sexta-feira, 30 de dezembro de 2005

Um ano de 2006 cheio de felicidade!

Sectários do estrado

Passados alguns dias, podemos pensar melhor sobre a "sugestão-que-não-foi-sugestão" de Cavaco Silva, para que se contemplasse, na orgânica do Governo, um Secretário de Estado que acompanhasse as empresas estrangeiras, assim se procurando evitar a sua busca de outras paragens mais rentáveis.
Depois de várias nuances do próprio sobre o que queria e não queria dizer, fica-me a sensação de que só sendo "anjinho" se não conclui que se tratou de um tiro à proa do Executivo.
Vendo o percurso de Cavaco Silva, diria que é expectável que, nas reuniões com o Primeiro-Ministro, venha a dar sugestões do género, embora, respeitando o seu institucionalismo espartano, não venhamos a saber das mesmas.
Entendido que é em questões económicas, o mais do que provável Presidente da República tudo fará para, na sua óptica, ajudar a relançar o País, e o Governo ganhará um aliado que, desde logo por impreparação ou extremismo, não teria em qualquer dos challangers do Professor.
Mas vamos ao alarido oportunista das outras candidaturas: pode ou não um Presidente sugerir tal coisa?
Não só pode como deve, dado que não temos um sistema parlamentarista, mas sim semi-presidencialista, onde o mesmo Chefe de Estado que pode dirigir mensagens ao País e à Assembleia da República, e fazer juizos políticos sobre diplomas do Governo, através do veto(a meu ver trata-se de um poder excessivo, mas que a tão "amada" Constituição consagra), deve poder dar sugestões, claro está, com a reserva devida.
Cavaco avisou Sócrates e Mendes do que podem esperar e, sem querer armar-me em psicanalista, entendo que fez bem, jogando "limpo".
E, já agora, que mal tem, se o objectivo é buscar soluções para o desemprego?
Triste País este em que os candidatos se reduzem a comentadores e em que os media não vão ao cerne das questões, limitando-se a amplificar o ruído...

quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

Chato do caraças

Manuel Alegre insiste, em Dezembro de 2005, em fazer tema de campanha a sua luta "anti-fascista" (sendo que, para começar, em bom rigor, e já que é político, fascismo é nome de regime italiano, havendo que qualificar de outra forma a nossa II República).
A mais de começar a soar a gabarolice, não me parece que seja bandeira magna, em face dos problemas actuais, com o que não pode depreender-se menor apreço pela liberdade. O que não é preciso é passar a vida a bater no peito ou a falar de uma conquista em que ninguém propõe cedências.
Por isso, anunciar que começa a campanha no Forte de Peniche faz-me desejar que comece pelo lado de dentro, e que por lá permaneça uns bons dias, para a invocação ser perfeita.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2005

Não sei se não mudava de vida II...

A Ministra da Cultura é uma pessoa de valia intelectual acima de qualquer suspeita.
Porém, no plano político, a coisa não tem ido pelo melhor. Justifica-se o meu cepticismo inicial (tornado público, então), visto que, lamentavelmente e por insuficiência cultural de muitos governantes (de todos os partidos), sucessivos elencos não têm percebido que, num País como o nosso, já é quase só aqui (e na Educação) que se defende a identidade nacional. Ora, fica provado que só com "rebeldes" na pasta (vide Santana e Carrilho) se atingem patamares orçamentais menos terceiro-mundistas, e nunca com as chamadas pessoas da Cultura (e se Pedro Roseta merecia outro respeito!...).
Acresce que, recentemente, houve que dar o dito por não dito, em relação à colecção Berardo, que, ao que se sabe, a Ministra não quereria ver no CCB.
Por causa de arrastamentos sucessivos, Portugal quase perdia para o estrangeiro um dos acervos de arte contemporânea mais importantes do mundo, chegando-se ao rídiculo de o próprio Joe Berardo andar a sublinhar o quanto queria vê-la por cá.
Impôs condições?! E quem reuniu a colecção?
Andou bem o Primeiro-Ministro ao impôr uma solução para o caso, assim defendendo Portugal ao nível do interesse cultural e do turismo que, verão, justificará, também ele, o investimento.

Não sei se não mudava de vida...

Anteontem, vi um dirigente do Sindicato Independente dos Médicos dizer, na RTP-N, que o Governo (este como outros) poderia ter interesse na greve dos médicos, pois, em tempos de crise, seria uma maneira de poupar dinheiro.

Perante uma alegação destas, uma de duas coisas devia acontecer:

- ou o "Senhor Doutor" prova o que diz,

- ou o Governo reage com mão de ferro, em nome de uma classe política que já está demasiadamente despretigiada para se permitir ainda ser acusada de trocar a saúde e a vida dos portugueses por dinheiro.

Enquanto não me desiludir de vez, vou achando grave que se fale assim...

terça-feira, 20 de dezembro de 2005

Pagar para ver

Para além da impreparação (académica, discursiva, profissional, etc…) de alguns dos nossos políticos, apoquenta-me a hipocrisia com que se abordam alguns temas.

E aí chegados, justiça seja feita ao PS e a Jorge Lacão, Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros. Todos nós sabemos que jamais, em tempo algum, sequer um político terá contactado com o fenómeno da prostituição (partamos deste postulado académico, para apoiarmos a tese sem “folclore”), mas isso não faz com que ele deixe de existir. Duvido mesmo que seja por acaso que se lhe chama a “mais velha profissão do mundo”…

Por isso mesmo, creio que compete à classe política deixar o “faz-de-conta” do costume e abordar o assunto.Vamos por partes:

1 - é possível erradicar a prostituição, a breve trecho?
Honestamente, penso que é difícil, até por hábitos de frequência enraizados e crescentes (basta ler os “classificados” de qualquer jornal ou andar na rua à noite). Existiu, existe e existirá.

2 - Devemos desistir?
Não concordo. A prostituição é degradante para quem vende e para quem compra. Deve é elaborar-se um plano de contingência que permita, enquanto se busca o País ideal (aquele onde, neste caso, nem uma só pessoa se prostitua), lidar com os (muitos) casos que existem, quer a sociedade queira, quer não.

3 - Legalizar?
A verdade é que não ilegal prostitui-se ou solicitar o serviço em causa, o que se proíbe é o lenocínio e o tráfico de pessoas; grosso modo, não pode incentivar e lucrar com a prostituição (vulgo, ser proxeneta) ou traficar trabalhadores, no caso, sexuais.

4 - Ou seja?
A verdade é que o que há é a mais selvagem liberalização da prostituição! Quem pretende que as prostitutas tenham atenção médica regular e obrigatória e que a actividade seja geograficamente circunscrita (assim se devolvendo as urbes aos cidadãos, ao mesmo tempo que se controla melhor a criminalidade, muitas vezes, associada, designadamente a relacionada com o tráfico de droga) não está a “liberalizar”, como se diz; está, bem ao contrário, a impor regras ao que, hoje em dia, é exercido junto de casas e escolas, sem atenção à saúde de quem se prostitui (e, logo, dos clientes; relembra-se que crescem os casos de SIDA entre os adultos heterossexuais), e sem o mínimo cuidado com a dignidade com que homens e mulheres (que não deixam de o ser, penso que todos concordam) que, por uma ou outra razão, o fazem, se prostituem.

5 - E a solução é?
De momento, creio que, se for essa a opinião dominante nos partidos, a única proibição possível passará por penalizar os utentes (como na Suécia), já que penalizar a oferta engloba no mesmo saco a alta prostituição (muitas vezes por free lancers que, assim, ganham quantias avultadas) e quem o faz por depender de drogas, ter caído numa situação de desamparo social extremo (desemprego não assistido, com filhos para criar, por exemplo) ou por estar a ser ilegalmente explorada (o) por redes de tráfico.

6 – Depois de cerca de 2.500 caracteres, qual a minha proposta?
Que se registe a actividade, se forneça amparo social (procurando encaminhar as pessoas para outro “mundo” e acabar, a prazo, com a actividade, por muito utópica que seja a meta), se preste assistência médica regular, se delimitem as condições do exercício da actividade e se combata a criminalidade relacionada com o tráfico de pessoas e de droga, sempre com a mira no fim da “mudança de vida”. Fora disto seria ilegal a prostituição, na oferta e na procura.
Além disso, não creio que seja útil, dadas as questões morais, pensar na tributação, pelo menos de momento.

7 - E é suficiente?
Talvez não. Para aliarmos ao voluntarismo, ao menos nas intenções, do actual Governo a dose de coragem necessária, seria preciso que, de uma só penada, se abordassem, no mesmo sentido, a toxicodependência e o aborto, já que, muito mais do que pensará o cidadão comum, as situações cruzam-se.

Em suma, fica para já o tributo a quem, tendo o poder de lançar o debate, o exerceu.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

Sem salários em atraso

Começam a enfadar-me de morte as prédicas do Candidato-Poeta sobre a liberdade, a libertação, o anti-fascismo e afins...
Vejamos se nos entendemos: para alguém que queira cativar os eleitores nascidos depois de 1970 (tinham, mais ou menos, 4 anos à data da Revolução) importa que se perceba que "gabar a esmola dada" sem parar, a mais de imodéstia (que todos, independentemente da idade, já devem ter notado, tal a intensidade com que o faz), não emociona sequer a unha do mindinho...
Não quer isto dizer que não se respeitem os revolucionários, que não se valorize a liberdade ou que haja saudades de um regime de linha dura que, por maioria de razão, se não conheceu.
O que quer dizer é que tudo tem o seu lugar na História e que, hoje em dia, a tarefa, embora menos "vistosa", é mais difícil: há que dar qualidade à democracia que outros conquistaram, sob pena de a liberdade redundar em libertinagem, por um lado, e exclusão de muitos do cumprimento das suas promessas, por outro lado.
Creio que Manuel Alegre "enche a boca" com intervenções tribunícias sobre estes temas para disfarçar alguma inconsistência que revelou nos debates, sempre que os temas concretos ganharam algum detalhe.
Acresce, quanto à sua permanente peleja pela liberdade, que também é para isso que, há 30 anos, lhe pagamos pontualmente o ordenado, mais não fazendo que desempenhar o seu trabalho, a acreditar que o faz.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2005

Mai' nada!

A "Visão" desta semana, relata a ida de Mário Soares à Universidade Católica, no Porto, e cita as palavras de uma estudante de Direito, Maria João Batista, que fala de Portugal, dizendo que "como País deu um salto que a política não acompanha".
A mesma jovem concidadã pergunta: "Já viu que, em dez anos, os bonecos do Contra-Informação não mudaram?".
É caso para se cumprimentar a jovem, dizendo: "ganda nóia"!

quarta-feira, 14 de dezembro de 2005

Ainda há fantasias com a Joana Amaral Dias

Ao contrário do engraçado slogan inventado pelos militantes/agentes provocadores do Bloco de Esquerda ("já não temos fantasias com a Joana Amaral Dias"), creio que Soares anda nas nuvens com a sua mandatária para a juventude (por quem nutri sentimentos de amizade, enquanto colegas, no Parlamento).

Parece, no mínimo, curioso que peça a Manuel Alegre que se desvincule do PS por divergir da orientação do mesmo, e não solicitar o mesmo à sua inspiradora do voto juvenil, que se rebelou contra o BE.
E ainda lembro uma entrevista da Joana ao "Euronotícias", em que dizia que "o Chico dava um bom primeiro-ministro"; pelos vistos para Presidente é que o Chico (leia-se, Francisco Louçã) já não serve... Nisso estamos de acordo.
Voltando ao assunto, todavia, não se pense que confundo o lugar de candidato com o de mandatário, mas também estou longe de reconduzir este à insignificância, posto o que ficaria por perceber a publicidade que lhe é dada, a mais de se ver o dr. Soares obrigado a explicar à drª Joana a sua inutilidade política.
Super Mário at his finest...

Segurar o resultado

O debate Cavaco vs. Jerónimo foi, a meu ver, o melhor e mais esclarecedor.
Duas mundividências contrastantes, contundência q.b. e questões interessantes (privatizações, leis laborais, obras públicas, energias alternativas, etc...) fizeram um bom momento político.
Mérito também aos entrevistadores pelo alinhamento dos temas.
Continuo, porém, a pensar que, não havendo auto-golos, poucos optarão pelo seu Chefe de Estado em função dos debates.

Feito nas Caldas

Na Universidade Nova, Soares gracejou sobre a impossibilidade de se fazer políticos , "como nas Caldas se fazem os...".
A piada é um pouco brejeira, mas passa, dado o estilo bonacheirão do candidato.
Perdoariam os media semelhante graça a Cavaco, Durão ou Santana?

segunda-feira, 12 de dezembro de 2005

A grande nódoa, no melhor pano

Foi já na jornada anterior (Naval v. Académica) que vi algo que me desgostou.

Os adeptos da Briosa - com destaque para a sua claque, a incansável Mancha Negra - são do melhor que já vi (e já vi muito futebol, em vários sítios) em matéria de apoio e de civismo.

Contudo, num café da Figueira da FOz, antes do jogo, um jovem (não sei se fazia parte da M.N., mas mesmo que fizesse, não deve tomar-se a parte pelo todo) passeava-se, alarvemente, com uma camisola, onde podia ler-se "Waffen SS".

Ora bem... Que a nossa Constituição até permite o disparate, já se sabia.

Agora, o que continua a desaconselhar-se é que se louve ou publicite o nome de organizações que foram responsáveis por muitos milhares de mortes, a título gratuito.

Esperemos que tenha sido um episódio...

E eles sabem?

Há alguns dias, corrigindo um dos seus muitos tiros infelizes, o dr. Soares veio dizer que, afinal, dormiria sossegado (como se a malta não soubesse...) se o prof. Cavaco Silva fosse eleito para Belém, caso as eleições fossem limpas.
Como ouvi numa crónica radiofónica, o problema é que quem tem tutela para zelar pela transparência do processo eleitoral é o mesmo Governo de cujos elementeos o dr. Soares espera entusiasmo na campanha.
Ou seja, sobre quem lançava o candidato tal estigma?

quarta-feira, 7 de dezembro de 2005

Também não esqueceremos

A 7 de Dezembro de 1975, a Indonésia invadiu Timor-Leste.
Ao que se sabe, 30 anos volvidos, através da desclassificação de documentos do Departamento de Estado dos E.U.A., Portugal, com excepção de um ou outro exemplo meritório de patriotismo, nunca teve real intenção de resistir aos indonésios.
Claro que os contextos nacional e mundial eram diversos, mas a contabilidade vai em mais de 200.000 mortos, 1/3 da população (mais de 3 milhões de pessoas, à escala de Portugal).
Ainda hoje, deverão ser poucas as famílias que não contam, pelo menos, um desaparecimento ou outra desdita pessoal.
O século XXI promete trazer bons ventos e o exemplo de concórdia dado pelos timorenses é notabilíssimo, mas convém que a lição da História não seja esquecida.

terça-feira, 6 de dezembro de 2005

Por um canudo

Augusto M. Seabra - outro dos "cultos" portugueses - é, enquanto figura pública (articulista da área cultural e não sei mais quê...), verdadeiramente lamentável.
Todavia, nem ele consegue, por muito bem regada que seja a prosa, evitar um ou outro momento curioso e, assim, pediu-lhe o "Público" que comentasse o debate "Cavaco vs. Alegre" (por que raio lho pediram é uma incógnita, já que me pareciam capazes de coisas mais interessantes o Noddy ou mesmo a múmia de Lenine).
Mesmo a terminar o seu arrazoada, M. (nunca soube que "M" era este...) Seabra menciona que acha "ridículo" (sic) que o candidato-poeta se deixe tratar por "dr. Manuel Alegre".
A intenção é, obviamente, a de amesquinhar, com o que revela bem o tipo de sujeito que é, mas o facto permanece, sobretudo se nos lembrarmos de que Cavaco Silva o tratou por "Deputado Manuel Alegre" e que, a dado passo, um dos entrevistadores se lhe referiu apenas pelos nomes, continuando a tratar o futuro Presidente por "Professor".
Chegados aqui, admitamos a hipótese de Manuel Alegre não ser, de facto, licenciado. ´
Será imperioso que um candidato a Presidente ou a qualquer cargo político seja licenciado? A meu ver, não! Por exemplo, o Primeiro-Ministro sueco não o é, e a Suécia está um "nadinha" mais desenvolvida do que nós.
Somos um País de parolos em que os títulos importam imenso, mas em que o resultado roça a iliteracia? A meu ver, sim! Veja-se quão informais são os espanhóis, e que produtividade tem o país vizinho.
Porém, algo fica por perguntar: é ou não "ridículo" (para, uma vez na vida, citar o "nosso" M.) que quem não tem um título aceite o "honoris causa"? Ainda na minha modesta opinião, é!
A ser verdade, eis a coerência por um canudo...

segunda-feira, 5 de dezembro de 2005

Nada de novo

Depois da entrevistam à RTP1, animaram-se as hostes de esquerda (e, provavelmente, parte do CDS) com o alegado desprezo de Cavaco Silva pelas máquinas partidárias.
Com franqueza, só não percebo a novidade...
Muito antes do artigo sobre a "má moeda", o futuro Presidente da República exercera a presidência do PSD com autoridade e distânciamento. E embora "unipessoalização" de um partido seja sempre discutível, há também que reconhecer que foi a última era de dirigentes de marca intelectual forte, precedendo uma fase em que populismo tem sido albergue de discriminação negativa de quem prime pela excelência.
Nem de outra maneira pode entender-se a "execução sumária" de que têm sido alvo algumas das melhores individualidades da área do PSD. Sob o lema de "dirigentes iguais ao povo", por exemplo, o PSD de Coimbra alienou toda uma elite de professores universitários e profissionais liberais consagrados, que hoje fogem da sede de S. José como o diabo da cruz.
Ou, se preferirem, podemos lembrar-nos (mea culpa, com certeza) das listas de candidatos à Assembleia da República, em 2005, das quais foram excluídos nomes de gabarito intelectual e/ou mérito prático. Nem se julgue que falo de mim ou de algum dos meus ex-colegas mais novos (temos tempo ou, no mínimo, guardaremos uma experiência que nem tantos podem auferir), mas fica por perceber como foi possível o autismo de excluir, sem honra nem glória, nomes como os de David Justino, Pedro Lynce, Massano Cardoso, Pedro Roseta, Nazaré Pereira, Suzana Toscano, José Manuel Canavarro, Maria da Graça Carvalho e tantos outros (muitos dos quais nem haviam estado em S.Bento)...

Não aproveitará a ninguém a desculpa mal amanhada da falta de apoio da "estrutura", por dois motivos: por um lado, porque muitos dos que estão também dele não gozavam e, por outro lado, visto que, se é legítimo olhar aos interesses orgânicos, qualquer domínio exclusivo é nefasto em democracia, e essa era uma percepção que, apesar de tudo, era mantida no PSD de Cavaco Silva.
Dito tudo isto por outras palavras, o homem sempre foi assim, o que não lhe retira o facto de ser, a meu ver, o melhor candidato por características várias, das quais destacaria, designadamente, o rigor (que tanta falta faz em muitos espíritos) e o domínio do cerne da agenda nacional e internacional dos próximos tempos que é, evidentemente, de cariz económico.
Por que se apagam Marques Mendes e Ribeiro e Castro, isso já é outra louça; se calhar também foram sempre assim...