E lá chora a
Europa com mais um nojento atentado, desta vez na Bélgica…
A mais do evidente repúdio e da
óbvia revolta, creio que é tempo de acabar com as falinhas mansas.
É bonito e eticamente gratificante
falar de direitos humanos e do quão elevada é a alegada superioridade
axiológica da civilização ocidental, em geral, e da construção europeia, em
particular, mas o facto é que essa “conversa” começa a saber a pouco às cada
vez mais numerosas famílias das vítimas de atentados, aos refugiados e
populações de “desembarque”, aos inocentes cidadãos que se vêem confrontados
com um crescente número de medidas restritivas da sua liberdade
(designadamente, de circulação), e a todos quantos, directa ou indirectamente,
associam a vida em sociedade ao respeito recíproco (que lirismo o nosso, ao que
parece…).
Desde logo, importa que os líderes
religiosos que pregam na Europa e, na medida do possível, os que ensinam a fé
muçulmana nos países cujas populações observam essa respeitável e ancestral
confissão, comecem a passar da mera condenação ao acto de denunciar quem suja o
nome de Alá com actos que nada têm a ver com o verdadeiro Islão. Não basta
continuar a dizer que quem o faz é inimigo da fé; é necessário punir ou
entregar quem inquina de forma tão vil e cobarde a paz mundial.
Depois, seria relevante entender até
quando estaremos dispostos a ser uma civilização castrada, na Europa. O facto é
que, em nome da suposta e mencionada superioridade do nosso modo de ver o ser
humano e a vida, com as honrosas excepções do Reino Unido (quase sempre) e da
França (algumas vezes), em homenagem a restrições orçamentais, por causa de
medo de baixas próprias e colaterais (as mesmas que os atentados desconsideram
e de que os terroristas se riem) – por tudo isto, dizia – não debelamos este
anátema, não cortamos o mal pela raiz, não destruímos estes canalhas… E quando
o digo, digo-o dentro e fora de portas. No primeiro caso, havendo ninhos de
víboras claramente identificados nas metrópoles europeias, é urgente acabar com
a auto-restrição imposta pela esquerda radical (que agora assobia para o ar,
como se o estado abúlico em que vivemos não fosse fruto de anos de
desconstrução da lei e ordem, sob a acusação idiota de reminiscências
fascistas) e permitir às polícias que, observados os direitos fundamentais de
presumíveis inocentes, não se detenham por anacrónicos limites horários,
impedimentos de rastreamento tecnológico ou medo de usar a força proporcional e
necessária para o combate deste flagelo (a verdade é que, mesmo que o infractor
seja brutal, aparece sempre um trotskista armado em moralista a falar de
violência policial, mesmo quando esta, que é condenável, não existe).
Se continuarmos nesta “anarquia
mansa”, os Trump deste mundo começarão a ganhar nos EUA, na Polónia, na
Hungria, na Rússia e por aí fora…
Não reagir com mão firme, ao invés
do que possa parecer, é precisamente a forma de caminharmos para um Estado
securitário, para uma Europa fortaleza e para o fim de uma Era.