Na terça-feira dia 24 de Abril, de viagem para o Porto, dei por mim a ouvir na TSF o Coronel Vasco Lourenço a explicar a diferença entre democracia formal e legitimidade democrática. Dizia ele, que um governo mesmo que democraticamente eleito, se não cumprir as promessas eleitorais perde a legitimidade democrática. Para compor o ramalhete, Mário Soares acrescentava que a razão principal que o levava a não estar presente nas comemorações na Assembleia da Republica, residia no facto, de que este governo estava a destruir tudo o que tinha sido construído ao longo destes anos.
Ora, não é preciso ser muito inteligente para perceber, que qualquer dos dois argumentos não têm objectivamente nada que os sustente, a não ser razões ideológicas e de consumo interno, senão vejamos:
- quanto ao primeiro, ignorar que havia um compromisso dos 3 principais partidos com a Troika, para implementar um conjunto de medidas/reformas a troco de ajuda financeira evitando assim a bancarrota, tal irresponsabilidade, só pode ser comparada à afirmação de que as dívidas dos Países não se pagam, gerem-se, resta saber até quando....
- quanto à segunda razão, a resposta é simples: se a construção tivesse sido perfeita, não estariamos à beira da bancarrota, com um dívida publica superior à riqueza produzida num ano inteiro, deixando assim às gerações vindouras, um Pais hipotecado, como uma dívida astronómica para pagar e sem opções.
Já alguém se questionou, se D. Afonso Henriques depois de tanto esforço e tanto sangue derramado na conquista e construção de um território independente, concordaria com o fim da monarquia ou até com a adesão à União Europeia?
Se não, então porque havemos de nos preocupar com afirmações tão efémeras e irrelevantes...