Portugal precisa dar uma grande volta, a começar pelo medo
instalado, que é transversal e nos leva ao insucesso nacional. No meio de
tantas variáveis, estudos e relatórios que ouvimos falar ainda está para vir
alguém explicar quanto custa o medo em economia? Uma sociedade dominada pelo
medo não investe, não aposta, não se desenvolve.
Todos nós quereríamos governantes do tipo Macgyver, que
conseguissem transformar caixões em jet-skis. Porém, à falta deles, era só o
que faltava termos políticos que cultivem o medo e provoquem sucessivas
avalanches. Isso seria a subversão
completa do papel do Estado, onde o sinal que se transmitia era que não valia a
pena investir em Portugal.
Vem isto a propósito do polémico
relatório do FMI sobre a reorganização do Estado. Pedro Mota Soares, ministro
indicado pelo CDS foi dos primeiros a colocar em causa a credibilidade do estudo.
António Capucho escreveu no seu facebook que ficou “indignado com o teor”. Carlos
Carreiras, alcaide de Cascais veio defender a demissão do Secretário de Estado
Carlos Moedas, que entendeu dizer com toda a propriedade que era um trabalho “muito
bem feito”.
Já percebemos que o coro de
críticas irá muito além. À esquerda haverá naturalmente demagogia política
escondida atrás de blocos, de foices e martelos. Mas também falta de
comparência do PS, partido que nos levou ao estado caótico em que nos
encontramos, naquele que será, porventura, o debate mais importante alguma vez
feito na nossa história democrática.
A procissão vai no Adro, ainda muito
será escrito e dito, mas desconfio que a montanha voltará a parir um rato. Ninguém
quer cortes, está certo! Mas então não podemos ser contraditórios e há que
reconhecer que o Estado como o conhecemos está excelente. É o chamado custo de
oportunidade, com tudo o que daí advirá.
Até lá, não tenhamos medo de
2013! Sucesso e bom ano a todos.
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