sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Mensagem para Silvio Berlusconi
quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011
terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
O consumidor é quem mais ordena
Transiberiano – etapa moscovita (III)
Como o PSD optou pela sensatez face à moção/número de circo do Bloco de esquerda e a Académica me deixa amuado, posso continuar com o relato da viagem recente entre Moscovo e Vladivostok.
E retomo o relato, precisamente, pela capital russa, que é, hoje, uma cidade onde de tudo se encontra, desde que se tenha uma bolsa (muito) bem recheada. Bem dizem os russos que, face ao custo de vida, Moscovo e São Petersburgo “não são Rússia”, diferença que pude constatar, dado o imediato estancar da hemorragia de rublos, assim que se alcançou a segunda etapa e seguintes.
Tirando isso, lá se alcançaram as vistas obrigatórias (Kremlin e seus obrigatórios museus,
mausoléu de Lenine,
Igreja de S. Basílio,
Museu Pushkin,
algumas da monumentais estações de Metro,
Catedral de Cristo Salvador, etc…),
depois de algo que jamais pensava suceder-me, por muito que visse na televisão: dormir pelos cantos e chão de um aeroporto, depois de sucessivos (creio que quatro) adiamentos da hora do voo da Aeroflot, dado que o aeroporto Sheremetyevo não possuía provisão de produto para descongelar a pista (algo que motivou a ira de Putin e Medvedev).
Felizmente, o aeroporto Schipol (Amesterdão) é exemplar, possuindo mesmo um pólo do Museu Rijks, e os bravos pilotos russos lá chegaram com o dito avião, 17 horas depois, para êxtase dos seus desesperados compatriotas que pulavam de alegria frente à janela da qual se avistava a aeronave (alguns esperavam há 2 dias).
Porque o primeiro desejo era um belo banho, calhou bem a pequena extravagância (devida a oportuna promoção) de repousar os ossos no Hotel Metropol (experiência recomendada). É colado à Praça Vermelha e ao Bolshoi (infelizmente ainda encerrado à data) e é um edifício clássico de exteriores e interiores de se lhes tirar o chapéu.
Já no mausoléu de Lenine, assaltou-me a ideia de que, apesar da permanente guarda de honra a cada mudança de direcção no seu interior, a solenidade dos militares é cada vez menor (foi a quarta vez que visitei o “camarada”), dando corpo aos rumores antigos de que, um destes dias, fecham as portas, como fizeram com o imenso Museu Lenine, encerrado em 1993. Não sei, por isso, que teria sucedido se o telemóvel (que me esqueci de entregar à entrada) tivesse tocado... Talvez já não fosse a crise de outrora, mormente porque a melodia de toque que tinha era o hino da URSS...
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Mobilizar [via Facebook] é o que está a dar
O Professor de Ética ficou sem ela...
domingo, 20 de fevereiro de 2011
Blogosfera para que te quero...
quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011
Nos carris do Transiberiano II
“Matámos saudades”
e em Vladivostok (mais uma vez, em frente à gare).
Destaques especiais, desde logo para o próprio (se forem infundados os rumores de que a sua múmia foi substituída por um manequim) em exposição, ainda e sempre (???) na Praça Vermelha
Por fim, um sublinhado para a ausência da sua representação em Kazan (a mesma que nem em Kaliningrado verificáramos, em Março), onde, paradoxalmente, fica a universidade que, ainda hoje, é conhecida pelo seu nome (já não o ostenta, mas conservou o nome popular e a efígie do "rapaz").
Numa pura conjectura, creio poder explicar-se a falta de comparência pelo tradicional sentimento arreigado de autonomia da Republica do Tataristão, onde os tátares (assim mesmo e não “tártaros”) sempre gostaram de uma boa refrega com os eslavos.
Conclusão deste vosso criado: enquanto nós ainda vivemos mergulhados em complexos de esquerda herdados do 25 de Abril e que tanto nos tornam retrógrados e politicamente enfezados, os russos aprenderam, com mérito evidente de Putin, a lidar com o passado, tentando casar a idiossincrasia de ontem com o pragmatismo de hoje e com o potencial de amanhã. Eis como se forja uma potência: mobilizando a sociedade…
quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011
Sem pipocas...
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Transiberiano I
Depois de anos a puxar pela imaginação e de mais de 50 países “investigados” (entre os quais a própria “Mãe Rússia”), eis que se bateram os
O impulso partiu do Czar Alexandre III, homem bem mais reaccionário que o seu reformista progenitor, que decidiu libertar as suas tendências imperialistas congeminando este meio de fixar mais vincadamente a presença russa na Sibéria e no Extremo Oriente, em possessões que já eram suas.
A construção passou por fases de tal modo difíceis, que atravessa uma terra onde a própria rede de estradas acaba (apenas sendo retomada na fronteira com a última região: Amazar.
Comecemos, aliás, pela noção de Transiberiano: havendo um comboio (o n.º 1 ou 2, consoante a direcção) que liga Moscovo a Vladivostok, o que normalmente pode e deve fazer-se (a menos que queira fazer 7 dias consecutivos de comboio) é visitas no trajecto, o que levará a que, na realidade, acabe por tomar não um, mas sim diversos serviços ferroviários.
As primeiras indicações sobre o embarque nesta aventura sobre carris são as seguintes: por um lado, quanto mais baixo o número do comboio, maior a sua qualidade (o 41, entre Nizhny Novgorod e Kazan, fazia lembrar os antigos inter-regionais da CP). Por outro lado, dependendo do gosto, há primeira e segunda classe, sendo que aquela, custando muitíssimo mais, tem como diferença o facto de ter 2 e não 4 camas.
O comboio n.º 8 - Sibir ou Sibiriak (a dourina divide-se...)
Por fim, ler os bilhetes (hora de partida e de chegada, vagão, cama, etc…) tem que se lhe diga, desde logo porque as horas (mesmo no itinerário afixado em cada carruagem) são sempre as de Moscovo. De todo o modo, o único problema pode aparecer em Kaliningrado, já que, andando para Leste, o pior que pode acontecer é chegar adiantado para o seu compromisso com os surpreendentemente pontuais caminhos-de-ferro russos.
O início da aventura: Estação de Yaroslav, Moscovo
A escolha do tempo para agir foi outra questão magna, tendo a opção recaído pelo período compreendido entre 28 de Dezembro e 23 de Janeiro. Que diabo! A Rússia dos livros, dos filmes e dos grandes momentos da História é branca e não verde! E, depois, havia que provar que os portugueses “não são de capinar sentados”, sobrevivendo no Verão do Algarve ou no Inverno da Sibéria… Acresce que o charme é outro: os melhores casacos de peles saem à rua, os teatros, as óperas
Ópera de Ekaterinburgo
e os circos
Circo Estatal de Moscovo (vulgo, Circo Novo)apresentam os seus melhores espectáculos e o clima de festa é generalizado, já que depois do Ano Novo,
"The midnight hour", na Praça Vermelha
segue-se o Natal Ortodoxo (7 de Janeiro),
"Palácio do Gelo", em Ekaterinburgo
permanecendo os enfeites citadinos e as exposições de esculturas de gelo até aos finais de Janeiro.
Voltaremos ao relato…
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Da cegueira social
A cegueira em que vivemos nestes tempos é preocupante, sobretudo, porque passámos a considerar que os idosos, uma vez sujeitos não activos e de diminuto peso social, não são dignos de um investimento político e social por parte da sociedade, instituições e do próprio Estado.
Longe vão os tempos em que um idoso era visto como um sábio, cujas número de rugas se traduzia no seu conhecimento e experiência de vida, atractivo aos olhos dos mais jovens. Mas na sociedade actual, que deifica a juventude, o idoso é agora dado como um inválido e um empecilho no seio familiar. A discriminação surge no círculo familiar e, não raras vezes, desemboca em violência doméstica. Noutros casos a família descarta-se do problema, ou seja, os idosos são votados ao esquecimento e vivem sós, amparados por uma irrisória pensão do Estado. Quando isto se passa nos grandes centros urbanos a situação ainda é mais preocupante, pois as relações de proximidade não são as mesmas que nas pequenas localidades.
Claro que o primeiro responsável pela situação é a família, que mesmo perante as adversidades do quotidiano não deve negligenciar um membro seu apenas porque já não tem as mesmas capacidades de outrora. Mas também as instituições e o próprio Estado têm a sua quota-parte de responsabilidade, cabendo-lhes, no mínimo, estarem atentas a sinais que indiquem maus tratos e/ou solidão. E se puderem elaborar programas de protecção, melhor. Como neste notável exemplo, em Alfândega da Fé. Começar por ajudar os jovens a desmascarar os preconceitos contra a chamada terceira idade é, sem dúvida, um grande passo. Oxalá venham outros...