terça-feira, 12 de setembro de 2006

O efeito da crise sobre os saldos

Alertado por um amigo, li o anexo à mensagem de correio electrónico, que visava sublinhar o quão fundo (salvo-seja) já chegou a crise, no nosso País. A notícia é do meu estimadíssimo (a final de contas, já lá vão quase 12 anos de artigos...) Diário "As Beiras", na sua edição de 7 de Setembro:

"Figueira da Foz - Crise obriga prostitutas a fazerem “saldos”
'Quando a crise chega ao prostíbulo, é porque o país está mesmo mal', fala a voz da experiência. As coisas não podiam estar pior, havendo quem já corte nas refeições e faça 'saldos'.Os anúncios publicados nos jornais diários da região são cada vez mais 'picantes' e apelativos. Porém, e não obstante a concorrência estar a diminuir - há cerca de 20 prostitutas na cidade com anúncio nos periódicos -, a clientela é cada vez menos. As representantes da profissão mais antiga do mundo na cidade apontam o dedo à crise económica.'Até ao início deste ano, bastava–me ter o anúncio num jornal. A dada altura, não sabia se havia de atender o telemóvel ou os clientes, tantas eram as solicitações. Agora, tenho anúncios em dois jornais e o telefone toca cada vez menos', conta 'Lara', vamos chamar–lhe assim, prostituta brasileira. E sintetiza: 'Quando a crise chega ao prostíbulo, é porque o país está mesmo mal'."
Rendimento social de inserção?
Subsídio de desemprego?
Programa "Convívio na hora"?
A brincar que o digamos, duas coisas são certas: por um lado, isto está mesmo mau. Por outro lado, para as profissionais em causa só não solução porque continuamos a fingir que a prostituição não existe, tal qual como ainda se faz em relação a muitas vertentes da toxicodependência.

3 comentários:

Luis Cirilo disse...

Realmente a crise vai grave quando até actividades sem factura nem recibo se ressentem.
Como sugerir-lhes que se não estão bem...talvez no Brasil estivessem melhor,não me parece delicado julgo que o pensar seria "pensar em grande",como parece estar na moda,e encontrar uma solução que agrade a todas as partes.
Talvez um PATO(com o acordo ortografico luso-brasileiro é assim que se escreve pacto)entre os maiores partidos,onde não faltarão reputados e experimentados especialistas na matéria,que solucione a contento o problema.
E por falr em PATO:quem terá sido o PATO no pacto(á antiga) de regime assinado por estes dias entre os paridos do "Bloco Central " ?

Gonçalo Capitão disse...

O Pato no Pacto não sei se foi o "com laranja". Porém, será ingénuo quem pensar que só o PSD lucrará.
O Engenheiro rapidamente se gabará (e bem, no caso)da imensa tolerância que exibiu, sendo ele dono e senhor de uma maioria absoluta.
No limite, os pactos não são maus, mas há que somar vitórias próprias, se não - como sabem a minha Briosa e o teu Vitória - ficamos só com empates e derrotas...

Quanto às profissionais liberais do post, o assunto não acaba e mais valia lidar com ele de frente (salvo-seja II).

Gonçalo Capitão disse...

Em grande parte do que diz, tem razão.

A parte dos valores é mesmo séria; caímos num relativismo cada vez mais militante, agravando-se o fosso com os fundamentalismos orientais (também eles a lamentar, claro).