Inteligência, facilidade de comunicação, rigor técnico, "bagagem" cultural e aparência de incorruptibilidade fazem dele um bom candidato e da batalha autárquica de Lisboa uma luta patriótica pela boa política.
sexta-feira, 29 de julho de 2005
Que pena não votar em Lisboa...
Inteligência, facilidade de comunicação, rigor técnico, "bagagem" cultural e aparência de incorruptibilidade fazem dele um bom candidato e da batalha autárquica de Lisboa uma luta patriótica pela boa política.
Músicos
Porém, há que acabar com o cinismo na vida partidária.
Enquanto os mesmos "senhores da guerra" mandarem no partido pela força dos votos em carteira, serão eles a ficar com os poucos lugares que houver.
Sendo que são esses mesmos que, regra geral, vão à Assembleia assinar porque há que cuidar da distrital ou da concelhia, ou das câmaras, ou das outras actividades profissionais ou afins, não vejo onde é que pode garantir-se - como fez o presidente do PSD - um aumento da eficácia do Parlamento.
Espera-se um toque de magia no que diz respeito à alteeração do método de selecção dos candidatos, no próximo congresso.
De outro modo, eis mais um sound byte de consequências imprevisiveis...
No comment
- O meu amigo Ricardo Alves Gomes (assessor do dr. Santana) deixou o seu partido de sempre, por considerar que está demasiadamente à esquerda.
- O dr. Encarnação (vice-presidente da comissão política nacional do PSD), segundo a entoação do DN, lançou críticas ao dr. Mendes pela ausência na apresentação da candidatura.
- O Major desancou o mesmo "Cristo" de serviço.
- A popularidade do dr. Mendes é 10% inferior à do engº Sócrates (embora o PSD suba).
terça-feira, 26 de julho de 2005
Canal de História
Fiel ao seu cariz tropical (embora a geografia nos desminta), a nossa vida política já só discute Soares, Alegre, Cavaco, Marcelo, e se A disse mal de B, e se C esteve no passado com D.
Pelo caminho ficam as dificuldades de pagar as contas, as restrições medonhas (que começarão realmente em 2006) e essa aparente “insignificância” que passou a ser o poder local, que vai a votos em Outubro.
Quanto ao dr. Soares é sabido que me põe “doente”, dado que, embora tenha sido no século passado, não deixo de ser céptico em relação à descolonização que fizemos (embora se diga que era inevitável, então), relutante em apreciá-lo como Primeiro-Ministro, e contestatário sobre a forma como “derrubou” Cavaco Silva com as suas intervenções tribunícias. Mas a vida é mesmo assim… Se todos gostássemos dos mesmos, não haveria eleições.
Em relação ao embate, lidos os factos, oferecem-se-me três apontamentos: em primeiro lugar, que a dicotomia direita-esquerda ainda colhe todo o sentido. Com o BE e o PCP a admitirem entronizar Soares, mais uma vez, e com o CDS a vencer a priori o seu anti-cavaquismo, o combate pode ser polarizado ideologicamente, o que o torna aliciante.
Em segundo lugar, creio que há que pensar bem no papel e nos poderes do Presidente, antes de votar: Procurando vencer a debilidade de Soares nas matérias económicas, os seus adeptos menorizam o papel do Chefe de Estado no nosso semipresidencialismo. Todavia, o dr. Soares interferiu várias vezes na governação com vetos, censuras públicas e almoços no Aviz, e o actual Presidente chegou mesmo a dissolver o Parlamento, quando a querela era com o Executivo.
Neste tipo de sistemas deve olhar-se à prática e não apenas ao enquadramento constitucional, sendo por isso mesmo que estamos a meio caminho entre o Presidente francês e o austríaco, em matéria de poderes do PR.
Ora, aceite o facto de o nosso Presidente ter uma intervenção política importante, balizadora e mesmo condicionadora, e sendo que os tempos são de globalização e de luta pelo modelo de Estado social mais sustentável, diria que um Presidente versado em Economia e Finanças seria uma ajuda preciosa, desde logo para mobilizar os portugueses para a necessidade de acatar as agruras futuras.
Pensadas as coisas desta forma, Cavaco seria o Presidente ideal para Sócrates. Apoia a contenção, sabe explicá-la, e arruma de vez o “obstáculo” que o soarismo ainda é para a nouvelle vague socialista, com a vantagem de que a derrota será personalizada no próprio.
Por fim, o terceiro apontamento prende-se com a indigência da nossa democracia. Se os aparelhos partidários (no PSD afianço-o em larga medida) se converteram em sociedades anónimas governadas por shares de votos, agora é o palanque dos senadores que não rejuvenesce.
Por este andar, em 2011 voltará Sampaio ou mesmo Eanes…
Romaria laica
domingo, 24 de julho de 2005
Militante exemplar
Depois do discurso do primeiro na apresentação da segunda (acusando Portas de populismo, e irritando meio CDS), não sei que melhor apoio se podia dar a Carmona Rodrigues.
Não foi cavalo, mas parecia Tróia...
Socorro!
Merecemos mesmo isto?
quinta-feira, 21 de julho de 2005
Casório
Quem guarda os guardas?
Meter o nariz onde não se é chamado
Por cá, no meio do jet set e da política, são só rumores...
Complexados
Praia do Meco
terça-feira, 19 de julho de 2005
"Vai sacudir, vai abalar"...
sábado, 16 de julho de 2005
Coisas naturais...
E daí?!
É que é a 800 metros do Santuário de Fátima!
Não sou purista ou ultra-religioso, mas deixo algumas ideias que me parecem tão normais quanto esta (aumentem a lista, se quiserem):
- uma estátua de Eusébio, no Estádio do Dragão, esculpida por um sportinguista.
- uma tirada política politicamente honesta, dita por Louçã, e louvando os méritos do off-shore da Madeira.
- um abraço entre Marques Mendes e Santana Lopes, com sorrisos na cara, e tirada às 9h00 da manhã.
- um artigo de educado de Manuel Maria Carrilho, em que reconheça que não é o maior do mundo, e que não tenha a fotografia do próprio ou de qualquer membro da família.
- uma medida de redução da despesa do Estado, feita pelo PS, e em que não seja acusado o PSD.
Já não me falta ver quase nada...
terça-feira, 12 de julho de 2005
O Rei vestiu-se
Alguém no PPM tomou os comprimidos, e Elsa Raposo já não é candidata à Câmara de Cascais, como receara no post de 30 de Junho.
Ir ou não ir
Agora, o que já não parece tão legítimo é querer aparecer ao lado dele nas mobilizações populares - assim beneficiando da sua inegável identificação com o eleitorado regional - e procurar fingir que o não conhecemos de parte alguma, quando o discurso não obedece aos cânones continentais.
Cá por mim, como líder madeirense e como histórico dirigente do PSD, respeito-o nas diferenças e nas semelhanças, e reconheço-lhe a coragem de sempre ter assumido o que tem dito sem precisar de procuradores.
No que diz respeito ao conteúdo do mais recente sound byte (a indesejabilidade de trabalhadores chineses, entre outros), creio que a forma é dura, mas a substância é dita à boca pequena por muita gente sem a frontalidade e frieza do premier insular.
Dito de outra forma: Alberto João é um democrata de créditos firmados e fez um discurso de alarme, mas se persistirmos em não abordar os problemas actuais (ainda que de forma eventualmente mais diplomática), um dia haverá extremistas a pegar no tema.
Lamento que as almas só se tenham apoquentado com o facto de se ir ou não ir ao Chão da Lagoa, e não com o alerta subjacente ao discurso, ainda que fosse para discordar fundamentadamente.
sábado, 9 de julho de 2005
Afinal havia outro
Na 5ª feira decorreu o debate do Estado da Nação, do qual, picardias à parte, gostei, mormente no que concerne aos dois contendores principais.
Sócrates esteve com a postura costumeira, como se fosse um ponta de lança que joga ao ataque, mesmo quando a disciplina táctica aconselharia algum esforço defensivo. E a verdade é que até marca… E foi por isso que passou por cima dos três valores que foram dados para o peso da despesa pública, das reformas de dois ministros e da acusação de que gasta muito em betão. Preferiu ir à grande área contrária e acusar o centro-direita de ter suborçamentado e de ter comprometido o futuro (é notável como usou as receitas extraordinárias de Manuela Ferreira Leite para ofuscar a casa de penhores que são as SCUT), ao mesmo tempo que explicava à esquerda que “social” era ele, já que a utopia do PCP e o estilo cocktail do BE seriam financeiramente inviáveis.
Mas, a meu ver, Marques Mendes conseguiu no mesmo debate a sua mais consistente e animadora prestação. Reagiu às tentativas de culpabilização, demonstrando o caminho errado na construção de um País mais modernos.
Ficou claro que o país laranja tem um Estado menos gastador e de feições mais reguladoras do que o do país rosa, que é mais fazedor e mais obeso.
O PSD de Mendes aposta mais na iniciativa individual e qualificação dos cidadãos do que na vertente assistencial.
Ganhamos todos, pois finalmente começamos a perceber dois ideias sociais distintos.
Vampiros II
Creio que, com boas intenções e medida aceitável, José Sócrates quis repartir o mal pelas aldeias. Porém, ao faze-lo, abriu uma caixa de Pandora.
Sedentos que são o Bloco de Esquerda e alguns jornalistas pela caça ao político (numa perspectiva sabotadora do sistema político tradicional - nem outra coisa é o trotskismo...), o tiro alvo deixou de ser olímpico e passou a actividade profissional.
Ontem foi "O Independente" que decidiu revelar alguns ministros e secretários de Estado que auferem um subsídio por estarem deslocados, denunciando o congelamento dessa regalia para funcionários em geral, como se a despesa fosse comparável, olhados os números. Acresce que a responsabilidade que se exige aos dois lados é bem diferente, ou já virão algum servidor anónimo sujeito diariamente ao risco de cruxificação mediática?!
Qualquer dia nem um arrumador quer o que em tempos já se disse ser um "tacho"!...
A comunicação social e o BE fazem a guerra para aumentar a sua influência, a opinião pública devora as notícias porque, como se tem escrito, somos um País de invejosos e de cobiça...
"Diferenças culturais" II
Os meandros da política internacional, além de cínicos, são, de facto, algo obscuros.
Se ficam por demonstrar algumas das reais motivações (ou da gritante impreparação, em alternativa) que levaram a que os EUA nos persuadissem de que a intervenção no Iraque era, de um ponto de vista democrático e humanitário, “trigo limpo, farinha Amparo”, é bem mais chocante a guerra suja e os métodos sangrentos que movem certas organizações, na esperança de que, aterrorizando os eleitorados ocidentais, possam inibir os seus governantes.
O paradigma civilizacional a que nos guindámos é de tal modo garantístico de um ponto de vista dos direitos humanos, que aqueles cuja doutrina bebe na ignorância dos peões e na miséria dos povos percebem que podem tirar o olho e o dente sem que paguem em igual medida, já que isso poria em causa a nossa alegada superioridade (a mesma em nome da qual procuramos exportar regimes políticos).
Assim, bem vistas as coisas, estamos num círculo vicioso: não reagimos “a doer” porque não é esse o nosso modo de ver o mundo (e ainda bem), e ao não o fazermos sujeitamo-nos a ter vidas inocentes dilaceradas, famílias destruídas e sociedades amedrontadas.
Solução?! Se tivesse a pedra filosofal para este caso, provavelmente, seria o próximo secretário-geral da ONU. Todavia, creio que uma das primeiras vias será fazer com que as populações de onde provêm estes assassinos lhes retirem qualquer apoio.
Como?! Retirar o auxílio a tiranos (Saddam era um dos meninos bonitos dos EUA), ainda que não sejam comunistas, será um bom começo. Devemos apoiar regimes que provem ser democráticos e respeitadores dos direitos humanos, pois os vizinhos do lado cedo perceberão o que fazer para serem beneficiados pela ajuda do hemisfério Norte.
Depois, há que assegurar que a ajuda não serve para comprar jactos presidenciais, armas ou sumptuosidades para as oligarquias reinantes. Mesmo no caso dos abastados regimes do Médio Oriente pode fazer-se algo: quando não observem os padrões humanitários mínimos, a relação deve ser meramente comercial, e sempre na óptica de diminuir a dependência energética.
Não há perdão para o que o passou em Londres (como em Madrid, Nova Iorque, Bali e por aí fora), mas só com o fim da hipocrisia é que poderemos com legitimidade acrescida punir sem dó nem piedade quem opte pelo terror. Até lá, devemos faze-lo, mas algumas consciências pesarão um pouco…