domingo, 26 de dezembro de 2010

Fraquinho

Thunderstruck


Usa-se o título de um dos êxitos dos AC/DC para ilustrar o dia-a-dia do Verão de Joanesburgo. Tarde sim e noite sim, uma trovoada de respeito cai sobre a cidade que se diz ser a mais fustigada pela EDP celestial... A vista do no nosso cantinho é esta.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Festas felizes

Mais um ano e a Lodo, S.A.D. vem desejar a todos os colaboradores, fornecedores e amigos Festas Felizes e um 2011 com muita massa e pouca crise.

Desejos de Natal e certezas de Ano Novo

É comum, nesta altura, as revistas e os jornais trazerem reportagens de Natal e desejos e previsões de Ano Novo. Globalizado que estou, não fugirei à regra, no mês em que passam dezasseis anos desde que o Beiras cometeu o erro de publicar um artigo meu pela primeira vez…

Sem distinção entre desejos e verdades, cá vai disto: desde logo, nem preciso de copo de cristal (quanto mais da bola…) para antever uma vitória de Cavaco Silva à primeira volta (se calhar até bastava meia volta). Não só se reconhece o perfil de estadista, como se recomenda o economista para visar as ideias luminosas do Primeiro-Ministro (seja ele Sócrates ou Passos Coelho, ou mesmo qualquer outro). Acresce que Alegre tem feito uma campanha triste… Triste pelo tom agressivo, triste pela colagem ao Bloco de Esquerda, triste pelo desânimo das hostes. Resta a expectativa de ver os bodes expiatórios que o Poeta de Águeda arranjará na noite de 23 de Janeiro.

Outra coisa que é certinha é que 2011 será a doer e nem PS nem PSD (caso avance a moção de censura) terão grande margem para repor o que perderão os funcionários públicos. Tenho para mim, como é (bom e mau) hábito dos portugueses, que lá nos acomodaremos com a ideia de vivermos pior e de sermos, cada vez mais, os últimos da Europa (mesmo atrás de países que viveram décadas de ditadura comunista). Se assim não fosse, já haveria distúrbios públicos como há sempre que chega a mostarda ao nariz dos franceses, ingleses ou alemães. Por vezes, fico sem saber se somos cívicos ou mansos…

Na “Terrinha” (a minha Coimbra), fica para ver se o PS ainda existe. Com a saída de Carlos Encarnação e a entrada de Barbosa de Melo, independentemente dos méritos deste último, abre-se uma janela de oportunidade para os socialistas lançarem um candidato carismático para a presidência da Câmara Municipal. É sabido que sai uma personalidade forte e conhecida e que entra alguém com um perfil público menos exuberante e com menor reconhecimento por parte do eleitorado (louva-se a inteligência e a generosidade de Encarnação ao sair agora, por esta mesma razão), mas também não se ignora que maior divisão do que a que existe no PS de Coimbra só mesmo a que separa as duas Coreias.

Ainda por Coimbra, vamos ver no que dá a insólita situação em que se viu a nossa Académica. Depois de um início imperial, “dois vezes cinco são dez” e ficámos sem o Jorge Costa. Sendo os motivos pessoais, nada a dizer; caso contrário seria, a meu ver, um erro de palmatória, pois a Briosa vinha fazendo bons jogos e mesmo em Braga viu-se força e harmonia ofensivas, até que a coisa se tornou desastrosa. Resta esperar que a escolha dos dirigentes em funções seja inspirada pelos bons motivos e não por alguma voz que veja a Académica como qualquer outro clube (infelizmente, embora quase inexistentes, sempre há uma ou outra voz que pensa mais em lucros do que em identidade e resultados). A esse respeito o academismo do Presidente é uma garantia a que dou valor, mormente agora que o caminho para o Jamor (ou, pelo menos, para as meias-finais da Taça) parece bem possível.

Resta-me desejar a todos festas felizes e um 2011 com a coragem necessária para as agruras vindouras, já que este vosso amigo só voltará em finais de Janeiro, depois de enfrentar o Inverno siberiano (o original…).

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Fugas e Rupturas

Penso que ninguém no seu perfeito juízo questionará, no mundo democrático, as liberdades de informação e de expressão.

Acresce que ambas sempre foram servidas por processos tradicionais, mas também por investigações ocultas, violações de privacidade e outros meios mais “alternativos” (cujo limite da tolerância reside em alguns programas de TV, jornais e blogues que apenas servem para a coscuvilhice, a intriga e o postergar da reputação das pessoas). Mesmo assim, a democracia sempre acomodou eventuais excessos em homenagem ao bem maior: saber a verdade.

É por isso que alguns jornalistas de investigação receberam prémios internacionais (com destaque para o Pulitzer) e que sucessivos “piratas” da Internet (vulgo hackers) foram sendo olhados com condescendência – desde 1983, por exemplo, ano em que as salas de cinema enchiam para ver “War Games”, filme em que o protagonista, embora com fins lúdicos, invadia um computador militar, quase desencadeando uma guerra nuclear.

Aliás, compreendendo o ganho de ter cidadãos informados, já muito antes, Thomas Jefferson, Presidente dos EUA, declarara preferir imprensa sem governo a governo sem imprensa, se a questão se pusesse.

Vem este arrazoado a propósito do sensacional burburinho causado pelo sítio dedicado à publicação de fugas de informação, WikiLeaks. De facto, os governos ocidentais, mormente o norte-americano, têm vindo a procurar reagir a divulgações de informações confidenciais, que dizem pôr em perigo a segurança nacional e a dos seus aliados.

A meu ver, é bem possível que os governos tenham razão. Qualquer liberdade sem dever é libertinagem. Neste caso, será de pensar se não há um ponto em que a liberdade de informar deva ceder ante necessidades de segurança colectiva.

Muito mais importante: admitindo que ainda não chegámos ao paraíso dos Louçãs deste mundo (entenda-se, a anarquia), quem deve julgar os limites? Jornais, televisões e blogues ou instituições constitucionalmente consagradas e democraticamente e também judicialmente sindicáveis?

Importa, depois, olhar a natureza daquilo que se revela: uma coisa é maledicência ouvida na política ou escândalos sexuais (pode meter nojo, mas não mata), outra é informação sensível sobre instalações vitais em vários países (algo que o WikiLeaks revelou).

Mas não sejamos ingénuos: o que está em jogo não é a luta dos “maus” americanos & aliados contra os pobres cruzados da verdade do WikiLeaks, nem tampouco uma genuína luta pelo tal “saber a verdade”! Estamos perante libertários (libertinos, diria eu) que acham que apoucar a civilização ocidental os torna intelectuais, como prova a decisão do Bloco de Esquerda de alojar aquele sítio virtual. Como se viessem a ter liberdade para tamanha estupidez em qualquer outro regime, acaso destruíssem este… É Natal; perdoemos-lhes a ingenuidade…

sábado, 11 de dezembro de 2010

Uma notícia amarga

O tema do dia pode, apriori, parecer mais doce que o habitual, tratando-se de açúcar, mas o seu racionamento nos supermercados gera preocupação, sobretudo numa quadra que se quer doce. A notícia apanha desprevenidos os portugueses, que nalguns supermercados apenas poderão comprar dois pacotes, restrição que traz à memória outros tempos... Agora o motivo é diferente, sendo que a produção de cana de açúcar tem descido abruptamente, o que tem disparado o preço do produto nos mercados internacionais e, consequentemente, encarecido a respectiva exportação. Conclusão: não só a compra deste produto começa a ser racionada, como é inevitável que o seu preço dispare. Bem vistas as coisas, antes açúcar que outras espécies de bens essenciais. E depois, não se aflijam, que não é díficil encontrar substitutos de açúcar: mel, frutose, maple syrup (xarope de ácer) e agave nectar, por exemplo.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Lodo, SAD ou os pioneiros da gulodice




Acabo de ler que as famosas Bolas de Berlim do Natário, incontestável talismã dos congressos do Lodo, foram agraciadas com o (justo, cumpre dizer) Prémio Mérito Comercial, pela tradição e qualidade com que há décadas brindam os vianenses e os turistas. A notícia dá também conta de que a pastelaria tem já um vasto grupo de fãs no Facebook, ao qual eu aderi. E não é que a foto de perfil é precisamente a nossa, tirada neste inesquecível convívio por terras de Aveiro?! Com tanta ajuda na publicidade à casa, bem podiam agraciar a Lodo, SAD com umas fornadas das melhores bolas de berlim do mundo...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Alegrias e alergias

Na passada terça-feira, fui torpedeado com duas declarações do “Campeão da Liberdade” e “Primeiro Republicano à face da Terra”, Manuel Alegre: a primeira versava o facto de nunca ter feito parte do salazarismo, sendo desde sempre um resistente.

Ora, a estação televisiva que emitiu estas declarações (não me lembro de qual dos três canais noticiosos se tratava) imediatamente associou o remoque a Cavaco Silva. Duas coisas tenho por certas, todavia: por um lado, sei que o recandidato não enveredará por linguajar soez.

Por outro lado, creio que a declaração, a ser correcta a interpretação que dela fizeram os jornalistas, é desprestigiante para classe política, desqualificando quem a profere (no caso, o Poeta de Águeda). Imaginemos, por um instante, que um dos outros candidatos verbalizava insinuações sobre Manuel Alegre baseadas nas dezenas de mensagens de correio electrónico que ligam o mesmo a condutas alegadamente censuráveis (recebi algumas relativas ao período colonial); seria digno, quando não se junta prova? Contribuiria para o esclarecimento dos eleitores? Não! Aliás, devo dizer que apago de imediato essas mensagens, não as reencaminhando. Sou coerente e creio que as mesmas – repito, porque não provadas – revelam baixeza e cobardia.

Aliás, o candidato do distrito de Aveiro, ao afirmar-se pela ética republicana, está, a meu ver, a depreciar a qualidade da vida democrática e da própria República, quando deixa fantasmas não corporizados a pairar sobre o debate. Isto, mais uma vez o digo, se a emissora contextualizou adequadamente o que disse.

A segunda intervenção que não apreciei, teve a ver com o facto de, na opinião do candidato socialista-bloquista, Cavaco Silva ter sido complacente com a crise. Ora bem, basta lembrar que não foi o actual Presidente que foi deputado socialista durante anos, inclusive durante o primeiro mandato de José Sócrates. É que, na minha opinião, não basta quebrar a solidariedade de forma tribunícia (atitude de “gosto” político discutível, aliás); quando se conserva o lugar e se adere a um programa, parece estranho que, nem dois anos volvidos (o programa actual do PS continua o anterior), se possa demarcar de tudo, atribuindo a quem garantiu a estabilidade democrática (Cavaco) conivência na crise.

Prefiro pensar que este jeito inhenho de fazer política – lançar atoardas sobre o “camisola amarela” – não tem a ver com as franciscanas sondagens que são de modo a deixar Alegre triste… Fico-me por dizer que é um modo que me causa alergia, sabendo-se de antemão quem ficará alegre, já no dia 23 de Janeiro…