*Tchékhov, Anton, “A minha vida”, in “Contos de Tchékhov”, vol. V, pp. 222-3, Lisboa, Relógio D’Água Editores, Maio de 2006.
sexta-feira, 29 de setembro de 2006
Desenvolvimento paulatino
*Tchékhov, Anton, “A minha vida”, in “Contos de Tchékhov”, vol. V, pp. 222-3, Lisboa, Relógio D’Água Editores, Maio de 2006.
quarta-feira, 27 de setembro de 2006
Provavelmente, a melhor equipa do mundo
terça-feira, 26 de setembro de 2006
Serviço de Estrangeiras sem Fronteiras
Finalmente Alegre...
quinta-feira, 21 de setembro de 2006
Falar em grande
Show me the Money!
Pessoalmente considero que é um dos maiores conhecedores da realidade e dos problemas do SNS. É teimoso? É. Cometeu erros? Muitos. Mas quem é Ministro, ou melhor, quem toma decisões está destinado a errar aqui e ali. O importante é o balanço final… Apesar de faltar muito até ao final do presente mandato deste Governo, até ao momento a actuação do Ministro tem sido globalmente positiva (francamente mais positiva que no tempo do outro Eng… sim, o Gut… Gut… Guterres. Até custa dizer o nome e já estou com urticária!).
Dito isto, permitam que eu analise uma proposta que se encontra actualmente em discussão. Pretende o actual Ministro que determinados serviços assistenciais de saúde totalmente gratuitos para o utente passem a ser abrangidas pelas políticas de taxas moderadoras.
Na prática, o doente irá passar a pagar uma taxa moderadora em caso de internamento em enfermaria ou cirurgia em ambulatório.
Se por um lado as taxas devem servir para ajudar a colmatar o enorme défice financeiro que afecta a área da saúde, por outro lado tem tido um papel dissuasor da vinda de cidadãos ao Serviço de Urgência quando realmente não se trata de uma urgência médica… Será que ser internado ou ser submetido a uma intervenção cirúrgica é uma opção? Ou não será antes uma necessidade e, conquanto, um dever do SNS prestar este serviço ao doente? Será justo querer diminuir o valor na coluna das despesas à custa do doente que não tem outra opção senão entregar-se ao SNS?
Não tomo uma posição definitiva sobre esta matéria pois ainda não foram divulgadas os pormenores da proposta de lei, baseando-me apenas no que tem sido publicado pela comunicação social. Serve este post apenas como alerta… certamente que mais haverá a dizer sobre este tema. Até lá, opinem! Inté!
quarta-feira, 20 de setembro de 2006
Acabou-se o Papa doce
Em face disto – ou seja, desta cultura de tolerância e liberdade – bem podem chamar-me xenófobo os que entenderem como tal a minha ideia de que, de facto, a civilização ocidental está, neste aspecto, a anos-luz de muitos regimes e organizações islâmicas. Notem bem: não uso de uma sinédoque; não se trata de tomar a nuvem por Juno, mas tão só de usar termos comparativos médios.
terça-feira, 19 de setembro de 2006
Uma candidatura conveniente
O nosso fatum
Sirva de consolo que efectivamente existem algumas peças preciosas que vão tornar a Portugal e que esta compra pode ter um efeito muito positivo no projecto de Candidatura do Fado à Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial da Humanidade (UNESCO).
O espólio vai ficar no Museu da Música, mas vai ser estudado e catalogado pelo Museu do Fado.
quinta-feira, 14 de setembro de 2006
Juntaram-se os três à esquina
- Trata-se de três potências emergentes do mundo actual, com relevância só suplantada - para além dos crónicos E.U.A., U.E. e Japão - pela China e pela Rússia, a meu ver.
- São países que reivindicam um lugar permanente no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (para horror da Argentina e do Paquistão, por exemplo). Não digo que sejam os candidatos ideais, mas, de facto, fica por perceber, hoje em dia, a hegemonia das potências vencedoras da II Guerra Mundial naquele clube de elite.
- Eis mais um eixo que se forma para contornar a antiga (já lá vão uns séculos) e decrépita supremacia ocidental (EUA & UE, entenda-se), à semelhança do regabofe que se vai instalando no resto da América Latina.
- Quem achar que isto não é relevante, veja melhor: basta mencionar que se trata de nações riquíssimas em recursos naturais e que, por exemplo, a Índia tem a maior classe média do mundo, está no pelotão da frente de sectores como a electrónica e a informática, domina a língua inglesa e é uma democracia.
- A África de Sul é líder, no continente africano, só se antevendo novidades adicionais, a breve trecho e por aquelas paragens, da Líbia.
- O Brasil tem papel preponderante em iniciativas de integração na América do Sul, como o Mercosul, a que preside nesta altura.
- É uma pena que não se lhe atribua, de uma vez por todas, a liderança de facto da CPLP, o que aumentaria geometricamente a importância da organização e, consequentemente, a nossa força junto da UE, de quem dependemos excessivamente, em meu entender.
Em suma, creio que há muitas dependências a combater em Portugal; a que nos liga quase exclusivamente à União Europeia é mais uma.
Não me entendam mal: a União Europeia foi a salvação de Portugal, que sem ela seria uma outra Albânia. Porém, fomos do oito do pós 25 de Abril ao oitenta "euro-histérico" de muita da actual (falta de) classe política.
Estou em crer que ainda seriamos mais escutados na União, se diversificássemos os nossos pólos geopolíticos.
Não ver boi disto
Já ouviram falar da Pateira?
A Pateira de Fermentelos (concelho de Águeda) é simplesmente a maior lagoa natural da Península Ibérica. Carinhosamente conhecida como a «Lagoa Adormecida», a Pateira tem uma vasta riqueza de fauna e flora. Até agora parece tudo bem, mas esta pérola da natureza há muito que vem perdendo o seu brilho.
Como se não bastassem as sucessivas descargas que durante anos poluíram a Pateira (se é que não continuam a poluir), deparamo-nos agora com a praga dos jacintos que vai matando tudo o que de bom existe na lagoa. Provavelmente desconhecida para grande parte da população portuguesa, a Pateira é contudo conhecida por todos os que passaram pelos sucessivos governos deste país. De facto o actual PM José Sócrates não é excepção, mas de certo já caiu no esquecimento a visita que fez a Fermentelos enquanto Ministro do Ambiente.
Não o censuro, pois com tantos «choques tecnológicos» e «simplex» a memória não dá para tudo. Só espero que a memória do actual Presidente da Câmara de Águeda não esteja tão ocupada, pois parte da sua vitória nas últimas eleições deveu-se à grande promessa eleitoral de encontrar uma solução para a Lagoa Adormecida.
Infelizmente uma Junta de Freguesia como a de Fermentelos sente-se impotente para resolver o problema por si só, pois num país em crise o dinheiro não nasce das árvores e sem apoios não se vai a lado nenhum.
Como fermentelense, e porque a esperança é a última a morrer, quero continuar a acreditar que a Pateira não vai adormecer de vez.
quarta-feira, 13 de setembro de 2006
Mais um chumbo!
Apesar das paixões, dos empenhos e dos discursos, continuamos atrasadíssimos no que toca à educação. Segundo o relatório Education at a Glance 2006, da OCDE, somos o povo que menos tempo passa na escola. Não, não é por aprendermos mais depressa. É que, e. g., da população entre os 25 e os 34 anos só 40% acabaram o ensino secundário!
terça-feira, 12 de setembro de 2006
O efeito da crise sobre os saldos
"Figueira da Foz - Crise obriga prostitutas a fazerem “saldos”
'Quando a crise chega ao prostíbulo, é porque o país está mesmo mal', fala a voz da experiência. As coisas não podiam estar pior, havendo quem já corte nas refeições e faça 'saldos'.Os anúncios publicados nos jornais diários da região são cada vez mais 'picantes' e apelativos. Porém, e não obstante a concorrência estar a diminuir - há cerca de 20 prostitutas na cidade com anúncio nos periódicos -, a clientela é cada vez menos. As representantes da profissão mais antiga do mundo na cidade apontam o dedo à crise económica.'Até ao início deste ano, bastava–me ter o anúncio num jornal. A dada altura, não sabia se havia de atender o telemóvel ou os clientes, tantas eram as solicitações. Agora, tenho anúncios em dois jornais e o telefone toca cada vez menos', conta 'Lara', vamos chamar–lhe assim, prostituta brasileira. E sintetiza: 'Quando a crise chega ao prostíbulo, é porque o país está mesmo mal'."
Minaram o Obikwelu
Relativamente à sua demissão de Presidente do Conselho de Administração do Hospital Psiquiátrico do Sobral Cid, em Coimbra, aconselho o artigo de opinião do socialista “europeu” Fausto Correia.
Apanha-bolas resolveu
No Grupo 3 da Taça da Federação Paulista de Futebol, num jogo entre o Santacruzense e o Atlético de Sorocaba, após um remate às malhas laterais de um jogador do Santacruzense, o apanha-bolas “matador”, aproveitando o facto de a árbitra (olha o Petit fazer o que fez este fim de semana a uma árbitra, arriscava-se a ser acusado de assédio!), uma senhora com o nome de Sílvia Regina de Oliveira, estar de costas, empurrou a bola para dentro da baliza!
Pasme-se que o árbitro auxiliar, vulgo bandeirinha, validou o golo, induzindo a Sra. Dona Regina em erro!!!
A direcção do Sorocaba, à boa moda do Gil Vicente cá do burgo, promete ir até às últimas instâncias.
A Federação de Futebol do Estado de S. Paulo, diz que legalmente, nada pode fazer porque o golo está registado no relatório oficial entregue pela árbitra no final da partida.
De referir que o jogo acabou empatado a um golo e o Sorocaba perdeu a liderança do campeonato
Olha quem fala também
Triste Manuel...
segunda-feira, 11 de setembro de 2006
sábado, 9 de setembro de 2006
«Bloco Central» na Justiça
"O acordo entre o PS e PSD para a Justiça, ontem assinado no Parlamento, prevê que os grupos parlamentares daqueles partidos votem favoravelmente, na generalidade, as iniciativas legislativas relativas à revisão dos Códigos Penal e do Processo Penal."
quarta-feira, 6 de setembro de 2006
Os amigos e as ocasiões
O Ministro dos Negócios Estrangeiros vai, hoje, ao Parlamento, explicar os voos da CIA e da Força Aérea Israelita, que passaram pela base das Lajes.
Vejamos alguns pontos que se me oferecem comentar sobre este assunto:
O que mais me preocupa é saber até que ponto estão a fazer gato-sapato da nossa soberania; isto é, gostaria de apurar se os governos responsáveis pelos aviões que por ali passaram tinham ou não de nos passar cartucho ou se, tendo passado, é uma informação que deve ser mantida confidencial (algo que me parece razoável).
Os media actuais, achando-se mais legitimados do que o poder político, não têm a lealdade de explicar à opinião pública que a política externa e a política de defesa são áreas nas quais o segredo pode, desde que proporcional e excepcional, justificar-se.
Depois, há que optar: ou temos aliados, ou não. A verdade é que, num conflito contra movimentos terroristas que assassinam inocentes, sem qualquer respeito por qualquer princípio de humanidade, e Estados de Direito e democracias como os E.U.A. e Israel, a minha escolha é por estes últimos.
Não me parece que seja atropelo sequer comparável ao dos criminosos da Al Qaeda e do Hezbollah transportar clandestinamente prisioneiros para centros de detenção, onde, mercê da natureza quase incontrolável do fenómeno terrorista, estarão sujeitos a procedimentos menos ortodoxos, mas, ainda assim, muitíssimo mais humanos do que os que os interrogados usaram contra homens, mulheres e crianças inocentes. Como é óbvio, menos ainda me horroriza que se transporte material bélico, seja ele ofenseivo, defensivo, não ofensivo ou qualquer outra palermice que lhe queiram chamar. É para um exército democraticamente supervisionado (veja-se que Israel abriu um inquérito sobre a actuação das suas forças armadas, algo que só deve existir no Hezbollah quando o criminoso não consegue suicidar-se ou matar em número suficiente...) e não para semear o horror entre civis, como as armas que a Síria e o Irão fornecem ao chamado Partido de Deus.
Claro está que um processo como o de Guantanamo só é sustentável enquanto for excepcional, temporário e não envolva tortura ou qualquer outro apoucamento sádico do ser humano. Ainda assim, se estiver em causa salvar "n" vidas inocentes, concedo que há que admitir alguma latitude no "diálogo". Mesmo aqui, repare-se que os E.U.A. ordenaram, de imediato, inquéritos aos infames casos da prisão de Abu Grhaib, no Iraque.
Por mim, face à barbárie de certos canalhas, do Médio Oriente à Chechénia, não hesito em tomar partido.
Como não nascemos ontem, recomenda-se atenção para o previsível e apalhaçado comportamento de alguns deputados, como os do Bloco de Esquerda...
terça-feira, 5 de setembro de 2006
Low Profile
É o caso de Gustav Rau, o jovem de Estugarda que além de médico foi filantropo e colecionador de obras de arte. Quando em 1970 Rau herda a fortuna do pai decide dar-lhe um destino pouco habitual: constrói um hospital em Bukavu, no Congo, onde fica a exercer medicina e passa a deslocar-se à Europa ou a New York duas vezes por ano para comprar obras de arte. Sempre discreto, poucas histórias há a contar sobre ele. Mesmo assim, em pouco mais de 30 anos adquiriu cerca de 800 peças entre pintura, escultura e mobiliário.
Quando morreu, em 2002, não deixou nenhuma fundação para perpetuar o seu nome, mas ofereceu toda a colecção à UNICEF alemã com algumas condições:
- Devia ser feita uma selecção das peças para serem mostradas em todo o mundo
- Ao fim de 25 anos a UNICEF alemã poderá vender a colecção, no seu todo ou em partes, para financiar o seu trabalho de assistência humanitária.
É esta selecção, cerca de 100 peças de pintura, que está à nossa disposição nas Janelas Verdes até 17 deste mês. E a colecção não desilude. Nâo tanto pelos grandes artistas: Fra Angélico, El Greco, Canaletto, Monet, Manet, Renoir, Cézanne, Degas como pela amabilidade que perpassa pela colecção. Amabilidade que espelha certamente o coração do homem que a reuniu.
The show must go on
segunda-feira, 4 de setembro de 2006
Fala quem sabe
- ocorre, no Médio Oriente, a transição para líderes que exacerbam os sentimentos religiosos e que cada vez mais se comportarão como Ahmadinejad.
- a religião será ponto determinante no choque de perspectivas (de civilizações, segundo Huntington), como provam, a contrario, os fracassos dos regimes laicos de base muçulmana (acrescento eu, a propósito, que a União Europeia devia gerir com pinças e urgência os casos da Bósnia-Herzegovina, da Albânia e da Turquia).
- o Líbano, sendo um caso claro de actuação procuração de milícias extremistas, não terá paz a breve trecho, ficando por perceber os custos que as opiniões públicas europeias aceitam pagar (poucos, digo eu) por um protagonismo diplomático não muito lógico, na óptica muitos eleitores. Lembre-se ainda que o ocaso da influência predominante da geopolítica europeia se deu, em meados do século XX, não muito longe, no Canal de Suez.
- o Irão e, sobretudo, o Paquistão (a chave do que se passa no Afeganistão, por exemplo) são os grandes problemas, no imediato. A lembrar que o segundo já tem armas nucleares e tem muito mais instabilidade interna do que a antiga Pérsia.
- os Estados islâmicos (para evitar reportar-me à própria civilização), nas últimas décadas, não produziram uma só inovação (científica, cultural ou outra) de relevo para o futuro da humanidade. Relembro que, no passado, das partidas muçulmanas do globo vieram incontáveis avanços.
- o Médio Oriente vai dar-nos muitas e grandes dores de cabeça, nos anos vindouros.
Se bem sumariei e adornei, há sempre que destacar os actores sociais que realmente acrescentam à nossa capacidade de perspectiva ou, pelo menos, de prospectiva. Miguel Monjardino é um desses casos; oxalá alguma força política consiga persuadi-lo a emprestar o seu saber à administração da res publica.
Com a endogamia partidária actual, confesso-me céptico.