Por muito que se
pinte de rosa o que é laranja e azul, só há uma leitura dos resultados
eleitorais: PSD e CDS ganharam, e o PS perdeu; a leitura é simples e não é preciso
estudar em Coimbra para a fazer. Interessante resultado, depois de medidas tão
penalizadoras. Mais do que masoquismo, leio maturidade democrática, quiçá até
no apoio condicionado por uma maioria relativa.
De um ponto de vista socialista, eu
diria que o maior dilema é o julgamento moral que pode fazer-se em face da
degola política de António José Seguro; apear um cidadão que ganha por pouco por
outro que o apeia e perde… No entanto, como sabemos, a palavra “moral” é algo
de alienígena para os aparelhos partidários, e nem dou por excluído que António
Costa possa ser Primeiro-Ministro, no futuro. Note-se, porém, que creio que o
não consegue (ou logra um “inconseguimento”, segundo a Dra. Assunção Esteves)
se criar instabilidade a um Governo legitimado por uma maioria de votos e de
lugares; antes pelo contrário… Fica a obra de ciência política que é perder
algo que era seguro (que palavra ambígua!…).
Por fim, reconheço que festejei
antecipada e erradamente um desaparecimento do Bloco de Esquerda que aproveitou
a moda hispano-grega para continuar na passarela. Continuo a entender que se
trata de uma modernidade pouco estimável, mas o facto é que “vende”.
A respeito de “modernices” vale a
satisfação de Marinho, Joana e Cª não terem vendido as suas ilusões. Nem o tom
grave de um, nem a gravidez de outra lograram transformar em consistente o que
é coisa de megafone, assim estilo “Homens da Luta” ainda com menos graça (o que
já me parecia impossível).
Já o PCP e o seu atrelado esperam
tristemente que a lei da vida leve o grosso da coluna dos seus votantes. Um
dia, inevitavelmente, a pauta eleitoral dirá “chega de saudade”.
Resta esperar que uns trabalhem, e que outros deixem trabalhar.
Sem comentários:
Enviar um comentário