sexta-feira, 30 de dezembro de 2005
Sectários do estrado
quinta-feira, 29 de dezembro de 2005
Chato do caraças
quarta-feira, 28 de dezembro de 2005
Não sei se não mudava de vida II...
Não sei se não mudava de vida...
Perante uma alegação destas, uma de duas coisas devia acontecer:
- ou o "Senhor Doutor" prova o que diz,
- ou o Governo reage com mão de ferro, em nome de uma classe política que já está demasiadamente despretigiada para se permitir ainda ser acusada de trocar a saúde e a vida dos portugueses por dinheiro.
Enquanto não me desiludir de vez, vou achando grave que se fale assim...
sábado, 24 de dezembro de 2005
terça-feira, 20 de dezembro de 2005
Pagar para ver
E aí chegados, justiça seja feita ao PS e a Jorge Lacão, Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros. Todos nós sabemos que jamais, em tempo algum, sequer um político terá contactado com o fenómeno da prostituição (partamos deste postulado académico, para apoiarmos a tese sem “folclore”), mas isso não faz com que ele deixe de existir. Duvido mesmo que seja por acaso que se lhe chama a “mais velha profissão do mundo”…
Por isso mesmo, creio que compete à classe política deixar o “faz-de-conta” do costume e abordar o assunto.Vamos por partes:
1 - é possível erradicar a prostituição, a breve trecho?
Honestamente, penso que é difícil, até por hábitos de frequência enraizados e crescentes (basta ler os “classificados” de qualquer jornal ou andar na rua à noite). Existiu, existe e existirá.
2 - Devemos desistir?
Não concordo. A prostituição é degradante para quem vende e para quem compra. Deve é elaborar-se um plano de contingência que permita, enquanto se busca o País ideal (aquele onde, neste caso, nem uma só pessoa se prostitua), lidar com os (muitos) casos que existem, quer a sociedade queira, quer não.
3 - Legalizar?
A verdade é que não ilegal prostitui-se ou solicitar o serviço em causa, o que se proíbe é o lenocínio e o tráfico de pessoas; grosso modo, não pode incentivar e lucrar com a prostituição (vulgo, ser proxeneta) ou traficar trabalhadores, no caso, sexuais.
4 - Ou seja?
A verdade é que o que há é a mais selvagem liberalização da prostituição! Quem pretende que as prostitutas tenham atenção médica regular e obrigatória e que a actividade seja geograficamente circunscrita (assim se devolvendo as urbes aos cidadãos, ao mesmo tempo que se controla melhor a criminalidade, muitas vezes, associada, designadamente a relacionada com o tráfico de droga) não está a “liberalizar”, como se diz; está, bem ao contrário, a impor regras ao que, hoje em dia, é exercido junto de casas e escolas, sem atenção à saúde de quem se prostitui (e, logo, dos clientes; relembra-se que crescem os casos de SIDA entre os adultos heterossexuais), e sem o mínimo cuidado com a dignidade com que homens e mulheres (que não deixam de o ser, penso que todos concordam) que, por uma ou outra razão, o fazem, se prostituem.
5 - E a solução é?
De momento, creio que, se for essa a opinião dominante nos partidos, a única proibição possível passará por penalizar os utentes (como na Suécia), já que penalizar a oferta engloba no mesmo saco a alta prostituição (muitas vezes por free lancers que, assim, ganham quantias avultadas) e quem o faz por depender de drogas, ter caído numa situação de desamparo social extremo (desemprego não assistido, com filhos para criar, por exemplo) ou por estar a ser ilegalmente explorada (o) por redes de tráfico.
6 – Depois de cerca de 2.500 caracteres, qual a minha proposta?
Que se registe a actividade, se forneça amparo social (procurando encaminhar as pessoas para outro “mundo” e acabar, a prazo, com a actividade, por muito utópica que seja a meta), se preste assistência médica regular, se delimitem as condições do exercício da actividade e se combata a criminalidade relacionada com o tráfico de pessoas e de droga, sempre com a mira no fim da “mudança de vida”. Fora disto seria ilegal a prostituição, na oferta e na procura.
Além disso, não creio que seja útil, dadas as questões morais, pensar na tributação, pelo menos de momento.
7 - E é suficiente?
Talvez não. Para aliarmos ao voluntarismo, ao menos nas intenções, do actual Governo a dose de coragem necessária, seria preciso que, de uma só penada, se abordassem, no mesmo sentido, a toxicodependência e o aborto, já que, muito mais do que pensará o cidadão comum, as situações cruzam-se.
Em suma, fica para já o tributo a quem, tendo o poder de lançar o debate, o exerceu.
segunda-feira, 19 de dezembro de 2005
Sem salários em atraso
quinta-feira, 15 de dezembro de 2005
Mai' nada!
quarta-feira, 14 de dezembro de 2005
Ainda há fantasias com a Joana Amaral Dias
Parece, no mínimo, curioso que peça a Manuel Alegre que se desvincule do PS por divergir da orientação do mesmo, e não solicitar o mesmo à sua inspiradora do voto juvenil, que se rebelou contra o BE.
Segurar o resultado
Feito nas Caldas
segunda-feira, 12 de dezembro de 2005
A grande nódoa, no melhor pano
Os adeptos da Briosa - com destaque para a sua claque, a incansável Mancha Negra - são do melhor que já vi (e já vi muito futebol, em vários sítios) em matéria de apoio e de civismo.
Contudo, num café da Figueira da FOz, antes do jogo, um jovem (não sei se fazia parte da M.N., mas mesmo que fizesse, não deve tomar-se a parte pelo todo) passeava-se, alarvemente, com uma camisola, onde podia ler-se "Waffen SS".
Ora bem... Que a nossa Constituição até permite o disparate, já se sabia.
Agora, o que continua a desaconselhar-se é que se louve ou publicite o nome de organizações que foram responsáveis por muitos milhares de mortes, a título gratuito.
Esperemos que tenha sido um episódio...
E eles sabem?
quarta-feira, 7 de dezembro de 2005
Também não esqueceremos
terça-feira, 6 de dezembro de 2005
Por um canudo
segunda-feira, 5 de dezembro de 2005
Nada de novo
Não aproveitará a ninguém a desculpa mal amanhada da falta de apoio da "estrutura", por dois motivos: por um lado, porque muitos dos que estão também dele não gozavam e, por outro lado, visto que, se é legítimo olhar aos interesses orgânicos, qualquer domínio exclusivo é nefasto em democracia, e essa era uma percepção que, apesar de tudo, era mantida no PSD de Cavaco Silva.
domingo, 4 de dezembro de 2005
quarta-feira, 30 de novembro de 2005
Fica a intenção...
Trovas do vento passado
segunda-feira, 28 de novembro de 2005
Cantas bem, mas não me Alegre
Ora, o caso parecer-me-ia uma mera trapalhada se não fosse o hábito do Poeta de nos dar lições de moral.
Valia a pena analisarmos sem complexos uma vida devotada à cultura, mas com palcos sempre dados pela política.
Um homem a quem repugna que o seu partido defenda a co-incineração, não deve limitar-se a mudar de círculo eleitoral. Deve abandonar as listas...
Por tudo isso, achando irrelevante a novela SMO, já não me parece irrelevante que alguém lhe peça mais humildade intelectual, até Janeiro.
sexta-feira, 25 de novembro de 2005
Papeira
Descubra as diferenças
O meu feriado
quinta-feira, 17 de novembro de 2005
Amigos do coração
Novas rimas
Sabão azul e branco
60 contos de liberalismo
quarta-feira, 16 de novembro de 2005
Educar o algodão
Prevê-se ainda que os alunos possam ser encaminhados para cursos de formação conferentes de certificado.
A medida é uma ultima ratio, e pode não ser dramática, mas pode ficar a sensação de que se está a emoldurar as estatísticas da nossa (falta de) Educação, para europeu ver…
Manual do votante orçamental
Subtilmente, deixa um enigma, ao acusar ainda o PS de pouca seriedade por ter votado contra os OE de PSD e CDS e, depois, apresentar um semelhante. Fica para os analistas fazer a leitura a contrario desta declaração…
Quanto às dúvidas da Presidente da Mesa do Congresso sobre o cumprimento das medidas pelo Governo, isso serão outros quinhentos…
Pelo meio, vozes autorizadas, como as de Eduardo Catroga (Presidente do Conselho Estratégico do líder do PSD), Duarte Lima e a primeira versão de Miguel Frasquilho (que, a meu ver, e digo-o como seu amigo, mais uma vez se deixa ficar… Não dá para muitas mais vezes, caro Miguel), vieram reconhecer traços positivos no OE 2006, em cujo meandros não me aventura, porque são outros os meus mares.
Ou seja, contas feitas, fica o PSD com um voto táctico e um primeiro tiro à proa de Marques Mendes por parte de uma personalidade não “menezista” de peso .
terça-feira, 15 de novembro de 2005
Juventude Pop
A decisão é legítima e, ao que sei, imaculadamente democrática. Porém, começa por enfermar de um erro de tomo, em matéria de ciência política: a JP e o seu líder esgotam um momento mediático magno comunicando um "não apoio", uma decisão negativa, lamentando que não haja um "mundo melhor".
Pode até dizer-se que "bem, se não fosse assim não teriam tido a atenção dos media e a acusação de desperdiçar os holofotes cairia pela base"... Até pode ser que sim, mas valerá a exposição tudo e mais umas botas?! Nessa lógica (que não lhes ouso imputar), passaria a ser expectável que um conselho nacional tivesse lugar numa colónia naturista ou que o congresso decorresse numa mina…
Admitamos, todavia, que foram mesmo razões políticas substantivas e/ou tácticas que subjazeram a este niet a Cavaco.
Do lado do "modelo de desenvolvimento", diria que Cavaco Silva, a mais de ter autonomizado, pela primeira vez, a Juventude como área de incidência governamental, introduziu um conceito de livre iniciativa, um hábito de saudável do orgulho nacional (provando-se que podiamos fazr mais e melhor que todos os demais, como mostraram a Europália, o Campeonato Mundial de Juniores e a Expo 98, lançada pelo seu Governo, entre outras realizações) e uma ideia de modernidade (só criticará o betão quem se não lembrar de que podia demorar-se, em noites "europeias" da Luz, 6 horas para viajar de Lisboa a Coimbra, à noite). Estas e outras seriam, creio eu, belíssimas razões para uma juventude partidária, que não seja de esquerda, apoiar o Professor.
O grande problema é que, dê por onde der, o João Almeida e os seus não vão livrar-se do estigma - injusto, espero eu, sob pena de termos de optar por uma análise mais demolidora - de que esta votação interna reflectiu a linha de fractura do CDS, sendo que aquele foi o candidato a secretário-geral de Telmo Correia (que, aliás, também tenho por amigo), o mesmo que voltou a opor-se a Ribeiro e Castro, agora em matéria de presidenciais. Aliás, a suspeita agrava-se, para quem a nutra, se virmos os rasgados elogios a Pires de Lima (merecidos, diga-se), a propósito da eventualidade do seu avanço para o cadeirão presidencial centrista.
De todo o modo, a pergunta fica: a alternativa da JP, sem imaginar candidatos que não existem, é a vitória de Mário Soares ou a de Manuel Alegre?
Embora respeitando a decisão, teremos de ter memória, daqui a uns anos...
quinta-feira, 10 de novembro de 2005
Passatempo
quarta-feira, 9 de novembro de 2005
Contas certas
Marques Mendes "acertou-lhe o passo", visto que, no debate orçamental, o PSD foi bombo da festa das referências do nosso Premier.
"Love me tender"
terça-feira, 8 de novembro de 2005
Homens providenciais
1 - "PSD aprova apoio a Cavaco por 'unanimidade e aclamação' " (30/10)
Sendo que "amanhã [31 de Outubro, entenda-se], Cavaco desloca-se à sede de candidatura de Cavaco, para lhe manifestar o apoio formal".
Imagino o austero Professor a trocar, sucessivamente, de lado da mesa e, no fim, a apertar a mão direita com a esquerda. Convenhamos que iria melhor com a vaidade do dr. Soares...
2 - "Nino Vieira pretende criar em Bissau um Governo de Unidade Nacional" (31/10)
Depois de outras informações sobre a democracia guineense, ficamos a saber, sobre o actual Presidente, que "depois de ter sido derrubado em 1999 por uma parte das Forças Armadas, Nino Vieira foi afastado do partido que até então controlava, e só conseguiu este ano regressar ao poder graças ao apoio do Partido da Renovação Social (PRS), de Kumba Iálá, e do Partido Unido Social-Democrata (PUSD), de Kumba Ialá".
A mais de porem Kumba, um dia depois (a notícia tem mais 24 horas do que a anterior), a tentar aumentar a ubiquidade de Cavaco, creio que exageram no pluralismo que atribuem ao sistema de partidos da Guiné-Bissau...
sexta-feira, 4 de novembro de 2005
Estar acordado
"É triste ver este homem"...
A "tara" por Cavaco é excessiva, ridícula e apouca um homem com um percurso, goste-se ou não, singular.
Anteontem, na TVI, era o facto de não saber falar e de, quando o faz, só debitar Economia.
Ontem, a entrevista à VISÃO trouxe mais umas pérolas:
a) "Estou aqui para discutir as minhas ideias convosco. Se vai pôr toda a ênfase em Cavaco Silva, está a fazer uma entrevista falhada"
(...)
"Mas ainda não saímos do professor Cavaco... É uma obsessão vossa!"
(...)
Porém:
"(perguntado sobre se tem apoiantes de direita) Tenho, mas sabe por que é que me apoiam? Porque não gostam de Cavaco Silva".
E a obsessão é dos outros!... Ainda bem que as pessoas se revêm, sobretudo, nas ideias...
E, já agora, quem falou numa candidatura para evitar um passeio de Cavaco Silva na Avenida da Liberdade?
b) VISÃO: "Porque escolheu (...) Cunha Vaz, que Ferro Rodrigues processou por difamação..."?
Soares: "Quanto à empresa de Cunha Vaz, sou testemunha, nesse processo, a favor de Ferro Rodrigues, por quem tenho muita estima e de quem sou amigo. Cunha Vaz está apenas lá [candidatura] como profissional".
E se não tivésse estima e amizade?! Ainda bem que não é também testemunha de Jeová, porque era mais grave, dado o envolvido...
c) VISÃO: "A decisão de levar até ao fim a sua candidatura é mesmo definitiva?".
Voltando à introdução do post, e salvaguardo o devido respeito pelo dr. Soares, não estranhará ele por que é que estão sempre a fazer-lhe esta pergunta?! Será que imaginam que há uma cabala "geronticida"?
Vai ser dramático, até Janeiro, olhem o que vos digo...
sexta-feira, 28 de outubro de 2005
Sobrinho de seu tio
Como bem sublinhara o "senador" do CDS, os apoiantes de Soares haviam perdido o argumento do "vazio de ideias", agora que o ex-primeiro-ministro apresentara o programa.
Não desarmando, e provavelmente não se sentindo com bagagem para questionar as causas defendidas, Alfredo Barroso decide tentar provar a "falta de transparência" de Cavaco Silva.
Como?! Revelando a um País que, por certo, imaginaria atónito e escandalizado, que, há uns meses, quando procuravam uma sede para o tio Mário, lhes haviam dito que o edifício desejado estava reservado para o prof. Cavaco Silva!!!
Gravíssimo, de facto...
Perder o fio à meada três vezes, numa conferência de imprensa, é normal...
Não saber onde para o diploma do referendo sobre o aborto, sendo-se candidato a Presidente, é naturalíssimo...
Agora, reservar um edifício sem adiantar que se é candidato (soubesse-o ou não com toda a certeza, na altura) é que não!!!
Cavaco, a ver pela óptica do sobrinho Alfredo, é um perigo para Portugal, pois ocultou uma reserva de um prédio e, logo, que era candidato, antes da data em que o revelou.
Sinceramente...
quarta-feira, 26 de outubro de 2005
Que tal esquecer-se das assinaturas?
terça-feira, 25 de outubro de 2005
Irmãos daltónicos
Assim, a dinâmica dos sistemas políticos, a menos que se olhe pelo lado mais estático de alguns constitucionalistas, obriga, em cada tempo, a ler as circunstâncias políticas.
Ora, hoje, o que temos é uma predominância socialista nos mais diversos orgãos do Estado, o que leva a que, mesmo quando o Governo tenha fair-play suficiente para desejar um olhar crítico e construtivo (reconheço essa qualidade a alguns dos nossos governantes), não encontre eco em titulares de instituições que, mesmo inconscientemente, se lembrarão de quem os nomeou e, em muitos casos, de quem poderá reconduzi-los. É o perigo da mesma cor...
Acresce que, mesmo que todos conservassem o cúmulo da sua lucidez, não cola a ideia de que Jesus Cristo nada sabia de finanças, com a qual o dr. Soares procurou um momento de graça e de show off literário; que me perdoem a heresia, mas, hoje em dia, até ELE teria um MBA.
Graças à parte, a ideia é a de que, num mundo globalizado (goste-se ou não da ideia, é um facto), o enquadramento de um País já não pode fazer-se com tertúlias num canal de televisão por cabo (como fazia o dr. Soares) ou com tiradas poéticas e proféticas, dentro ou fora do “quadrado” (alusão a conto do poeta-candidato), e com recordações, de certo meritórias, de lutas anti-fascistas. Os conhecimentos do prof. Cavaco Silva são preciosos para que, entendendo o que o País necessita e o peixe que vão tentar vender-lhe, possa dizer ao Primeiro-Ministro o que pode passar ou chumbar em Belém, e até apoiar publicamente o Governo quando, como creio haver já exemplos dados por José Sócrates e seus pares, o mereça, dada a dificuldade e inevitabilidade de muitas reformas.
Assim tivesse o dr. Soares entendido a presidência, e mais se teria feito, entre 1985 e 1995.
Irmãos Dalton
Todavia, em cinco candidatos com base de apoio partidária (a conversa da emergência a partir da sociedade civil é muito bonita, mas já em 2001 não havia quem riscasse sem estar apoiado pela partidocracia) é preocupante e lamentável ver quatro quintos da banda a tocar um requiem, desde logo pelos motivos do parágrafo anterior; ou seja, é de temer quando quatro candidatos a Chefe de Estado – Soares, Alegre, Jerónimo e Louçã – proferiram já declarações em que reconhecem como bom motivo programático impedir a eleição de Cavaco Silva.
Para se perceber também o lado burlesco, era como se um candidato à presidência do Benfica dissesse que o objectivo primeiro da época era evitar que o Sporting ganhasse, como se um candidato a Secretário-Geral da ONU se propusesse encarnar os princípios da organização, começando por dizer que queria derrotar o concorrente de outro país, ou como se entrássemos no autocarro para deixar de fora o tipo que vem a seguir na fila…
Se fosse Cavaco a proferir uma pérola destas, a cruxificação na praça pública, precedida de esquartejamento mediático, seria a mais leve pena a esperar.
quarta-feira, 19 de outubro de 2005
We are the champions
Eduardo Prado Coelho (ex-mentor de Carrilho) apoia Alegre.
É só vencedores...
Templo da Diana
Não o digo pelos sobejamente conhecidos detalhes artísticos da sua anatomia, mas sim pela agradável surpresa que tive ao ler a sua entrevista à revista “Sábado”.
Pés assentes na terra, rejeição de drogas (comuns no mundo da moda) e de adereços afins, visão altruísta das relações sociais e naturalidade (em contraste com o estilo ensaiado de muito partisan) fazem falta e fariam da "minha" Cidade o verdadeiro “templo da Diana”.
segunda-feira, 17 de outubro de 2005
Espelho meu
quinta-feira, 13 de outubro de 2005
Autárquicas VII
Autárquicas VI
A ideia de desvanecimento do CDS (um partido de direita moderada e democrática) em nada me alegra, até pelo que abre de espaço a extremismo, numa altura em que as tensões sociais recrudescem, no mundo ocidental.
Autárquicas V
Autárquicas IV
Autárquicas III
Autárquicas II
E mais: se dizem que certas vitórias derivam da personalização da política, realçando a figura a de vencedores e/ou perdedores (vejam-se, por exemplo, os casos de Felgueiras, Oeiras, Gondomar ou Lisboa), então não pode dizer-se que, em grande parte, se trata de uma punição ao Governo. A leitura equilibrada, a meu ver, é a que tem um pouco de cada uma destas "teorias".
A única "má-boa" notícia para Sócrates foi a derrota de Carrilho. Se aquele que chegou a ser rotulado de "grande ordinário" tem ganho, teriamos um mandato de prepotência intelectual e de sede de protagonismo, usando a edilidade como trampolim, bem ao jeito do exemplo parisiense em que parece inspirar-se.
Creio que foi Jorge Coelho quem disse que o PS deveria escolher melhor os seus candidatos, e disse bem. As escolhas para Lisboa, Porto, Sintra e Coimbra (apenas para amostra) não eram a meu ver, os mais adequadas para cativar o eleitorado, por razões várias.
Por exemplo, no caso de Sintra, nem é que se diga de João Soares o que se diz de Carrilho, mas o facto é que, nos moldes actuais. Bem sei que em política não há "para sempre" (se assim fosse, há muito que eu estaria mumificado), mas João Soares precisa bem de repensar a sua imagem, já que a sequência Lisboa-PS-Sintra (3 grandes derrotas em 4 anos) pode passar de currículo a rótulo. Definitivamente, no casting actual, não devia tentar seguir o ofício de seu pai...
Autárquicas I
Porém, antes disso, e deixando a análise clássica para os experts, ficam alguns apontamentos sobre a noite de 9 de Outubro de 2005:
O grande vencedor é, evidentemente, o PSD e o seu Presidente, Marques Mendes. Apostou pessoalmente em Carmona (arredando Santana Lopes que, ao que afirmou ao Diário Económico, nem queria ser candidato), Isabel Damasceno e Élio Maia (Aveiro), e ganhou. Enfrentou Valentim Loureiro e Isaltino Morais e, mercê da dimensão da vitória global, não perdeu com o sucesso destes (embora continue a chamar a atenção para o facto de se mostrar que a "credibilização" de que fala não é, contas feitas, o afastamento de dois ou três militantes).
PIDE Resort
Omnipotência
segunda-feira, 3 de outubro de 2005
All you need is love
sexta-feira, 30 de setembro de 2005
O que é que se diz?
quinta-feira, 29 de setembro de 2005
Pasteis para Belém
a) Alegre é mais consistente que Soares, e já há tempos que dizia (embora o não escrevesse) que fidelizaria mais a verdadeira esquerda. Eis uma sondagem que o atesta.
b) Cavaco tem de ganhar, desde logo por uma lógica de "freios e contrapesos" (checks and balances na ciência política anglo-saxónica).
c) O eleitorado do Bloco de Esquerda, numa segunda volta, votará maioritariamente em Cavaco Silva, o que confirma o que disse e escrevi: tirando alguns desfavorecidos iludidos com a propaganda da extrema-esquerda trotskista, a verdade é que o BE esconde uma burguesia satisfeita que resolve "virar o barco" com o seu voto, por descontentamento genuíno com a política clássica ou porque não compreende como é que todo o mundo parece renitente em ir buscá-la a casa para missões para que se sente talhada, mesmo que para isso não mexa uma palha.
Quando está bem, está bem...
segunda-feira, 26 de setembro de 2005
A nossa campanha alegre
sexta-feira, 23 de setembro de 2005
O nosso choque tecnológico
É para aí o 4º ano que tento pagar a quota do PSD (sim, sou daqueles idiotas que não espera que lhas paguem, em altura de eleições internas, na óptica - a do pagador - de um qualquer cambalacho acéfalo, em que temos sido fertéis) na Internet e népia.
Das duas, uma: ou tiram a referência do aviso para pagamento, ou vêem que diabo se passa.
Dar uma de modernidade com conhecimentos a carvão dá choque, mas não é tecnológico...
segunda-feira, 12 de setembro de 2005
Vai uma sopinha?
Com tais mordomias, bem fica a Saramago nem tentar apoiar o candidato do PCP.
Agora, Soares dizer que nos entende a todos, com a crise que vai para lá das portas do Gambrinus...
Tá bem
- concursos plurianuais para colocação de professores (estabilidade para os próprios, para o projecto educativo da escola e para os alunos acompanhados, para o bem e para o mal, ao longo de um ciclo)
- escolas do 1º ciclo abertas até às 17h30, e pelo menos durante 8 horas (os pais de hoje não têm os horários de ontem)
- inglês e infomática no 1º ciclo.
Não ficava mal ao PS reconhecer que os Governos PSD/CDS haviam começado a apostar nestas vias.
A verdade é que também não ficava mal ao PSD saber reivindicar essa paternidade e defender, por exemplo, o Prof. David Justino com outra eloquência e mais carisma.
domingo, 4 de setembro de 2005
Em brasa
Creio que o facto de o PCP e o BE levarem as candidaturas até ao fim pode ajudar a esquerda, já que há militantes de ambos que, a meu ver, ficariam em casa, se a única opção fosse Soares.
Por outro lado, nada me tira da cabeça que Jerónimo de Sousa ía mesmo desistir (assim poupando o envelhecido eleitorado comunista a mais uma romaria), só tendo mudado o rumo quando o concorrente directo (BE) decidiu ir até ao fim.
Grande é Cavaco Silva que ainda não abriu a boca e já os pôs todos em brasa.
2ª liga
Na sua apresentação como pseudo-candidato presidencial disse, entre outras pérolas, que Portugal, não obstante ser quatro ou cinco vezes menor que Espanha, ardia mais. E nenhum jornalista tem a isenção de lhe perguntar se acha que o combate aos fogos é gizado pelo Presidente? Sintomático (eu ando a avisar...)...
Disse ainda que Portugal andava "profundamente desanimado" (cito de cor). Será que se propõe animar-nos com palhaçadas? Será que acha que nos vamos rir com a demagogia de quem vive como burguês e fala como descamisado?
A verdade é que Louçã não é candidato a Belém, antes fazendo uma fraude política aos princípios da lei e à inteligência dos portugueses, visando aproveitar-se do tempo de antena e continuar a disputar a 2ª liga política com o PCP e outros...
sábado, 3 de setembro de 2005
Afinal, não é da minha vista
A dado passo, referiu que o "Expresso" anda numa fase de desacerto, lembrando que o jornal avançava que o PCP iria candidatar uma mulher a Belém e que, ainda na semana passada, apontara Belmiro de Azevedo como apoiante de uma candidatura de Cavaco Silva, algo que o primeiro disse, na edição de hoje, ainda não ter decidido.
Se lerem o post "Beslan", verão as razões do meu alívio...
sexta-feira, 2 de setembro de 2005
Beslan
A intervenção das forças da ordem foi péssima, já se sabe. Mas bem podem os correspondentes das televisões fazer uma pausa na sua bílis anti-Putin, pois nada desculpará o vampirismo insane dos terroristas.
Este episódio fica também marcado por uma enorme decepção com o "Expresso".
De facto, quando a Ministra da Educação foi à Comissão Permanente da Assembleia da República, no ano passado, coube-me fazer a intervenção pelo PSD.
Em jeito de nota prévia, e sublinhando qua nada tinha a ver com o assunto que iriamos analisar (relembro que houvera problemas bem grandes com o concurso de professores), lamentei o que estava a suceder em Beslan (ainda não se dera o "assalto" das forças governamentais), condenei o terrorismo e, para concluir, mencionei que iria entrar no tema da ordem do dia.
Inspirada por um dos muitos canalhas que há na política (como em todo o lado, diga-se), a secção"Gente" da revista daquele semanário, sob o título "Tirada infeliz", disse que eu desvalorizara os problemas em Portugal à luz de uma comparação com a abertura do ano lectivo na Rússia, o que, de facto, seria imbecil.
Entreguei a uma das jornalistas do "Expresso", que costuma cobrir a actividade parlamentar, uma cópia da acta e uma carta ao Director, pedindo a correcção da alarvidade a mim atribuída. E, nada...
Escrevi então ao Director, juntando o registo da sessão em vídeo. E... Recebi um cartão do mesmo, estranhando não ter recebido a carta e informando-me de que naquele jornal não se guardavam "cartas na gaveta" (alguém a arquivou no lixo, digo eu...). Prometeu a sua publicação, em breve.
Resultado?! Publicou a carta na secção destinada a cartas dos leitores, em letra miúda e no fim da revista.
Lição?! Nunca aceitem conselhos (por muito bem intencionados que sejam) para não exercer, formalmente, o direito de resposta, por muito que os jornalistas vos "tomem de ponta", a partir daí.
Mas, de facto, o mais importante é mesmo que rejeitemos o sangue em nome do Islão, seja em que quadrante do globo for.
quinta-feira, 1 de setembro de 2005
Eu bem digo...
quarta-feira, 31 de agosto de 2005
Triste Poeta Alegre
quarta-feira, 10 de agosto de 2005
Que seria de nós sem ele?...
terça-feira, 9 de agosto de 2005
Não é possível dizer asneiras toda a vida
segunda-feira, 8 de agosto de 2005
Descoberta da pólvora
- A moldura penal para o "fogo posto" tem de ser agravada.
- Não podem saír em liberdade os acusados por este crime.
- Se o resto não resulta, há que dar competências às autarquias para a limpeza coerciva das matas.
De facto, por que é que isto se não faz? Será assim tão inusitado o que Manuel Frexes, com frontalidade, propõe?
Prefiro não acreditar na tese dos "interesses".
sexta-feira, 5 de agosto de 2005
E cá, não?!
Os partidos políticos ucranianos estão a vender lugares de deputados nas suas listas para as eleições legislativas, previstas para Março de 2006 , por valores que atingem milhares de euros. A denúncia partiu ontem do Comité de Eleitores da Ucrânia. "Todos os partidos políticos estão neste momento em negociações e o preço sobe à medida que se aproxima o escrutínio", explicou o porta-voz da organização não governamental, Olekandr Tchernenko, que diz estar céptico quanto à possibilidade de esta prática ser abandonada nos tempos mais próximos. Os assentos parlamentares são nesta antiga república soviética muito cobiçados devido ao facto de os deputados gozarem de imunidade parlamentar e por causa das possibilidades de exercerem influências na área económica."
quinta-feira, 4 de agosto de 2005
O PSD tem emenda?
Em suma: Ana Sofia Bettencourt (que notável trabalho na juventude e na sociedade da informação!!!) e António Proa deveriam ser vereadores.
sexta-feira, 29 de julho de 2005
Que pena não votar em Lisboa...
Inteligência, facilidade de comunicação, rigor técnico, "bagagem" cultural e aparência de incorruptibilidade fazem dele um bom candidato e da batalha autárquica de Lisboa uma luta patriótica pela boa política.
Músicos
Porém, há que acabar com o cinismo na vida partidária.
Enquanto os mesmos "senhores da guerra" mandarem no partido pela força dos votos em carteira, serão eles a ficar com os poucos lugares que houver.
Sendo que são esses mesmos que, regra geral, vão à Assembleia assinar porque há que cuidar da distrital ou da concelhia, ou das câmaras, ou das outras actividades profissionais ou afins, não vejo onde é que pode garantir-se - como fez o presidente do PSD - um aumento da eficácia do Parlamento.
Espera-se um toque de magia no que diz respeito à alteeração do método de selecção dos candidatos, no próximo congresso.
De outro modo, eis mais um sound byte de consequências imprevisiveis...
No comment
- O meu amigo Ricardo Alves Gomes (assessor do dr. Santana) deixou o seu partido de sempre, por considerar que está demasiadamente à esquerda.
- O dr. Encarnação (vice-presidente da comissão política nacional do PSD), segundo a entoação do DN, lançou críticas ao dr. Mendes pela ausência na apresentação da candidatura.
- O Major desancou o mesmo "Cristo" de serviço.
- A popularidade do dr. Mendes é 10% inferior à do engº Sócrates (embora o PSD suba).
terça-feira, 26 de julho de 2005
Canal de História
Fiel ao seu cariz tropical (embora a geografia nos desminta), a nossa vida política já só discute Soares, Alegre, Cavaco, Marcelo, e se A disse mal de B, e se C esteve no passado com D.
Pelo caminho ficam as dificuldades de pagar as contas, as restrições medonhas (que começarão realmente em 2006) e essa aparente “insignificância” que passou a ser o poder local, que vai a votos em Outubro.
Quanto ao dr. Soares é sabido que me põe “doente”, dado que, embora tenha sido no século passado, não deixo de ser céptico em relação à descolonização que fizemos (embora se diga que era inevitável, então), relutante em apreciá-lo como Primeiro-Ministro, e contestatário sobre a forma como “derrubou” Cavaco Silva com as suas intervenções tribunícias. Mas a vida é mesmo assim… Se todos gostássemos dos mesmos, não haveria eleições.
Em relação ao embate, lidos os factos, oferecem-se-me três apontamentos: em primeiro lugar, que a dicotomia direita-esquerda ainda colhe todo o sentido. Com o BE e o PCP a admitirem entronizar Soares, mais uma vez, e com o CDS a vencer a priori o seu anti-cavaquismo, o combate pode ser polarizado ideologicamente, o que o torna aliciante.
Em segundo lugar, creio que há que pensar bem no papel e nos poderes do Presidente, antes de votar: Procurando vencer a debilidade de Soares nas matérias económicas, os seus adeptos menorizam o papel do Chefe de Estado no nosso semipresidencialismo. Todavia, o dr. Soares interferiu várias vezes na governação com vetos, censuras públicas e almoços no Aviz, e o actual Presidente chegou mesmo a dissolver o Parlamento, quando a querela era com o Executivo.
Neste tipo de sistemas deve olhar-se à prática e não apenas ao enquadramento constitucional, sendo por isso mesmo que estamos a meio caminho entre o Presidente francês e o austríaco, em matéria de poderes do PR.
Ora, aceite o facto de o nosso Presidente ter uma intervenção política importante, balizadora e mesmo condicionadora, e sendo que os tempos são de globalização e de luta pelo modelo de Estado social mais sustentável, diria que um Presidente versado em Economia e Finanças seria uma ajuda preciosa, desde logo para mobilizar os portugueses para a necessidade de acatar as agruras futuras.
Pensadas as coisas desta forma, Cavaco seria o Presidente ideal para Sócrates. Apoia a contenção, sabe explicá-la, e arruma de vez o “obstáculo” que o soarismo ainda é para a nouvelle vague socialista, com a vantagem de que a derrota será personalizada no próprio.
Por fim, o terceiro apontamento prende-se com a indigência da nossa democracia. Se os aparelhos partidários (no PSD afianço-o em larga medida) se converteram em sociedades anónimas governadas por shares de votos, agora é o palanque dos senadores que não rejuvenesce.
Por este andar, em 2011 voltará Sampaio ou mesmo Eanes…
Romaria laica
domingo, 24 de julho de 2005
Militante exemplar
Depois do discurso do primeiro na apresentação da segunda (acusando Portas de populismo, e irritando meio CDS), não sei que melhor apoio se podia dar a Carmona Rodrigues.
Não foi cavalo, mas parecia Tróia...
Socorro!
Merecemos mesmo isto?
quinta-feira, 21 de julho de 2005
Casório
Quem guarda os guardas?
Meter o nariz onde não se é chamado
Por cá, no meio do jet set e da política, são só rumores...
Complexados
Praia do Meco
terça-feira, 19 de julho de 2005
"Vai sacudir, vai abalar"...
sábado, 16 de julho de 2005
Coisas naturais...
E daí?!
É que é a 800 metros do Santuário de Fátima!
Não sou purista ou ultra-religioso, mas deixo algumas ideias que me parecem tão normais quanto esta (aumentem a lista, se quiserem):
- uma estátua de Eusébio, no Estádio do Dragão, esculpida por um sportinguista.
- uma tirada política politicamente honesta, dita por Louçã, e louvando os méritos do off-shore da Madeira.
- um abraço entre Marques Mendes e Santana Lopes, com sorrisos na cara, e tirada às 9h00 da manhã.
- um artigo de educado de Manuel Maria Carrilho, em que reconheça que não é o maior do mundo, e que não tenha a fotografia do próprio ou de qualquer membro da família.
- uma medida de redução da despesa do Estado, feita pelo PS, e em que não seja acusado o PSD.
Já não me falta ver quase nada...
terça-feira, 12 de julho de 2005
O Rei vestiu-se
Alguém no PPM tomou os comprimidos, e Elsa Raposo já não é candidata à Câmara de Cascais, como receara no post de 30 de Junho.
Ir ou não ir
Agora, o que já não parece tão legítimo é querer aparecer ao lado dele nas mobilizações populares - assim beneficiando da sua inegável identificação com o eleitorado regional - e procurar fingir que o não conhecemos de parte alguma, quando o discurso não obedece aos cânones continentais.
Cá por mim, como líder madeirense e como histórico dirigente do PSD, respeito-o nas diferenças e nas semelhanças, e reconheço-lhe a coragem de sempre ter assumido o que tem dito sem precisar de procuradores.
No que diz respeito ao conteúdo do mais recente sound byte (a indesejabilidade de trabalhadores chineses, entre outros), creio que a forma é dura, mas a substância é dita à boca pequena por muita gente sem a frontalidade e frieza do premier insular.
Dito de outra forma: Alberto João é um democrata de créditos firmados e fez um discurso de alarme, mas se persistirmos em não abordar os problemas actuais (ainda que de forma eventualmente mais diplomática), um dia haverá extremistas a pegar no tema.
Lamento que as almas só se tenham apoquentado com o facto de se ir ou não ir ao Chão da Lagoa, e não com o alerta subjacente ao discurso, ainda que fosse para discordar fundamentadamente.
sábado, 9 de julho de 2005
Afinal havia outro
Na 5ª feira decorreu o debate do Estado da Nação, do qual, picardias à parte, gostei, mormente no que concerne aos dois contendores principais.
Sócrates esteve com a postura costumeira, como se fosse um ponta de lança que joga ao ataque, mesmo quando a disciplina táctica aconselharia algum esforço defensivo. E a verdade é que até marca… E foi por isso que passou por cima dos três valores que foram dados para o peso da despesa pública, das reformas de dois ministros e da acusação de que gasta muito em betão. Preferiu ir à grande área contrária e acusar o centro-direita de ter suborçamentado e de ter comprometido o futuro (é notável como usou as receitas extraordinárias de Manuela Ferreira Leite para ofuscar a casa de penhores que são as SCUT), ao mesmo tempo que explicava à esquerda que “social” era ele, já que a utopia do PCP e o estilo cocktail do BE seriam financeiramente inviáveis.
Mas, a meu ver, Marques Mendes conseguiu no mesmo debate a sua mais consistente e animadora prestação. Reagiu às tentativas de culpabilização, demonstrando o caminho errado na construção de um País mais modernos.
Ficou claro que o país laranja tem um Estado menos gastador e de feições mais reguladoras do que o do país rosa, que é mais fazedor e mais obeso.
O PSD de Mendes aposta mais na iniciativa individual e qualificação dos cidadãos do que na vertente assistencial.
Ganhamos todos, pois finalmente começamos a perceber dois ideias sociais distintos.
Vampiros II
Creio que, com boas intenções e medida aceitável, José Sócrates quis repartir o mal pelas aldeias. Porém, ao faze-lo, abriu uma caixa de Pandora.
Sedentos que são o Bloco de Esquerda e alguns jornalistas pela caça ao político (numa perspectiva sabotadora do sistema político tradicional - nem outra coisa é o trotskismo...), o tiro alvo deixou de ser olímpico e passou a actividade profissional.
Ontem foi "O Independente" que decidiu revelar alguns ministros e secretários de Estado que auferem um subsídio por estarem deslocados, denunciando o congelamento dessa regalia para funcionários em geral, como se a despesa fosse comparável, olhados os números. Acresce que a responsabilidade que se exige aos dois lados é bem diferente, ou já virão algum servidor anónimo sujeito diariamente ao risco de cruxificação mediática?!
Qualquer dia nem um arrumador quer o que em tempos já se disse ser um "tacho"!...
A comunicação social e o BE fazem a guerra para aumentar a sua influência, a opinião pública devora as notícias porque, como se tem escrito, somos um País de invejosos e de cobiça...
"Diferenças culturais" II
Os meandros da política internacional, além de cínicos, são, de facto, algo obscuros.
Se ficam por demonstrar algumas das reais motivações (ou da gritante impreparação, em alternativa) que levaram a que os EUA nos persuadissem de que a intervenção no Iraque era, de um ponto de vista democrático e humanitário, “trigo limpo, farinha Amparo”, é bem mais chocante a guerra suja e os métodos sangrentos que movem certas organizações, na esperança de que, aterrorizando os eleitorados ocidentais, possam inibir os seus governantes.
O paradigma civilizacional a que nos guindámos é de tal modo garantístico de um ponto de vista dos direitos humanos, que aqueles cuja doutrina bebe na ignorância dos peões e na miséria dos povos percebem que podem tirar o olho e o dente sem que paguem em igual medida, já que isso poria em causa a nossa alegada superioridade (a mesma em nome da qual procuramos exportar regimes políticos).
Assim, bem vistas as coisas, estamos num círculo vicioso: não reagimos “a doer” porque não é esse o nosso modo de ver o mundo (e ainda bem), e ao não o fazermos sujeitamo-nos a ter vidas inocentes dilaceradas, famílias destruídas e sociedades amedrontadas.
Solução?! Se tivesse a pedra filosofal para este caso, provavelmente, seria o próximo secretário-geral da ONU. Todavia, creio que uma das primeiras vias será fazer com que as populações de onde provêm estes assassinos lhes retirem qualquer apoio.
Como?! Retirar o auxílio a tiranos (Saddam era um dos meninos bonitos dos EUA), ainda que não sejam comunistas, será um bom começo. Devemos apoiar regimes que provem ser democráticos e respeitadores dos direitos humanos, pois os vizinhos do lado cedo perceberão o que fazer para serem beneficiados pela ajuda do hemisfério Norte.
Depois, há que assegurar que a ajuda não serve para comprar jactos presidenciais, armas ou sumptuosidades para as oligarquias reinantes. Mesmo no caso dos abastados regimes do Médio Oriente pode fazer-se algo: quando não observem os padrões humanitários mínimos, a relação deve ser meramente comercial, e sempre na óptica de diminuir a dependência energética.
Não há perdão para o que o passou em Londres (como em Madrid, Nova Iorque, Bali e por aí fora), mas só com o fim da hipocrisia é que poderemos com legitimidade acrescida punir sem dó nem piedade quem opte pelo terror. Até lá, devemos faze-lo, mas algumas consciências pesarão um pouco…