sexta-feira, 29 de maio de 2009

Globalização ma non troppo

Ainda ao redor das Conferências do Estoril, para mim, permanece no meu espírito uma pergunta para as quais apenas obtive resposta parcial (designadamente, da parte de Tony Blair, a quem tive a oportunidade de a fazer directamente): na nova ordem ou desordem mundial, são os conceitos políticos globalizáveis? Estamos condenados a optar por um qualquer fundamentalismo ou pelo relativismo?

Vem isto, desde logo, a propósito da própria democracia, enquanto regime político. É exportável? Subsistiria um país com a dimensão e cultura da China a uma ocidentalização política? Em sentido contrário parece abonar a história contemporânea da Rússia, que depois do desmando da era Ieltsin – que retirou o Partido Comunista da sua posição de trave-mestra do sistema político – veio o período actual em que a “rédea curta” de Putin parece representar a tentativa de controlo do sistema político e do mercado russos e o combate a eventuais tendências centrífugas. Claro que em favor da bandeira democrática existe sempre a vibrante democracia indiana, mas um novo balde de água fria podia vir da “varanda do lado”, já que o Paquistão testa a “oportunidade” da escolha popular e dos direitos cívicos a cada atentado sofrido e em cada bala disparada contra os taliban.

Normalmente, uma resposta baseada meramente nos princípios seria afirmativa a este propósito. Todavia e como sabemos, muitas vezes são os próprios candidatos a “importador” que rejeitam “aventuras” democráticas, já que os interesses dos dominadores, não raras vezes, convivem mal com veleidades opinativas.

Surgem depois dois conceitos de ainda mais delicada filigrana: o conceito de ingerência humanitária, algo que a NATO invocou no Kosovo (mesmo ao arrepio da soberania sérvia), e a legítima defesa preventiva, que escorou a desastrada intervenção ordenada por George W. Bush no Iraque (e que chegou a convencer muita gente, de Durão Barroso e Aznar a este vosso criado…).

Nos dias que correm, há vozes que nos interpelam, dizendo que o Iraque, apesar dos grosseiros atropelos aos direitos humanos (sim, porque de democracia nem se falava) perpetrados por Saddam Hussein, estava mais estável e, com isso, mais calma estava a região… Um homem de princípios – como Blair – terá que responder que, em todo o caso e com o passar do tempo, as pessoas podem escolher e têm liberdade para determinar a sua vida e o rumo do país, sendo isso um ganho que justifica os sacrifícios relativos à intervenção militar e os custos presentes e inerentes à estabilização.

A principal pergunta sem resposta, isso sim, é a razão pela qual tudo isso acontece em alguns pontos do Globo e não noutros, como o Sudão e o Zimbabué. A mesma pergunta, aliás, que deve ter ocorrido aos timorenses, durante mais de vinte anos…

Coisas de independentes...

Quando se pensava que as músicas do Toy e do Paulo Gonzo já tinham dado o que tinham a dar, eis que a TVI arranja uma novela com o mesmo nome e aproveita-as para banda sonora. Economiza imaginação.
O partido socialista adoptou uma estratégia semelhante, quando reciclou o single de sucesso do Sr. Professor Vital Moreira: "Nós, Europeus". O slogan é curto e fica bem nos outdoors de campanha para as eleições europeias, mas depois da gaffe em Évora sobre as minas de S. Domingos, fico a pensar se a nacionalidade do cabeça de lista do PS não será rapidamente esquecida...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

O Mundo aqui tão perto

Volto ao vosso contacto depois de ter tido a fortuna de participar na equipa que organizou as Conferências do Estoril, que de 7 a 9 de Maio, procuraram trazer “a globalização de regresso a casa”, querendo com isto significar que, depois de termos dado novos mundos ao mundo e ante a crise que vivemos (que não é só económica, insisto no que venho escrevendo), estamos em condições de usar as nossas especificidades culturais e geográficas para procurar encontrar a saída para esta época de mal-estar.

Contrariando alguns rótulos que procuraram colar acriticamente à classe política, o Presidente da Câmara Municipal de Cascais, António Capucho, e o seu Vice-Presidente, Carlos Carreiras, não só pretenderam, ao lançar o projecto em colaboração com o Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais, afirmar em Portugal um pólo de reflexão de excelência que, a médio prazo, se torne uma referência internacional, como interiorizaram o essencial da preservação das diversas identidades ante o turbilhão padronizador da globalização, ao aprovarem como tema da primeira edição “Desafios Globais, Respostas Locais”.

Acresce a isto a percepção do espaço que se abre a quem, num mundo sem perspectiva (quando muito podemos desejar algo, num raciocínio prospectivo), busque um modelo pós-Fórum Económico Mundial (vulgo, Davos), que a situação actual interpela impiedosamente nos seus contornos tecnocráticos e economicistas (sempre entendi que andávamos a tratar as pessoas como números, tendo mesmo afirmado essa ideia, por exemplo, em congressos do PSD); isto, claro está, se aceitarmos que o Fórum Económico e Social (vulgo, Porto Alegre) jamais passou de uma carta reivindicativa de inspiração libertária. Por tudo isto me parece ainda de aplaudir a abordagem conceptual de colocar o Estoril entre Davos e Porto Alegre em termos não apenas geográficos (algo que é evidente e inexorável…), mas também em matéria de concepção ideológica, de ideal social…

Durante 3 dias, num momento que creio relevante para a auto-estima dos cascalenses, em particular, e dos portugueses, em geral, personalidades dos mais diversos quadrantes ideológicos, religiosos e geográficos (destaco Tony Blair, Fernando Henrique Cardoso, Mary Robinson, José Maria Aznar, Joseph Stiglitz, Yegor Gaidar, entre muitos outros, sem esquecer a actriz Daryl Hannah que, sendo uma activista do desenvolvimento sustentável – quiçá por inspiração dos seus tempos de sereia, no filme “Splash” – foi desafiada a explicar o papel que Hollywood pode ter nesse combate) confrontaram ideias e permitiram afinar raciocínios sobre um mundo que desejamos multilateral, mas que é multipolar ao mesmo tempo; sobre a maneira como as empresas transnacionais colocam a sua autoridade económica acima de muitos centros de decisão política; sobre o modo como exaurimos os recursos do Planeta e como colocamos em xeque o futuro e sobre o futuro das identidades e dos valores, num Mundo globalizado.
Foi, em suma, um privilégio, ficando a esperança de que a decisão seja a de manter viva uma chama que ainda pode iluminar caminhos importantes.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Com boas intenções, mas reprovados a Línguas

Os meninos bem do Rotary, cheio de boas intenções, inauguraram o muro com pompa e circunstância (e uns amores-perfeitos a emoldurar). Tudo muito catita, sim senhor. A mensagem em português, passou. Já quanto ao inglês, o francês e o espanhol, não é tão certo que tal suceda... Atente-se os erros grosseiros em cada uma das três frases, a manchar a iniciativa.

Este é bom!

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Se é a sério, não parece


À primeira vista dir-se-ia que é propaganda a uma qualquer igreja alternativa, chamemos-lhe assim. O jovem socialista aconselhou-se mal na pose para a foto (que raio faz ali aquela mão à P.Abrunhosa??!) e pior ainda quanto ao grafismo da coisa... Depois, teve o azar de ter tido uma mãezinha que escolheu um nome próprio que também remete para a religião - recorde-se São Marcos e veja-se a quantidade de pastores que foram brindados com este nome. Consta que vem do latim e significa "grande orador". Até pode ser que o candidato à autarquia de Oeiras seja um mestre da retórica, mas não creio que seja isso que lhe fará derrotar o Mestre Isaltino Morais...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Até Depois João Bénard da Costa


É dificil encontrar palavras para homenagear alguém que fez tanto pela nossa cultura e especialmente pelo cinema português.
Pena foi ter-nos deixado, precisamente antes de um filme português (uma curta metragem) ganhar pela primeira vez uma palma de ouro. Estou certo que onde quer que estaja estará imensamente orgulhoso.

«É a pronúncia do Norte, corre um Rio...


... para o mar». Diz a música. Eu cá digo que Rio (con)corre para ganhar. Com os dois pés no Porto, eis o exemplo de uma campanha inteligente. Quando já mais ninguém podia ver Elisa Ferreira à frente - a senhora tem cartazes de campanha em tudo quanto é Porto! -, finalmente surge a campanha do actual edil, Rui Rio, a matar dois coelhos de uma só cajadada. As previsões indicam que a ambiciosa candidata do PS que tem um pé no Porto e outro na Europa, não vai longe... por muito que corra.

Rio é senhor para arrecadar uma maioria pela terceira vez , não só pelo que tem feito na Invicta - diga o que diga a má língua do costume - mas desta feita porque conta com uma mãozinha da adversária, a tal que concorre às europeias e às autárquicas, a ver o que é que dá... Eu não sou grande coisa nas previsões, mas diria que vai dar mau resultado. Já diz a sabedoria popular que "quem tudo quer, tudo perde".

Quanto ao cartaz de Rui Rio, é dos melhorzinhos que se tem visto por aí: sóbrio, claro e conciso, a passar a mensagem de «determinação» que tanto caracteriza o autarca e, no meio de tudo isso, ainda se puxa as orelhas à adversária... De parabéns.

sábado, 9 de maio de 2009

Lodo, SAD nas Conferências do Estoril II


[Diogo, João Morgado e Prof. Aranda da Silva]




[Dulce e Maria João, ao intervalo]



[ João Pedro e o Abade de Priscos]


[Gonçalo num frente-a-frente com o osso duro de roer (leia-se: Prof. Tariq Ramadan)]



[Gonçalo vs. Sir Tony Blair]

Uma Nota sobre Manuel Aranda da Silva

Manuel Aranda da Silva é um homem com um percurso notável que por si só justificaria a minha admiração. Depois ter desempenhado funções como ministro do comércio no governo de Moçambique (nos anos 80), ingressou numa carreira nas Nações Unidas onde leva já um longo percurso associado à coordenação da ajuda humanitária em Angola, na Somália e no Sudão e ao Programa Alimentar Mundial. Ainda assim, teve uma atitude para comigo que dificilmente esquecerei e que me faz nutrir por ele uma admiração ainda maior.

Durante o painel de sexta-feira à tarde, relacionado com os recursos energéticos, tive a oportunidade de questionar os intervenientes (entre eles Manuel Aranda da Silva), sobre o facto de as populações dos países exportadores de petróleo não beneficiarem da riqueza gerada por esta "matéria-prima", o que associei aos elevados níveis de corrupção que persistem nestes países, ao mesmo tempo que coloquei em causa a actuação dos países ocidentais face a este problema (impera na maioria das vezes o pragmatismo em detrimento da preocupação com o bem-estar destas sociedades).

Em resposta à minha questão Aranda da Silva alertou-me para não associar de forma tão linear a corrupção aos países em desenvolvimento (PED), e para a responsabilidade dos países desenvolvidos neste fenómeno. Apesar de não ignorar que os países ocidentais são em grande parte responsáveis por esta situação e simultâneamente os que mais beneficiam dela, admito que a forma como coloquei a questão deixou transparecer alguma insensibilidade relativamente a este ponto, que de algum modo é inerente a qualquer ocidental.

No final da conferência Aranda da Silva teve a gentileza de vir falar comigo, dizer-me que tinha compreendido a intenção da minha questão, mas que considerava que deveria ficar clara a quota parte de responsabilidade dos países ocidentais neste problema e o erro implícito que subsiste na associação generalizada da corrupção aos PED. Conseguiu surpreender-me ainda mais quando, com uma sinceridade da qual não consigo duvidar, referiu que saiu do governo moçambicano com pouco mais de 150 euros no bolso, numa situação bastante diferente de muitos dos seus colegas. Percebe-se porque é que Mocambique constitui hoje em dia um exemplo de governação em África, o exemplo deste homem perdurou.

Despediu-se deixando a promessa de escrever um livro sobre a temática, expondo claramente as ligações obscuras entre empresas, governantes e instituições ocidentais e a corrupção em África. Espero ansiosamente pela possibilidade de o ler.

Provavelmente não reencontrarei este notável senhor, de qualquer forma demonstro deste modo o meu profundo agradecimento pela amabilidade e o exemplo.

Aznar numa [ou duas!] frases


João Morgado: «Sou um filho cansado da Globalização.»

Diogo: «A Globalização é algo que não volta atrás.»

Dulce: «A arte de governar não consiste em dizer frequentemente "Sim", antes em saber dizer tranquilamente "Não".»

«A Globalização tem um saldo mais positivo que negativo. E isso convida-nos a aprofundar este fenómeno.»

«Acredito na aliança dos civilizados, a que repeita as regras, a tolerância, o Estado de Direito, que não utiliza terrorismo, que não coloca bombas nas torres gémeas ou em Madrid, que compartilha valores de tolerância.»

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Tony Blair numa [ou duas!] frase[s]


Dulce: « (...) a Globalização é um conceito muito mais significante e relevante. É literalmente: Mudar o Mundo.»

«Para terem uma ideia das minhas previsões sobre o Mundo, há 18 meses atrás o meu filho perguntou-me que carreira profissional o aconselhava a seguir e eu respondi: Banca."

«O séc. XX foi o século das ideologias, dos rótulos "direita e esquerda". O século XXI oscila entre a abertura e a clausura de espiríto.»

João Morgado: «Problemas globais requerem soluções e alianças globais.»

«Os vencedores não são aqueles que comentam, são aqueles que fazem.»

Diogo Gaspar: «As várias religiões seguidas no Mundo não devem ser motivo de divergência, mas sim de convergência»

«As alianças políticas devem ser feitas com aqueles com quem partilhamos valores: apoiar ou fazer alianças políticas com ditaduras [para obter supremacia] é imprudente»

Tânia Morais: «For how long do you think I´m in politics? Of course I´m not gonna answer your question...» (quando questionado sobre se haveria diferenças na forma como geriu a Grã-Bretanha se durante o seu mandato o Presidente dos EUA fosse Barack Obama e não G. W. Bush)

A conferência mais esperada do dia

Iniciar-se-á daqui a momentos a conferência com Tony Blair, o rosto do partido trabalhista britânico da última década (1997/2007) e o culminar de uma das melhores estratégias de reconstrução partidária e comunicação política que os trabalhistas orquestraram já desde a década de 70.

Apresentado por Nuno Rogeiro, estamos perante um dos homens mais influentes do Mundo, reconhecido como estrela Pop - lembre-se a interpretação de Hugh Grant em Love Actually - europeísta convicto e um optimista.

Diz que é um dos melhores oradores do Mundo, aguardemos as suas palavras.

Críticas com Pimenta*

Eloquente e entusiástico – foi assim que, no painel Recursos & Sustentabilidade, Carlos Pimenta expôs a sua intervenção. Preocupado, sobretudo, com o desperdício das energias e com o recurso à água, Pimenta arregaçou as mangas com a vontade de quem quer resgatar o globo de um mal sistémico. Criticou a falta de mobilização, sobretudo da classe política, mais preocupada, segundo diz, com autoestradas e esse tipo de «manias». Colhendo, mais que uma vez, os aplausos da assistência, assim se evidenciou com os apelos à classe política, à sociedade civil, mas também (como homem dos dias de hoje que é) com uma certa crença na faculty e no empowerement...!

*o título contou com a colaboração do co-repórter João Morgado.

Do cajú

No âmbito das Conferências do Estoril, foi ontem entregue o Prémio Bolsa de Investigação '09, cabendo o primeiro lugar ao autor do projecto «Segurança alimentar e comércio mundial - o caso da monocultura de cajú na Guiné-Bissau».
Vendo a foto acima começamos a perceber quem tira partido desta investigação...

As Conferências do Estoril e o elogio das expressões compridas


Leopoldo Guimarães: [...] relativamente aos Países em Desevolvimento (PED)...eu digo PED, mas nem concordo muito com este termo...em gosto de chamar-lhes países culturalmente mais ricos que o Ocidente, mas economicamente mais deprimidos!

Judite de Sousa: Essa expressão não é nada televisiva!

LD: Pois não, mas fica a ideia...

Stiglitz: Prognósticos só no fim do jogo


Se House (da mítica série) é tido como o melhor homem para diagnosticar doenças infecciosas, Stiglitz provou ser o melhor homem para diagnosticar as causas da Crise.

Falou da falta de ética que pautou o funcionamento dos mercados financeiros e da ingenuidade dos que caíram nas suas malhas. "There was a global market for fools, half of them were europeans", falando da comercialização internacional de títulos associados ao subprime.

Fez também referência aos antecedentes relativos às políticas da administração Bush. Medidas como a redução da carga fiscal para as classes com maiores rendimentos, algo que supostamente funcionaria como um incentivo à produtividade e empreendorismo destas pessoas, funcionou no sentido inverso. Gerou-se uma espécie de redistribuição invertida do rendimento, das classes mais baixas para as classes mais altas, levando como consequência a uma corrida desenfreada ao crédito fácil por parte do último grupo.

Não terminou sem antes enunciar aquelas que considera serem as melhores saídas para a Crise. Advogou que os estímulos estatais deveriam ser mais abrangentes e melhor estruturados, pôs em causa a redução da carga fiscal da classe média, que em época de Crise não se traduz em mais consumo, mas em mais poupança, incentivando ainda o apoio aos países em desenvolvimento que podem funcionar como motores de um novo desenvolvimento, faltando-lhes no entanto os meios.

A melhor conclusão que podemos retirar das declarações do Nobel da Economia é que parece irracional que uma Crise como a actual tenha eclodido, quando os seus sintomas eram tão claros.

por João Morgado, gentilmente dactilografado por Dulce Alves :)

É verdade, temos concorrência...


... mas é da boa!

A par da Lodo SAD, também o 31 da Armada está a fazer a cobertura - a la blogger - das Conferências do Estoril. Claro que o 31, de cuja equipa também faz parte o nosso Capitão, não é novato nestas coisas... - eu pelo menos já os conheço destas andanças, particularmente, de reportagens feitas em congressos partidários. Acresce, cumpre dizer, que dispõem de outro tipo de meios (vídeo) e de acessos aos bastidores, coisas de que aqui os cinco destacados colaboradores do Lodo não usufruem, mercê da modéstia da instituição que representamos. Também por isso, vale a pena espreitar o 31 e ver as Conferências do Estoril sob outros prismas.

Lodo, SAD nas Conferências do Estoril I

[ João Pedro Cruz, Tânia Morais e João Morgado]

[João Pedro Cruz, Tânia Morais, Diogo Nogueira Gaspar, Dulce, João Morgado]

[Tânia e Dulce]


[João Pedro, João Morgado, Gonçalo Capitão e Diogo Gaspar]

Globalização também é isto


Um chinês (Shi Yinhong), um norte-americano (Robert Hunter), um inglês (David Held), dois portugueses (Àlvaro de Vasconcelos e Judite de Sousa), um russo (Yegor Gaidar), uma indiana (Radha Kumar) e um egípcio (Samir Amin) num mesmo palco, a debater aquilo que nos aproxima e tudo quanto ainda (bem ou mal) nos separa.

Tendências

A julgar pelos pescoços dos conferencistas e oradores, a gravata lilás (as mesmas que o tio de José Sócrates usa, veja-se aqui) estão na moda. Ontem foi o nosso colaborador João Pedro e uns tantos conferencistas, hoje foi António Carrapatoso e Carlos Zorrinho que coincidiram na cor. Bonito...

Omnipres(id)ente

Não tem voz nestas Conferências, nem está fisicamente presente, mas é o personagem político que tem acompanhado todos os painéis ao longo destes dois dias. Todos falam em Barack Obama, uns com mais esperança e paixão que outros, mas todos com a certeza de que o Presidente dos EUA muito pode (e tem) a fazer na construção de uma aldeia global mais equilibrada e sustentável.

Exclusivo LODO: Soares tem apoiantes nas Conferências do Estoril





Diz com frequência o nosso Mui Digmo. Administrador que, quem dorme sonecas onde não deve está a «apoiar Mário Soares». Pois bem, por essa ordem de raciocínio e a julgar pelas fotos supra, tanto o ex-primeiro ministro russo, Yegor Gaidar, como o nosso (salvo-seja) D. Duarte Pio de Bragança apoiam, declaradamente, Soares. Fizeram-no enquanto decorria um painel por demais interessante, onde se debatia animadamente as diferentes visões sobre os desafios que a globalização oferece, razão pela qual não pudémos deixar de aqui puxar as orelhas aos dois senhores. A julgar pela prestação, não tarda nada estão são convidados para membros da Associação dos Amigos da Sesta, a par de Soares.

A «verde» Daryl Hannah

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Fernando Henrique Cardoso numa [ou duas!] frases


Tânia: "E se estavam vendendo tulipas a 15.000 florins... Ora, uma tulipa não vale tanto..." (sobriedade e à vontade na explicação da especulação financeira desde o século XVII)

João Pedro: "O que espero do próximo Presidente dos EUA é que restabeleça a atitude/respeito moral dos EUA para o mundo".

Dulce: "O coração do Capitalismo não é a fábrica, é o Banco."

Diogo: "Os EUA impuseram o Dólar que não tem ouro, mas tem tudo o resto - hegemonia política, força militar - e nós vamos nessa!"
"Neste mundo multipolar a Rússia mete cartas na mesa, a América Latina também, o Oriente Islâmico também e da Europa estamos à espera que meta qualquer coisa."

João Morgado: "A economia resolve-se na política, não por si só."

O LODO nas Conferências do Estoril


Começam hoje mesmo e o Lodo vai lá estar. A par da presença obrigatória e com certeza ofegante de dois seus colaboradores que nos últimos dois anos se dedicaram de corpo e alma à iniciativa - o Gonçalo e o Manuel -, a marca do LODO prossegue com um nortenho que propositadamente desce até à Costa do Estoril - o Senhor Enginheiro João Pedro -, com um futuro Stiglitz ainda por descobrir - o João Morgado - e dois precoces especialistas em Relações Internacionais e Ciência Política - a Tânia e o Diogo. Três dias de painéis de luxo para ouvir e reflectir, com direito a relato no Lodo tecido a cinco mãos!

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Arriscar em tempo de Crise

Há dias ouvi Luís Filipe Reis, membro do Conselho Geral do Jornal Público, confirmar num programa de rádio que aquele diário ponderou, muito recentemente, pôr fim à sua edição impressa, subsistindo apenas a versão online.

Pois bem, hoje mesmo fiquei a saber que amanhã sai um novo jornal denominado tão só de «i», dirigido à classe alta (?) e a leitores exigentes - como se não os houvesse nos demais estratos sociais... Adiante. O que me faz uma certa confusão é o lançamento de mais um jornal impresso quando a tendência é particularmente negativa para os jornais em papel. Excepção aos gratuitos que proliferam..., a indústria dos jornais já não tem a procura que teve outrora, culpa das tecnologias e da crise económica.

No início do ano a consultora Deloitte dizia já que, a julgar pelas suas contas, "em 2009 cerca de uma em cada dez publicações impressas podem ser obrigadas a reduzir periocidade, terminá-la ou encerrar totalmente". E não tardou muito até que o francês Libération anunciasse um plano de corte de custos, e que o norte americano LA Times e o inglês Financial Times dessem conta de um número relevante de despedimentos.

Longe de mim estar a vaticinar o futuro da nova publicação. Louvo-lhes o arrojo, dado o contexto, mas parece-me que se tivessem concentrado energias e capital num modelo de comunicação mais inovador o sucesso seria mais certo. Ou talvez não.... Esperar para ver.

Louvável foi a medida de Monsieur Sarkozy, em França, onde o Estado concedeu apoios à imprensa escrita e digital através de publicação de publicidade institucional, cientes da necessidade que há em manter viva esta indústria, crucial que é o seu papel na formação da opinião pública nas sociedades democráticas.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Palminhas!

O Correio de Amanhã deste dia do trabalhador traz-nos uma notícia sobre uma curiosa greve:

"Milhares de quenianas decidiram fazer greve de sexo em protesto contra as divisões entre o primeiro-ministro, Raila Odinga, e o presidente, Mwai Kibaki, que, segundo as mulheres, estão mais preocupados com questões de protocolo e precedência do que com os problemas reais do país.
A mulher do Chefe de Governo já veio a público dizer que apoia esta greve."

Queria expressar a minha solidariedade com o Chefe de Estado queniano e com os demais cidadãos daquela potência africana que se vêem confrontados com esta súbita impotência.

Creio que esta greve pode sair cara às agitadoras que agoram sonegam um bem essencial:
  1. Como flutuará a facturação das "casas da especialidade"?
  2. Que salubridade passarão a ter certas dependências das casas?
  3. Qual o grau de consumo eléctrico por sobreaquecimento dos aparelhos de DVD?
  4. E os gastos em calicida?

Enfim, um pouco de bodybuilding nunca fez mal...

Ficção com algum interesse lúdico