sua escola.
Tal como afirmou Albert Einstein: “A Educação é tudo que nos resta, depois de esquecermos tudo que aprendemos na escola”.
Está na hora de darmos às crianças de Portugal a Educação que elas merecem.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Para Consumo Interno
Pelo Oeste, o meu berço lusitano, o cenário é algo preocupante nalgumas das suas cidades. Em Alcobaça, uma passagem pelo percurso pedonal que conduz ao centro histórico leva-nos a concluir que são poucos os lojistas que subsistem ao contexto económico, sendo que nem os turistas lhes valem. Não muito longe, na cidade das Caldas da Rainha, outrora uma cidade orgulhosamente afamada pelo bom comércio tradicional – do famoso mercado diário na praça central à movimentada «Rua da Lojas» - o movimento em ambas já não é o que era. E disso é sintomático o encerramento de um emblemático estabelecimento local – a Livraria 107 – que infelizmente não resistiu às «fnacs» deste mundo.
Porém, o pequeno comércio não pode recorrer eternamente à concorrência das grandes catedrais de consumo como bode expiatório dos seus males. Veja-se o caso de Leiria, onde os centros comerciais coexistem pacificamente com o comércio de rua e, noticiava o Região de Leiria em Julho passado, é nas grandes superfícies – no caso, LeiriaShopping – que as vendas caíram a pique. A verdade é que o comércio local tem também que reconhecer mea culpa, já que muitas vezes resistiu a acompanhar os tempos e os novos consumos, refugiou-se em horários confortáveis e nem sempre soube agilizar os procedimentos com a clientela.
Outra realidade que não vale a pena ignorar é a imbatível oferta das ditas ‘lojas dos chineses’. É legítima - esclareça-se desde já-, mas há que reconhecer que sufoca o comércio em seu redor, pois a oferta é vasta e os preços são tentadores nos tempos que correm. E se durante anos se convencionou que os benefícios do comércio com a China superavam os custos, um estudo recente levado a cabo por investigadores (alguns deles do MIT) concluiu que a velocidade a que a China cresceu como exportadora e a concorrência dos seus produtos estão a provocar danos na economia americana, verificando-se quebras generalizadas de emprego (industrial, mas não só) nos condados mais expostos às importações chinesas. Certo é que, no caso português e a este ritmo, não tardará muito para que se encontrem as ditas lojas «porta sim porta sim», o que, convenhamos, descaracteriza o nosso comércio. A propósito, não sei a razão, mas despertou-me curiosidade o facto de uma outra cidade do Oeste - Óbidos – não contabilizar uma única loja destas no seu centro histórico, mantendo o seu comércio pitoresco e com carimbo local.
Nos últimos anos são muitas as iniciativas de promoção do nosso comércio, mas isso não parece ser suficiente. Fazer renascer o comércio dito tradicional é de extrema importância, pois não só serve de motor de desenvolvimento das nossas cidades, como potencia o consumo de produtos locais, gerando emprego e riqueza. Pequenos passos que se reflectem na «economia cá de casa».
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Gaddafi
O Destino Trágico de Stefan Zweig
sábado, 15 de outubro de 2011
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
Uma chegada e um regresso
Não somos da mesma geração. Raramente partilhamos o mesmo trilho ideológico. Porém, no LODO somos mesmo assim: quando vemos alguém tão ou mais inteligente do que nós não tentamos eliminá-lo ou subjugá-lo ao grupo/bando; antes o convidamos a juntar-se a nós e a enriquecer-nos com o seu saber.
Já no nosso Doc. Milk (Ricardo Leite) decidiu voltar a abrilhantar o blogue com a sua prosa fresca e avisada. Tratando-se de um jovem e promissor Deputado, são palavras a ler com atenção e expectativa sobre as seguintes.
Reflexão pessoal sobre a Situação de Emergência Nacional
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
SOU EUROPEU
A globalização deixa atrás dela um rasto de ruínas industriais, em todos os países ocidentais.
Freitas Pereira.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
Ladra, mas não morde
segunda-feira, 10 de outubro de 2011
Cultura [a quanto obrigas]
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Sindicatos de todo o mundo,
Sobre estas iniciativas, quero deixar apenas algumas notas:
- O direito à manifestação pacífica, consagrado constitucionalmente, não significa que seja viável sairmos de casa para gritar umas palavras de ordem contra não sei bem o quê (saberão as excelências?) a cada quinze dias;
- A sustentabilidade do sindicato, do movimento ou da organização ou comité seja ele qual for, é também colocada em causa dado que consequentemente e manif após manif vai perdendo boas oportunidades para fundamentar quaisquer que sejam as suas reivindicações;
- De qualquer modo, os cartazes estão giros;
- No que respeita a Portugal, o governo PSD/CDS-PP foi eleito há pouco mais de 100 dias, com apoio expresso da maioria dos portugueses;
- O mesmo governo reforça a sua legitimidade, conforme podem suas excelências confirmar;
- As medidas tomadas desde então estão consagradas no compromisso europeu para garantir o equilíbrio das contas públicas;
- O memorando da troika foi conhecido antes de o povo (este mesmo povo que muitos dos que vão na Grande Marcha referem como a sua maior preocupação) ter colocado o voto nas urnas;
- O apelo aos "camaradas do SIS" no anúncio publicado no Arrastão faz-me lembrar uma vez mais a mania da apropriação que muitos sentem quando as forças de Estado mostram algum descontentamento face à sua situação corporativa.
A bem da saúde da nossa democracia, haja sensatez.
Transiberiano IX – Epílogo (Vladivostoque)
A “São Francisco” russa destaca-se, desde logo, pela sua baía
A encerrar, um passeio na Praça Bortsov Revolyutsii,
pela Catedral,
e o marco do quilómetro 9289,
sábado, 1 de outubro de 2011
Reforma Administrativa do Poder Local
E para que o debate que aí vem convém desde já desmistificar a ideia que se trata “apenas” do incentivo à fusão de municípios; diminuição/corte nas juntas de freguesia; nos políticos e dirigentes autárquicos e nas empresas do Sector Empresarial Local.
Não. Isso já seria muito. Mas é mais, muito mais. E para o corroborar bastará ver o enquadramento legal que será alvo de revisão.
Os tempos são propícios ao ímpeto reformista e o Parecer (quase) generalizada junto dos nossos opinion makers é que o Documento está bem feito e é bem-vindo. Aliás, se virmos bem, a maioria das propostas vai ao encontro daquilo que há muito se defende na sociedade civil e no debate político: actualização do mapa administrativo; racionalização e “controlo” do Sector Empresarial Local (SEL); maior eficiência e eficácia ao nível da gestão municipal e intermunicipal; e a revisão das competências, composição e formação dos órgãos autárquicos.
Se a orientação estratégica está aprovada, agora importa explicar que esta Reforma deve ser vista como uma alavanca à competitividade e não apenas como uma medida de redução de despesa, algo que, aliás, duvido que aconteça, porque não será fácil promover ganhos em termos de eficiência e eficácia gastando menos, mesmo que concordemos todos que muitos dos problemas da nossa Administração Local seja a sua desorganização.
Voltaremos mais tarde ao tema no seu todo mas, para já, queria escrever-vos sobre um ponto que tem passado despercebido e que é de enorme importância, a Revisão do regime de financiamento das autarquias locais (alínea e) página 27 do Documento).
Aguardando-se ainda por saber o que pensa o Governo sobre esta matéria, desde já vos deixo aqui o meu modesto contributo sobre dois pontos:
1) O primeiro, e já aqui vos escrevi sobre isso, é a necessidade de alterar o modelo fiscal face à elevada dependência das receitas por parte da construção e do imobiliário. Creio que seria preferível passar, por exemplo, parte da Derrama e do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis), e mesmo algumas taxas e competências urbanísticas (ajudando assim a acabar com algumas dúvidas de honorabilidade sobre A ou B) para a Administração Central e, em contrapartida, aumentar a participação das Câmaras no IRS (que actualmente tem um tecto de 5%) e/ou aumentar o valor das transferências em sede de OE.
2) Depois, acabar com a pouca vergonha que são os empréstimos excepcionados aos limites de endividamento. O que se tem verificado nos últimos anos são municípios completamente endividados e que ainda assim dispõem de capacidade para se endividarem ainda mais.
Por exemplo, os estádios para o Euro2004 que à mercê uma Lei de 2002 e do OE/2003 fazem com que os empréstimos que foram contraídos não impliquem qualquer agravamento à capacidade de endividamento municipal.
Temos ainda o exemplo de muitas obras financiadas através com Fundos Comunitários que são excepcionadas aos limites de endividamento, cuja parte destinada à participação pública (ou seja, não co-financiada) foi suportada através de empréstimos bancários onde se aplicou o tal princípio da equidade inter-geracional que desgraçou as nossas contas públicas e endividou as gerações futuras.
Em suma. A solução não podia ser mais simples. Como são todos para pagar, todos devem constar para os limites de endividamento.